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GUIMARÃES NO CAMINHO DA CAPITAL VERDE EUROPEIA

As áreas urbanas são a fonte de muitos dos desafios ambientais de hoje, uma vez que, dois em cada três europeus vivem em cidades. Uma das ferramentas políticas que a Comissão Europeia está a usar para enfrentar estes desafios é o Galardão de Capital Verde Europeia.

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[Foto: CMG]

As áreas urbanas são a fonte de muitos dos desafios ambientais de hoje, uma vez que, dois em cada três europeus vivem em cidades. Uma das ferramentas políticas que a Comissão Europeia está a usar para enfrentar estes desafios é o Galardão de Capital Verde Europeia (EGCA). Guimarães decidiu assumir estes desafios e candidatar-se a este galardão.A Capital Verde Europeia reconhece e recompensa os esforços locais para melhorar o meio ambiente, a economia e a qualidade de vida nas cidades. O EGCA é dado anualmente a uma cidade, que está na liderança no caminho para uma vida urbana ambientalmente amigável e que, portanto, pode atuar como modelo para inspirar outras cidades. As cidades diferem enormemente e a partilha de exemplos concretos sobre o que uma Capital Verde europeia pode ser é essencial para a realização de novos progressos, e um dos aspetos valorizados nas candidaturas.Estocolomo 2010 foi a primeira Capital Verde EuropeiaEstocolmo, em 2010, foi escolhida pela sua “visão holística”, combinando crescimento com desenvolvimento urbano sustentável. Todos os comboios de Estocolmo e os autocarros da cidade funcionam com combustíveis renováveis. Há amplos espaços verdes que contribuem para melhorar a qualidade do ar, reduzir o ruído e melhorar a biodiversidade. Em 2010, Estocolmo lançou um novo Programa de Visitas de Estudos Profissionais para fortalecer redes com outras cidades, organizações e centros de pesquisa europeus.
Hamburgo impressionou o Júri com suas reduções nas emissões de carbono. As emissões de CO2 na cidade reduziram cerca de 15% per capita em relação a 1990, economizando aproximadamente 46 mil MWh por ano.
Vitoria-Gasteiz destacou-se pelo seu projeto emblemático Green Belt, uma área verde semi-natural parcialmente recuperada de áreas degradadas, que circunda o centro da cidade. No geral, a cidade tem uma alta proporção de áreas verdes, garantindo que toda a população vive a menos de 300 m de um espaço verde aberto.

Vitória foi a primeira cidade ibérica a receber o galardãoVitoria-Gasteiz destacou-se pelo seu projeto emblemático Green Belt, uma área verde semi-natural parcialmente recuperada de áreas degradadas, que circunda o centro da cidade. No geral, a cidade tem uma alta proporção de áreas verdes, garantindo que toda a população vive a menos de 300 m de um espaço verde aberto. Vitoria-Gasteiz também fez um grande progresso na gestão da água urbana, entre 2001 e 2009, o consumo de a água per capita caiu 20%. No ano em que venceu, Vitoria-Gasteiz garantiu financiamento externo para novos projetos ambientais, incluindo mais 250 mil árvores no Green Belt e as obras de prevenção de inundações. Além disso, vários planos de ação foram revigorados, incluindo alguns destinados a melhorar a consciencialização pública sobrea necessidade de tratar os resíduos e de reduzir o ruído.

Nantes foi a primeira cidade na França a reintroduzir com êxito os eléctricos. A cidade também investiu fortemente em vias para bicicletas. A política de transportes, juntamente com um ambicioso plano climático, também reduziu as emissões de CO2 para 4,77 toneladas per capita. Nantes reuniu alguns dos especialistas mundiais em sustentabilidade e práticas ambientais, recebendo uma série de conferências-chave, incluindo a Ecocity World Summit.Copenhaga vai a caminho do carbono 0 em 2015Copenhaga pretende ser uma cidade carbono neutro até 2025, através do aumento da participação das energias renováveis no aquecimento urbano da cidade e tornando-a a melhor cidade do mundo para ciclistas, entre outras iniciativas. Liubliana impressionou pela significativa transformação que foi feita na sustentabilidade da cidade nos últimos 10 a 15 anos. Esta alteração foi alcançada em áreas como transporte local e criação de zonas pedestres no centro da cidade. Também foram muito valorizadas as soluções para a gestão de desastres naturais. Isto foi demonstrado no terreno, pelo trabalho realizado após as cheias na Região dos BalcãsBristol só venceu após três tentativasA cidade de Bristol dedicou um orçamento de 300 milhões de euros para eficiência energética e energia renovável até 2020. Bristol também demonstrou crescimento de 4,7% da sua economia verde em 2012 e teve a ambição de se tornar um pólo europeu para a indústria de baixas emissões de carbono.
Mark Leach, um dos principais responsáveis pelas várias candidaturas de Bristol (a cidade candidatou-se duas vezes antes de vencer à terceira candidatura) afirma que “Bristol começou a trocar experiências, aprendendo, partilhando nossa experiência com outras cidades ao redor do mundo. Isso é fantástico, não apenas para a nossa jornada de nos tornarmos uma cidade cada vez mais verde, mas também, em termos de perfil internacional e do prestígio e confiança da cidade como um todo. Bristol sempre teve boas ligações internacionais e sempre as soube usar, mas ser Capita Verde Europeia elevou esta colaboração a outro patamar”.AMADEU PORTILHA EXPLICA A CANDIDATURA A CAPITAL VERDE EUROPEIAGuimarães candidata todo o território do concelho e não apenas a cidadeEm certo sentido a candidatura de Guimarães é mais ambiciosa que a de Bristol, uma vez que, Domingos Bragança decidiu candidatar todo o território do concelho, ao contrário do que aconteceu na cidade inglesa. Alguns dos indicadores favorecem claramente as zonas urbanas, como por exemplo: “distância média dos cidadãos a um parque de lazer”. Ainda assim, Guimarães decidiu fazer o esforço de incluir todo o território. Para Mark Leach o que fica de uma experiência como esta para a cidade é mais do que o património construído, “que em Bristol foi muito pouco”, o que fica é “uma contínua melhoria dos indicadores, apesar de um massivo desinvestimento devido à austeridade”. Como é que surge a ideia de candidatar Guimarães a Capital Verde Europeia?

