LÍDIA JORGE
Escritora
Nome completo
Lídia Guerreiro Jorge
Nascimento
18 junho 1946
Loulé, Portugal
Profissão
EscritoraNasceu no Algarve, em 1946 e passou alguns anos em Angola e Moçambique durante o último período da guerra colonial. Desde que se conhece como gente, que se interessou pela leitura. Lá em casa, na casa da família havia muitos livros que lhe despertavam a atenção. Como não tinha crianças com quem brincar, resguardava-se nos livros, que lia horas a fio. “Fizeram-me companhia”, confessou-nos. Da leitura à escrita foi um pequeno passo. “Comecei a fazer redações dos livros que lia e ouvia ler”. Era assim que combatia “o medo do escuro” tão característico das crianças, mas também a sensação de solidão. “Escrevendo não estava sozinha”, revelou.
Quando teve que optar por um curso superior, não teve dúvidas: foi estudar Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O que aprendeu nos livros acabou por partilhar na carreira de docente na Escola Secundária Rainha Leonor. Até que chegou o ano de 1980, altura em que publicou o primeiro romance, “O Dia dos Prodígios”, precisamente numa altura em que se inaugurava uma nova fase da literatura portuguesa. Foi aqui que se tornou um nome importante nesta área, porque renovou a técnica romanesca e passou a integrar o programa dos concursos de agregação da cadeira de Português, nas Universidades Francesas. Era apenas o início de uma grande carreira. Seguiram-se os romances, mais de uma dezena. Vieram os contos, os ensaios, os livros infantis e uma peça de teatro. Somaram-se prémios, muitos prémios, desta senhora que diz que não é “uma pessoa lírica”, mas sim uma escritora que gosta de “pôr grandes coletivos e pôr figuras nesses coletivos, de perseguir os problemas sociais através dos individuais. ” É assim que enfrenta a adversidade.
Uma senhora das artes e das letras
Foi em 1982 que publicou “O Cais das Merendas” e dois anos depois, “Notícia da Cidade Silvestre”. As obras foram distinguidas com o Prémio Literário Município de Lisboa, mas só com “A Costa dos Murmúrios” (1988) – um retrato da experiência colonial passada em África – é que Lídia Jorge confirmaria o seu lugar no panorama das letras portuguesa. Em 1992 publicou “A Última Dona”. Três anos passados edita “O Jardim sem Limites”, segue-se “O Vale da Paixão”, galardoado com o Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus, o Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio de Ficção do P.E.N. Clube e o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, que a consideraria escritora europeia do ano, em 2000. O seu romance “O Vento Assobiando nas Gruas” (2002) conquistou o Grande Prémio de Romance e Novela da APE e o Prémio Literário Correntes d’Escritas, e o romance “Combateremos a Sombra”, o Prémio Charles Bisset (2008). Em Portugal foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Em França foi condecorada como Dama da Ordem das Artes e das Letras, sendo posteriormente elevada ao grau de Oficial. Já na Alemanha foi distinguida com o Prémio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass. Em 2014, recebeu o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura e, em 2015, o Prémio Urbano Tavares Rodrigues e o Prémio Vergílio Ferreira.
Com romances traduzidos em mais de 20 línguas (inglês, francês, alemão, holandês, espanhol, sueco, hebraico, italiano ou grego), já viu a sua peça de teatro (“A Maçon”) subir ao palco do Teatro Nacional Dona Maria II. “O Dia dos Prodígios” também foi adaptado e apresentado no Teatro da Trindade, em Lisboa e “A Costa dos Murmúrios” virou filme no cinema.
Hoje ocupa grande parte do seu tempo à escrita. Também gosta de jardinagem e de passear à beira mar. Leituras obrigatórias? As dos jornais, por ser aqui que se “encontra a solução para o mundo”.
Por: Lénia Rego
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