ATÉ AO DIA QUE O HOMEM PERCEBER QUE NÃO PODE COMER O DINHEIRO
Luís Garcia Industrial na área das embalagens e cartão
por Luís Garcia
Qual o futuro dos nossos vindouros que jamais terão a possibilidade de usufruir, na sua plenitude, dos nossos recursos naturais?
Os nossos rios e riachos são gravemente manchados pela promiscuidade do homem, em grande parte das vezes, em silêncio sobre o sossego da noite.
Exemplos como o Ave, o Selho, que apesar de todas as tentativas para a sua requalificação, são alvo constantes de agressões poluentes que dizimam toda a sua fauna, e provocam espaços de lazer em autenticas lixeiras.
Este pretérito mas presente tema surge à baila porque em pleno século XXI os atentados aos nossos recursos são sucessivos e teimam em reincidir sobres os mesmos caudais e sobre as mesmas suspeitas.
Se já não estivemos pior? Já! Mas não podemos aceitar que esta premissa, por si só, seja suficiente para que se continue a permitir e legitimar a depravação daquilo que não é renovável, que é limitado, que esgota.
Como podemos por ventura aceitar que se continue a desprezar aquilo que nos garante a sobrevivência? Que nos assegura a utilidade? Que nos confirma a existência? Que nos viabiliza a evolução?
Como podemos erguer as tintas, as lavagens, os pós de pedreiras, as lamas industriais, os plásticos e os dejectos em prol das águas com as quais a natureza nos brindou?
Como podemos manter uma relação desimpedida, irresponsável e descomprometida com o nosso ecossistema? Como podemos inviabilizar a vida da Terra? Como podemos quebrar a sinergia dos meios?
Está na altura de educar, condenar e prosseguir. Está na altura de garantirmos o nosso lugar, assegurar o nosso espaço e respeitar o ambiente. Penalize-se quem polui e castigue-se quem pactua! É altura de abrir os olhos e de perceber que no reverso da moeda estamos nós, aqueles que vão carregar com as consequências.
Está na altura de acabar com os interesses instalados num sistema de destruição massiva.
É agora hora de envolver, preservar e defender aquilo que outrora foi pão para matar a fome e foi água para matar a sede. Esta é uma responsabilidade de todos.
Vamos criar laços e construir pilares. Vamos ser racionais e conscientes. Vamos ser parte integrante do meio ambiente. Porque “quando a última árvore cair, o último rio secar e o último peixe for pescado, o homem vai perceber que não pode comer o dinheiro”.
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