FIDEL, A MORTE DE UM TIRANO

RUI ARMINDO FREITAS Economista

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por RUI ARMINDO FREITAS
Economista

No passado sábado o mundo acordou com a notícia da partida de Fidel Castro. Confesso que, como democrata e cidadão do mundo livre, esperava que a comunicação social assinalasse o acontecimento como a morte de um líder sanguinário, de um ditador brutal e que, para além de ter coartado durante 50 anos as liberdades individuais no seu país, foi responsável pela morte de milhares de cubanos e do atropelo constante dos direitos humanos. Sabemos hoje, que usou do poder para enriquecer enquanto deixava os seus à fome. Como alguém disse um dia, “comunismo para o povo mas capitalismo para o chefe”. O mundo viu-se livre de um ser humano que em vida representou tudo o que de pior se pode ser, um homem que figurará numa parte da história onde terá como vizinhos todos os tiranos que maltrataram a humanidade. Contudo fiquei espantado por assistir ao branqueamento de uma história escrita com sangue e intolerância e que num período crítico da Guerra Fria, poderia ter ficado ligado a ela de forma indelével na precipitação de um conflito à escala global. Ao que parece o que interessa à comunicação social dos dias de hoje, não é o de informar com rigor a realidade, mas de tentar influenciar os destinatários da sua mensagem num sentido que poderão achar que mais serve os seus fins, num dado momento. Leva-me a concluir que nada têm aprendido com os eventos recentes e pelos quais em certa medida têm a sua quota parte de responsabilidade.

Seja na imprensa internacional, nacional ou local, assistimos a verdadeiras agendas políticas seguidas pelos responsáveis editoriais, contudo se em determinadas partes do globo essas agendas são assumidas publicamente, por cá usa-se a capa do rigor, para cometer os mais graves actos de desinformação. A comunicação social dos dias de hoje, que vive da liberdade para poder existir, é a sua principal ameaça ao levar, com uma atitude manipuladora, ao surgimento de extremismos que só ingenuamente julgamos não se repetirem na história e que porão em causa a sua própria existência.

Por cá, na passada sexta feira, tivemos Assembleia Municipal, e a ética na política voltou a ser tema. O deputado do PSD, Tiago Laranjeiro, denunciou casos graves de falta de transparência na adjudicação de contratos de aquisição de serviços por parte da Câmara e cooperativas municipais. Alertou para situações relacionadas com a adjudicação de contratos de serviços a familiares próximos de titulares de cargos públicos por adjudicação directa, ou seja, com ausência de concurso público. Não é a primeira vez este ano que se clama por transparência a este executivo. Em matéria de transparência, já tinha sido prometida também, pelo presidente de Câmara, a publicação da lista dos funcionários de empresas em que a Câmara tem participação. Foi em Fevereiro, estando nós em Novembro sem que nada tenha acontecido, apenas e só por falta de vontade do presidente da Câmara. É tempo de procurar a transparência nos processos municipais em nome da qualidade da democracia local. Espero sinceramente que a comunicação social aqui, cumpra o seu papel de informadora rigorosa da população e nos mantenha a todos informados do estado em que está a qualidade da democracia da nossa terra, sem amarras, sem dependências ou tentativas de manipulação de todos nós.

 

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