Este foi um desígnio a que nos propusemos há quatro anos atrás, quando estávamos a preparar o nosso compromisso eleitoral com os vimaranenses para 2013-2017. Domingos Bragança, logo nessa altura, afirmou que Guimarães, depois de provar que tinha capacidade assumir desígnios e organizá-los com grande qualidade, estava na altura de assumir um desafio de acordo com os tempos que vivemos. Nós temos um planeta moribundo e nós estamos a consumir os recursos da terra a uma velocidade que nos coloca a viver em déficite. Hoje o grande desafio de Guimarães e de todas as cidades do mundo é criar politicas que as tornem sustentáveis e que deem qualidade de vida às pessoas.

Que benefícios é que Guimarães pode retirar se vencer? E se não vencer?

Guimarães já venceu esta batalha, na medida em que hoje, na Câmara, nenhum de nós conseguir dissociar a sua ação desta ideia do desenvolvimento sustentável. Podíamos fazer uma Academia de Ginástica normal. Mas não! Fizemos um edifício próximo do carbono zero. Podíamos continuar com o sistema de resíduos como até aqui, mas fomos para a frente com um sistema de recolha com um tarifário associado, o primeiro no país. O paradigma da governação mudou.

O que é que já viu em outras cidades Capital Verde Europeia que o anima?

Só houve uma que me enciumou; Liubliana. Todas as outras não se destacam de Guimarães. Admirei fundamentalmente a coragem política. A cidade não tem carros em lado nenhum, não estou a falar apenas de um centro histórico. Os próprios moradores deixaram de usar o carro próprio. O serviço de recolha de resíduos passa a cada dez dias, o que leva a que as pessoas procurem fazer menos lixo, porque têm que o guardar em casa. Nós temos recolha cinco vezes por semana e nisto podia-se poupar milhões.

Quais são os pontos fracos fortes da candidatura?

Na área da natureza e da biodiversidade Guimarães tem um papel muito importante, na ecoinovação com o Centro de Valorização de Resíduos, o Instituto da Biosustentabilidade e o Laboratório da Paisagem. Ganhamos agora uma série de prémios com o papá-chicletes, o ecopontas e o sistema de retenção de água nas hortas, que acabou com as inundações na cidade. Ainda temos um sistema de gestão de resíduos que fica aquém do que existe, principalmente no norte da Europa. Isto também é fruto de haver três entidades a trabalhar neste setor. A mobilidade também é um problema, temos de desenvolver os transportes urbanos  verdes e o uso da bicicleta.

Este é um projeto da cidade ou do concelho?

É um projeto que Domingos Bragança assumiu, desde o início, que seria de todo o território do concelho. Com grande prejuízo para a candidatura. As cidades só têm que apresentar um território de 100 mil habitantes e isto dava-nos rácios mais interessantes. Mas a coesão territorial para nós era absolutamente fundamental, por isso, as Brigadas Verdes estão em todas as freguesias e todos os presidentes de Junta fazem parte do concelho consultivo.SABER MAIS SOBRE A CAPITAL VERDE EUROPEIA

O que é o European Green Capital Award?

O Prémio Europeu de Capital Verde promove e recompensa os esforços das cidades comprometidas com a melhoria do seu ambiente urbano. O prémio é dado anualmente a uma cidade reúna os seguintes factores: ter um registro consistente de alcançar altos padrões ambientais; estar comprometida com metas contínuas e ambiciosas para uma maior melhoria ambiental e desenvolvimento sustentável; atuar como modelo para inspirar outras cidades e promover melhores práticas em toda a Europa.

O European Green Capital Award foi lançado pela Comissão Europeia em 2008. A primeira cidade galardoada com o título da European Green Capital, foi Estocolmo, na Suécia, que recebeu o título em 2010.

Como é selecionada a cidade vencedora?

O prémio está aberto a qualquer cidade com mais de 100 mil habitantes dos Estados membros da UE, candidatos à EU, e dos países: Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. As cidades candidatas são avaliadas com base em doze indicadores ambientais: Mudanças climáticas (mitigação e adaptação); transporte local; áreas urbanas verdes que incorporam uso sustentável da terra; natureza e biodiversidade; qualidade do ar ambiente; qualidade do ambiente acústico; produção e gestão de resíduos; gestão da água; tratamento de águas residuais; eco inovação e emprego sustentável; desempenho energético; gestão ambiental integrada; inicialmente, os aplicativos são avaliados por um painel independente de especialistas reconhecidos internacionalmente; que propõem uma lista restrita de cidades finalistas.

As cidades selecionadas são convidadas a apresentar seus planos de ação e estratégias de comunicação para serem apreciados por um painel independente de peritos internacionais reconhecidos nas matérias em apreciação. Este painel proporá uma shortlist de cidades que passarão à fase final da corrida. A partir desta shortlist o júri, composto por representantes de alto nível da Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Comité das Regiões, Agência Europeia do Ambiente, ICLEI, o Gabinete Europeu do Meio Ambiente e a Convenção de Presidentes de Câmara (Covenant of Mayors Office for Climate and Energy).

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