CONFLITO LABORAL DEIXA FUNCIONÁRIO À PORTA
O patrão alega que usava a carrinha para vender artigos da sua empresa. O funcionário diz-se surpreendido, uma vez que tinha esta actividade há sete anos.
Francisco Teixeira trabalha na Brunatti Cafés, em Pevidém, há 12 anos. Até que, em julho deste ano, se desencadeou um conflito com o administrador da empresa, Victor Araújo, que terá dado origem a um processo disciplinar.Em causa, segundo Francisco Teixeira, está o facto de ele ter uma atividade paralela, em nome individual. Nesta empresa em nome individual, Francisco Teixeira dedica-se à comercialização de máquinas e equipamentos hoteleiros em segunda mão. A Brunatti Cafés, por seu lado, tem como objeto a comercialização, importação e exportação de cafés, chás, sucedâneos de café, açúcar e adoçantes e o comércio e aluguer de máquinas e equipamentos hoteleiros.
Segundo Francisco Teixeira, Victor Araújo nunca demonstrou desagrado relativamente a esta sua atividade, apesar de ambos venderem o mesmo tipo de equipamentos. “Durante sete anos o senhor Victor Araújo nunca me disse nada. Chegou mesmo a ser meu cliente, eramos parceiros de negócios”, afirma Francisco Teixeira.O funcionário diz que foi surpreendido pela mudança de actitude de Victor Araújo. Desde julho o funcionário tem alternado em períodos em que fica sentado no exterior da empresa, sem funções atribuídas e outros em que é mandado para o exterior, fazer prospeção a pé. “É um castigo, para ver se eu me canso e me despeço”, queixa-se Francisco Teixeira. “Não tem explicação, eu não baixei a produtividade, por isso, não percebo a razão desta mudança de comportamento. Se durante sete anos foi possível, o que é que mudou agora?” – acrescenta Francisco Teixeira.
Depois da queixa do funcionário na Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), o conflito ganhou outras proporções e Francisco passou os últimos 15 dias numa sala da empresa, sem fazer nada. Hoje, encontra-se a fazer prospeção a pé na zona da Trofa, para onde foi conduzido por um colega. Anteriormente era vendedor e andava com uma carrinha da Brunatti.
Victor Araújo esteve de manhã nas instalações da empresa mas não falou à comunicação social, a conselho do seu advogado. Ao JN Victor Araújo disse que o funcionário “usava a carrinha para vender os produtos dele”, e que Francisco pode entrar na empresa “sem o telemóvel pessoal”, que, segundo o administrador da Brunatti, usa indevidamente.
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