AS FESTAS NICOLINAS

PAULO CÉSAR GONÇALVES Dramaturgo

avo

por PAULO CÉSAR GONÇALVES

Dramaturgo

“Rapazes! Nossa música divina
Capaz de estremunhar até Morfeu!
A música da festa Nicolina
Que a terra abala e desconjunta o Céu!
Mais força, se é possível, mais ferina,
Que nada não é bastante este escarcéu!
Façamos tal restolho, tal chinfrim
Que o inferno pareça aqui assim!…”

Excerto do Pregão de 1904, da autoria de João de Meira

Última sexta-feira do mês de Setembro, 18:30.

É chegada a hora da Eleição para a Comissão de Festas Nicolinas. A Comissão de Festas Nicolinas, composta por dez alunos das Escolas do Ensino Secundário de Guimarães entre os 15 e os 19 anos, tem por missão organizar as muy nobres e antiquíssimas Festas do Senhor São Nicolau. Todos os anos, na última sexta-feira do mês de Setembro, se realiza a eleição para esta Comissão.

Ao Toural acorrem estudantes das Escolas Secundárias de Guimarães para a votação. Uns para votar, outros para se candidatarem a um dos cargos em aberto.

A mesma desenrolar-se-á junto à Fonte Quinhentista que aí se encontra. Chamam-lhe o “Chafariz da Tradição” porque desde 1943, à época ainda no Jardim do Carmo, que serve de testemunha às sucessivas eleições para a Comissão de Festas Nicolinas.

Reza a história que, naquele ano, a loja da Senhora Aninhas, na Rua de Santa Maria, não era suficientemente espaçosa para acolher tão grande número de estudantes e, por isso, decidiu-se realizar o sufrágio precisamente junto ao “Chafariz do Carmo”. O Chafariz, ou Fonte, mudou, entretanto, de lugar (já estivera no Toural, para onde, de resto, fôra originalmente concebido), mas a tradição manteve-se do seu lado.
É anunciado, pela forte e distinta voz de Francisco Ribeiro, o “Xico Jesualdo”, o começo da eleição. O “Xico”, inesquecível pregoeiro de 1977, vai anunciando os candidatos. Já há Presidente. O Presidente havia feito parte da Comissão do ano anterior. Segue-se o Vice-Presidente. Também um antigo “malota”.Os cargos vão ficando ocupados. Secretário. Tesoureiro. Depois, 1º vogal da Academia, o “porta-estandarte”. 2º vogal da academia. 1º vogal de festas. 2º vogal de festas.

“Avancem os candidatos ao lugar de Chefe de bombos.” – pede o distinto Nicolino.

Luís dá um passo em frente. Sente-se nervoso.

“Mais ninguém concorre ao lugar de Chefe de bombos? Como te chamas, jovem?

“Luís. Luís Costa.”

“Alguém tem algo a dizer que impeça a a candidatura do Luís Costa ao lugar de Chefe de Bombos?” – pergunta o “Xico”.

Ninguém, de entre a pequena multidão, responde.

“Assim sendo, Luís Costa é o novo Chefe de Bombos da Comissão de Festas Nicolinas.” – conclui.

Ouve-se uma salva de palmas. Luís está orgulhoso. Olha o céu.

É, por fim, eleito o sub-chefe de bombos. Estava completa a Comissão! Os rapazes são chamados para junto das escadas do Chafariz e é-lhes tirada a primeira foto.

“Xico Jesualdo” toma a palavra:

“É esta a Comissão de Festas Nicolinas para este ano. Compete a estes rapazes organizar, como é da tradição, as Festas em honra a São Nicolau. Esperemos que saibam honrar o costume e todos aqueles que os precederam. Boa sorte para eles. Viva São Nicolau!”

As palmas fazem-se novamente escutar pela sala de visitas vimaranense. Os novos membros da Comissão são efusivamente saudados por amigos e conhecidos. Tratam também de conhecer os novos “companheiros de jornada”. Espera-os uma árdua tarefa. É imediatamente agendado um primeiro jantar para aquela mesma noite, de forma a conhecerem-se melhor.

