ICOMOS DÁ PARECER NEGATIVO AO PARQUE DE CAMÕES
"Consideramos positiva a intenção de estender a área Património da Humanidade, porém, a construção do parque de estacionamento está em contradição com esta intenção, por isso, demos parecer negativo", Maria Ramalho, presidente do ICOMOS
A Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS-Portugal), através da presidente do conselho de administração, Maria Ramalho, fez saber que enviou ao presidente da Câmara Municipal de Guimarães um parecer “sobre a proposta de alargamento da área de classificação do património mundial para a zona de Couros”. Maria Ramalho acrescenta que no mesmo documento foi enviada “uma análise sobre o projeto de parque de estacionamento previsto para a mesma área que consideramos negativo”.Relativamente ao pedido do Mais Guimarães para consultar o documento a presidente do ICOMOS-Portugal, remete para a Câmara Municipal de Guimarães, uma vez que “se trata de um documento oficial”. Alertado para a existência deste parecer o Mais Guimarães já solicitou à Câmara o acesso ao documento, em 18 de setembro, tendo reforçado o pedido a 22 do mesmo mês e novamente a 13 de outubro, sem resposta até ao momento.
Entretanto realizou-se no sábado, dia 14 de outubro, na travessa da Caldeirôa, a oitava Assembleia Popular da Caldeirôa. Em discussão estiveram a defesa da criação de um jardim público em vez de um parque de estacionamento e a proteção da biodiversidade naquele quarteirão.
A Assembleia Popular da Caldeirôa foi constituída, em julho de 2016, por um conjunto de pessoas preocupado com o resultado para o bem-estar comum da construção do parque de estacionamento de Camões no interior do quarteirão delimitado pelas ruas de Camões, Liberdade e Caldeirôa.
Na Assembleia estiveram presentes 22 pessoas que tinham em comum a oposição à construção do parque de estacionamento naquele local. Foi decidido pelos presentes na Assembleia que não poderiam ser colhidas fotografias. Das medidas que foram decididas ressalta a constituição de uma associação de defesa do património que tenha como objeto a luta pela preservação do quarteirão e que impeça a construção do parque. Relativamente a medidas, foram referidas algumas hipóteses, sem, no entanto, ficar decidido qual delas é que deveria avançar. Entre as medidas propostas estão o recurso à justiça, através de uma ação popular, já que, na opinião de alguns dos participantes o projeto viola o PDM, a recolha de assinaturas para obrigar à realização de uma Assembleia Municipal extraordinária, ao abrigo do regimento deste órgão.
Assente ficou a decisão de fazer um pedido à Câmara para levar pessoas a visitar o interior do quarteirão. A Assembleia Popular decidiu que esta seria uma forma de sensibilizar mais pessoas para a causa. “Se as pessoas conhecerem aquele espaço vão querer preservá-lo”, ouviu-se dizer.
No interior do quarteirão já decorrem trabalhos de arqueologia, necessários à realização do projeto do parque de estacionamento, para os quais foram já derrubadas algumas árvores.
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