ALARGAMENTO DA MEDICINA DENTÁRIA NOS CENTROS DE SAÚDE NÃO PASSA POR GUIMARÃES

Os utentes de 59 centros de saúde vão ter acesso a medicina dentária com o alargamento do projeto-piloto de integração da medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde.

dentista equipamento

Os utentes de 59 centros de saúde vão ter acesso a medicina dentária com o alargamento do projeto-piloto de integração da medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde.Este alargamento abrange diversos agrupamentos de centros de saúde e unidades de saúde local, por todo o território, nomeadamente no norte, mas nenhum deles será no concelho de Guimarães. Estão abrangidos por este projeto o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Tâmega (onde estão incluído o concelhos de Celorico de Basto e Amarante) e a Unidade de Saúde Local (ULS) do Nordeste (Bragança e concelhos limítrofes), o ACES do Douro Oriental e do Douro Sul e a ULS de Matosinhos. Nestes centros de saúde vai ser possível realizar restauros, extrair e desvitalizar dentes. O projeto tem como prazo para ser implementado o final de 2018. Até ao final do corrente ano o Ministério da Saúde espera cumprir 80% do objetivo. Na primeira fase, que começou em julho de 2016, foram realizadas quase nove mil consultas e tratados mais de seis mil doentes, alguns dos quais nunca tinham tido uma consulta de medicina dentária. Na primeira fase, tal como agora no alargamento, o ACES do Alto Ave, do qual faz parte Guimarães, não foi contemplado com nenhum médico-dentista.

O diretor executivo do ACES do Alto Ave questionado sobre os critérios para a seleção dos centros de saúde que vão receber estas consultas e se há um previsão de quando poderá Guimarães ser abrangido por estes projetos, não quis prestar declarações. Na região do Ave, segundo dados da Ordem dos Médicos Dentistas, há 1200 habitantes por médico dentista, acima da média nacional que é de 1105. Algumas das regiões abrangidas por este alargamento, têm rácios bem melhores, como a área metropolitana do Porto, com 760 habitantes por dentista e Trás-os-Montes, com 1011 pessoas por médico-dentista. Questionado sobre esta matéria o Ministério da saúde afirma: “ programa do governo prevê a criação da saúde oral nos Cuidados de saúde primários, pelo que necessitamos de fazer investimentos em toda a região, passando naturalmente pela existência de condições físicas e financeiras para esse alargamento”. A Ministério da Saúde compromete-se no mesmo comunicado a alargar a oferta destas consultas em 2018, sem nunca se referir especificamente a Guimarães ou ao ACES do Alto Ave.

Na fase de alargamento, o Ministério da Saúde abriu concurso para 12 equipas de medicina dentária, que vão assegurar os novos gabinetes de saúde oral e que vão abranger as populações de 25 ACES. Cada uma destas equipas será constituída por um médico e um assistente. Ainda enquadrado neste alargamento serão feitas “contratações pontuais para assistentes dentários, que deverão formar equipa com médicos dentistas que já exerciam a profissão no âmbito do SNS, ainda que de forma isolada”.

Este projeto começou por ser dirigido apenas a alguns grupos de maior risco, tendo sido posteriormente alargado. Com este alargamento, todos os utentes dos centros de saúde abrangidos vão ter acesso a cuidados de saúde oral através do SNS, bastando serem referenciados pelo médico de família. O único custo a suportar pelos doentes, neste caso, são as taxas moderadoras, comuns a todo o SNS.

A Ordem dos Médicos Dentistas, através do seu bastonário afirma que “finalmente o SNS está a remediar a situação em Portugal e a dar um passo decisivo com a integração da saúde oral”, e lembra que esta “tem um impacto enorme em várias doenças”. Apesar de existirem mais de nove mil médicos dentistas e cerca de seis mil consultórios em Portugal, o acesso aos cuidados de saúde oral é limitado por questões económicas. Carla Fernandes, enfermeira na Unidade de Saúde Ponte, afirma que “é vulgar na nossa prática diária encontrarmos pessoas, com graves problemas de saúde oral que não consultam o médico-dentista por não terem dinheiro para o fazer, embora o cheque-dentista já tenha resolvido alguns problemas”.

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