O Luís, o novo chefe de bombos, facultou o seu contacto aos “velhos”, nomeadamente ao Presidente e ao Vice – Presidente. Tratou também de mostrar o cartão de estudante da Escola Secundária Martins Sarmento, local onde frequentava o 11º ano, curso de Artes. Era indispensável fazê-lo, de forma a validar a sua eleição para o cargo. Dirige-se agora para casa, onde dará a notícia aos pais. Se correr bem, voltará para o jantar com os restantes membros da Comissão.

No caminho entre o Toural e a sua casa, que fica em Fermentões, são muitos os pensamentos que o assaltam. Sempre soube o que eram as Nicolinas, sempre soube alguma da sua história, sempre quisera integrar uma Comissão.

Crescera sabendo, pela boca da sua avó Ana, que o avô António havia sido um dedicado e fervoroso Nicolino, tendo inclusive feito parte de uma das Comissões nos idos anos quarenta. O avô partira já para junto de São Nicolau. Fôra também por ele que decidira concorrer à eleição. Por ele e por si. Não contara a ninguém sobre as suas intenções. Decidira e guardara a decisão. Na hora, não vacilou.

Chega a casa. Pousa os livros sobre a mesa da sala de estar. Pousa o cartão de aluno sobre os livros. Na cozinha, a avó Ana preparava o jantar. O Pai e a Mãe falavam sobre questões de trabalho.

“Então, meu filho, que tal te correu o dia?” – pergunta-lhe a Mãe.

O Luís, de sorriso nos lábios e esperança no coração, responde-lhe:

– Bem, correu muito bem.

O pai senta-se numa das cadeiras e abre o jornal, sem no entanto menosprezar o diálogo que ali se iniciara.

“Assim é que é falar. Alguma razão especial para um dia tão feliz?” – insiste a mãe.

“Recebeste algum teste com boa nota?” – acrescenta o pai.

“Deste um beijo na boca a alguma moça?” – dispara a Avó Ana directamente da cozinha.

O Luís ri-se com vontade. O pai encolhe os ombros. A mãe revira os olhos. A avó era useira e vezeira naquelas coisas.

“Nada disso. Eu candidatei-me à Comissão de Festas Nicolinas e fui eleito. É essa a razão da minha felicidade.” – completa a rapaz.

O pai levanta-se e fecha o jornal. A mãe leva a mão às ancas. Começa o sermão:

– Tu fizeste o quê? Mas é que nem penses, meu menino. Isso é para “calaceiros”. Não te quero nisso.

– Não vais para Comissão nenhuma. O teu trabalho é estudar!

– Podia dar-te para pior. Tu não sabes o que dizem desses moços? Que a vida deles é só beber? É isso que queres para ti?

– Queres chumbar de ano?

Os pais não paravam de “disparatar”. O Luís estava já a sentir-se completamente desesperançado quando à porta da cozinha surge a Avó Ana, de avental. A cara é séria, assim como o tom de voz:
– ALTO LÁ. JÁ CHEGA! AGORA QUEM FALA SOU EU. LUISINHO, ANDA CÁ.

Os pais calam-se. Olham-na.

“Eu já falo convosco.” – acrescenta. Os pais protestam, mas de nada vale.

O Luís vai para junto da avó. Esta tira o avental e pendura-o num dos cabides da casa. Leva o neto até ao seu quarto. Pede-lhe para que se sente na cama. Fecha a porta. Senta-se junto ao neto e abraça-o. Fala-lhe:

– Ai, Luís…meu Luís (pondo-lhe as mãos na cara). Para o que te havia de dar…

– Mas por que razão, Vó? Acha que fiz mal?

– Não, meu filho. Claro que não (levanta-se, vai até à janela). O teu avô ficaria contente. Aliás, está contente, esteja ele onde estiver.

O Luís sorri. Logo ganha aspecto sério.

– Mas, Vó, eles não me vão deixar. Tu ouviste!

A Avó, muito mais confiante do que o seu neto, sossega-o:

– Dizes tu…Não me chame eu Ana Joaquina se tu não envergares capa e batina. Ai isso te garanto!

O Luís sorri. A avó retoma a palavra:
– Mas falemos de coisas sérias. Foi uma boa surpresa que me fizeste. Sabes que eu sempre te falei do teu avô como um grande Nicolino, mas nunca te contei tudo. Acho que o momento assim o exige. Luisinho, a tua Avó é também uma grande Nicolina.

O Luís olha para a Avó com alguma confusão no olhar. Diz-lhe:

– Mas…as Festas são dos homens.

– Erro nº 1, meu querido. As Festas são dos homens? Sim, tu só vês rapazes, moços que estão a passar de “pito para galo” na Comissão, mas as Festas, para além de São Nicolau, cultuam quem?

Luís encolhe os ombros.

. A Mulher, meu nabiça. A Mulher. A Mulher é reverenciada no principal número das Nicolinas: as Maçãzinhas, que se dá no dia de São Nicolau, a 6 de Dezembro. Tens muito para estudar, rapaz. (Tira uns livros de uma das gavetas da cómoda) Isto é para leres, não quero que faças figuras tristes. Olha, A.L. de Carvalho, “O São Nicolau dos Estudantes”. Tenho mais, tenho mais. Há mais título dele. Prometes que estudas?

O Luís acena afirmativamente com a cabeça.

– Eu já sei algumas coisas, Vó.

“Acredito que sim, meu filho, acredito que sim. Mas o saber não ocupa lugar. Tens de saber aquilo que estás a defender, concordas? Diz-me lá, que lugar te calhou em sorte?

– Chefe de bombos!

A avó dá uma gargalhada.

– AHAHAH! É um lugar de grande responsabilidade. E carisma. O teu avô foi 2º secretário. No tempo dele não havia chefe de bombos. Agora também já não há 2º secretário. Vou-te contar uma coisa: eu e o teu avô conhecemo-nos no dia das Maçãzinhas, era ele da Comissão. Nunca mais nos largamos. Ele engraçou com as minhas tranças, eu gostei de vê-lo trajado.

Alguém bate à porta. São os pais do Luís. Querem entrar na conversa. A avó Ana percebe:

– NÃO HÁ QUE FAZER? IDE DAR BEIJOS NA BOCA! A CONVERSA AINDA NÃO ACABOU.

Não adiantou de nada o constante murmúrio. A idade era um posto. A Avó Ana aproveitara aquele momento para mostrar ao neto parte do que herdara do seu falecido marido: o amor pelas Festas Nicolinas. Não que Luís já não soubesse, mas não o sabia tanto. Como passagem de testemunho, contou ao rapaz uma resumida história das Festas Nicolinas, não se coibindo de lhe apresentar várias hipóteses. Fez saber que as festas em honra a São Nicolau tinham origens anteriores ao século XVI. Havia quem defendesse que o culto a São Nicolau havia sido trazido para Guimarães por Frei Diogo de Murça, que fôra Reitor do Colégio/Universidade da Costa (hoje Pousada de Santa Marinha) no século XVI. Disse-lhe que os estatutos da Irmandade de São Nicolau datavam de 1691 e que o culto era anterior. Falou-lhe da Capela de São Nicolau, junto à Igreja da Oliveira e da sua pedra fundamental, que assinala o ano de 1662.

O Luís mal pestanejava. Sabia algumas coisas sobre as Nicolinas mas, perante tanta sabedoria demonstrada pela avó, sentia-se um ignorante. A Dona Ana contou-lhe ainda sobre o costume de os Estudantes e Coreiros levantarem a posse (o dízimo) em Urgezes. Essa posse era constituída por castanhas, nozes, tremoços e maçãs. Explicou-lhe que isso acontecia a 6 de Dezembro, dia de São Nicolau, durante o século XVIII (e início do século XIX). Quando desciam de Urgezes em direcção ao centro da Vila, paravam na Cruz de Pedra onde recebiam mato dos oleiros que aí trabalhavam. O Luís ficou a perceber que havia sido assim que nasceram as Posses Nicolinas. A avó acrescentou que a distribuição, pela população, das maçãs daria origem ao número das Maçãzinhas, assim como a distribuição das castanhas, tremoços e vinho daria origem ao Magusto.

– Então e o Pinheiro, Vó? – inquiriu o Luís.

– Pois, o Pinheiro. Vós, jovens, só pensais no Pinheiro. Pois fica a saber que o Pinheiro não era, nem pouco mais ou menos, o número principal das Nicolinas. Quando eu era “rapariga nova”, o Pinheiro não tinha a gente que tem hoje. Sabes que naquela altura, as Festas eram organizadas pelos estudantes do Liceu, que ainda funcionava no Convento de Santa Clara, onde hoje é a Câmara. O Pinheiro levava muitas juntas de bois, não é como agora. Era mais organizado e e afinado, também porque era menos gente. O erguer do Pinheiro, a 29 de Novembro, servia para anunciar o começo das festas. Era também o Pinheiro que servia, em tempos mais remotos, de mastro à bandeira da Academia Vimaranense.

A anunciar as festas também havia o Pregão. O Pregão, que é um número de culto que consiste na declamação de um texto poético-satírico-lírico, viria a ganhar uma data fixa, o 5 de Dezembro. As Danças e representações (origem das Danças de São Nicolau) que eram apresentadas, também. Os diferentes números das Festas acabariam por ganhar dias próprios, obrigando a que as Festas Nicolinas se prolonguem por cerca de uma semana (29 de Novembro A 6 de Dezembro) em cada ano.

– Mesmo com as Roubalheiras, vó?

– Mesmo com as Roubalheiras. Filho, um conselho: este ano, a “roubar” algo de jeito, “roubai” o Pio Nono.

– O Pio Nono, Vó?

– Sim, o Pio Nono. Parece-me uma ideia bastante ajeitadinha.

– Mas é difícil!

– Difícil? Meu filho, difícil foi levá-lo lá para cima. “A descer todos os santos ajudam”, nunca ouviste dizer?

– Não.

– Rais te quilhe, Luís!

– OH…fala-me mais, Vó. Estava a gostar. Diz-me, depois disso, o que mais evoluiu nas Festas?

– Olha, sem dúvida alguma o alargamento das Festas a todos os estudantes do ensino secundário de Guimarães. Como te disse, dantes era só o Liceu. A partir de 1982, passaram a ser também estudantes de outras escolas secundárias.

É necessário sensibilizar as Escolas para a causa Nicolina, para a tradição, para TODOS os números, de igual modo. As Nicolinas merecem-no. É preciso que se saiba que em Guimarães os estudantes do ensino secundário usam com orgulho o tradicional traje português e, mais do que isso, se saiba o porquê. É preciso a criação de um estatuto Nicolino, uma luta da qual já o teu avô falava.

– E figuras ligadas às Festas? Há muitas? Falaram-me no Manel das Vacas…

– Claro que há! Tantas! É preciso que as novas gerações saibam quem foi a Senhora Aninhas, Madrinha dos Estudantes de Guimarães. Pega lá este livro (A Senhora Aninhas, de Lino Moreira da Silva) para ler. Trabalho de casa!

É preciso que as novas gerações saibam quem foi Jerónimo Sampaio, o “Catedrático da Juventude e da Alegria”. É necessário saber quem foi o Comandante José Luís de Pina, Professor do Liceu de Guimarães. É preciso que as novas gerações saibam quem foi o Engenheiro Hélder Rocha, o saudoso e inesquecível “Nicolino Mor”, Pregoeiro nos anos de 1935 e 1936.

– Nicolino Mor? Desse eu já ouvi falar!

– Grande amigo do teu avô! Que São Nicolau os guarde. No fundo é isto: é preciso que as novas gerações conheçam muitas outras figuras e muitos outros episódios, que chegaram até nós fruto da tradição oral ou através das inestimáveis obras de homens como A.L. de Carvalho ou Lino Moreira da Silva, entre vários outros.

É fulcral o papel das Escolas, para que no futuro possamos ter outra “Senhora Aninhas”, outro “Jerónimo Sampaio” ou outro “Nicolino Mor”.

(afagando a cabeça ao neto) Tens de começar a pensar na “boneca”!

– Na boneca? Qual boneca?

– O Chefe de Bombos tem de construir a sua própria “boneca”. É com a “boneca” que ele marcará o compasso da “fanfarra” de caixas e bombos durante as festas.

– Não sabia. Mas, ó vó, há uma coisa pior: eu não tenho traje, e não me parece que os meus pais me comprem um. Vou ter de pedir emprestado…

A Avó estava à espera deste momento. Levantou-se muito calmamente, dirigiu-se ao guarda-fatos, abriu uma das portas e, de repente, retirou de lá o que parecia ser um fato.

– Este traje pertenceu ao teu avô. É, a partir de hoje, teu. Honra-o.

O Luís estava surpreso, de lágrimas nos olhos. Nem conseguia falar. A avó olhou-o e sussurrou-lhe:

– Acho que não é preciso mandar apertar nada. A estrutura é a mesma. Os dois uns trinca espinhas.

O Luís agarrou-a com força e abraçou-a.

– Vó, tens a certeza de que convences os meus pais?

– Já te disse que sim, meu amor. Não me chame eu Ana Joaquina…como a Senhora Aninhas.

O telemóvel do Luís toca. É o Presidente a avisá-lo do local do jantar. A avó percebe:

– Vai, vai. No tempo dele, o teu avô não tinha telemóveis.

O Luís beijou a testa à avó e foi para o seu primeiro jantar enquanto malota e Chefe de Bombos. A avó foi para a janela ver o neto caminhar apressado rua fora. Enquanto o fazia, assobiava uma melodia, querida dos Nicolinos:

“Folgar rapazes, folgar folgar,
que só para o ano torna a voltar
Folgar rapazes, folgar folgar,
que só para o ano torna a voltar
que só para o ano torna a voltar…”

NOTA: Existem realmente casos em que os trajes passam de geração em geração. É um fenómeno curioso e impregnado de simbolismo.

GLOSSÁRIO:

Presidente; Vice-Presidente; Tesoureiro; Secretário; 1º Vogal Academia; 2º vogal Academia; 1º Vogal de Festas; 2º Vogal de Festas; Chefe de Bombos; Sub-Chefe de Bombos – Cargos da Comissão de Festas Nicolinas

pregoeiro – aquele que recita o Pregão

traje – o tradicional traje português, composto pelas clássicas “capa e batina”.

boneca – elemento utlizado pelo Chefe de Bombos para marcar o compasso dos toques usados durante as Festas. Geralmente, é composta por um pau de vassoura, cabeça de boneca e outros adereços.

malota – termo utilizado para designar um membro que faz pela primeira vez parte da Comissão de Festas Nicolinas.

velho – termo utilizado para designar um membro que já fez parte da Comissão de Festas Nicolinas (ou também um antigo estudante).

CURIOSIDADES SOBRE AS FESTAS NICOLINAS:

– Foi João de Meira, o distinto médico e professor, quem involuntariamente “baptizou” as Festas Nicolinas, com o seu Pregão de 1904 (que encima esta crónica). Foi dele a primeira menção a “festa Nicolina”(última estrofe). Até aquela data as festas tinham outra designação (“O São Nicolau”, “Festejos a São Nicolau”).

– O Cardeal Cerejeira, figura eminente do Estado Novo, foi aluno do Liceu de Guimarães. Nicolino, portanto.

– A 1ª Irmandade de São Nicolau em Portugal foi fundada em 1144, em Coimbra, junto à Igreja de Santa Cruz (esta mandada fundar por Dom Afonso Henriques).

– O Traje Tradicional Português é, desde 1924, o traje oficial dos alunos do secundário e superior. Apenas em Guimarães (Comissão de Festas Nicolinas) e em Évora (Tuna do Liceu de Évora) se continua a usar traje no Secundário.

– Em 1936, Hélder Rocha (que viria a ser Nicolino Mor) foi o Pregoeiro de serviço. Aconselhado a não recitar o Pregão pelo então reitor do Liceu, o sugestivo “Dr Cuecas”, não obedeceu e, como “paga”, obteve um 8 na disciplina que o subido doutor leccionava. Foi a única negativa que teve durante o seu tempo de Liceu.

– Dia 6 de Dezembro é dia de São Nicolau. É também o dia do falecimento de Dom Afonso Henriques (6 de Dezembro de 1185).

– A Senhora Aninhas, Madrinha dos Estudantes, nasceu no concelho de Fafe (Quinchães). Tem uma rua com o seu nome (Travessa da Senhora Aninhas – Madrinha dos Estudantes), junto à loja que ocupou na rua de Santa Maria.

Por pedido expresso do seu autor, este texto não se encontra ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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