NÓS AS MULHERES

MARCELA MAIA Técnica de relações internacionais na Universidade do Minho

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por MARCELA MAIA
Técnica de relações internacionais na Universidade do Minho

Este não é um texto feminista, mas é um texto escrito no feminino sobre o sexo feminino e o feminismo.

No decorrer das passadas semanas foi noticiada uma peça que me chamou à atenção e me levou a repensar acerca dessa temática: o feminismo.

A Google, essa gigante do mundo virtual que vai controlando o mundo real, demitiu um funcionário por este ter proferido comentários depreciativos acerca da capacidade, ou falta dela, das mulheres para exercerem cargos de liderança.

A empresa, que vai estando ano após ano no top das melhores empresas para se trabalhar, quis assim dissociar-se deste tipo de comentários.

Segundo o que afirmou o “Senhor Engenheiro”, “as opções e as capacidades de homens e mulheres divergem, em grande parte devido a causas biológicas, e estas diferenças podem explicar por que não existe uma representação igual de mulheres (em posições) de liderança”, isto porque “as aptidões naturais levam os homens a ser programadores de informática, enquanto as mulheres são, mais inclinadas aos sentimentos e à estética que às ideias, o que as leva a escolher carreiras nas áreas social e artística”.

O “papel” da mulher na sociedade tem sido amplamente debatido e quase sempre injustamente avaliado ao longo dos tempos. Ao jeito da evolução do australopitecos para homo sapiens sapiens a perspetiva que se tem da mulher evoluiu de Mãe e dona de casa dependente para Mulher – seja Mãe ou não, trabalhadora e dona de casa independente.

Hoje as mulheres podem ser, quase, aquilo que quiserem ser, sendo certo que provavelmente ganharão menos do que um homem…

Ainda voltando à notícia que me levou a escrever este artigo e apesar da Google ter manifestado o seu desagrado perante as declarações do seu (ex) funcionário, a verdade é que o número de mulheres em cargos de liderança é substancialmente inferior ao número de homens a ocuparem esses mesmos cargos.

Um estudo de 2016 do Fundo Monetário Internacional – presidido por Christine Lagarde, uma mulher – indica que entre as 620 empresas mais bem cotadas na bolsa europeia apenas 12% têm mulheres em cargos de liderança.

O estudo refere também que “apesar de alguns progressos importantes nas últimas décadas, os avanços têm perdido algum fulgor, apesar da maior equidade no investimento em capital humano, da descida das taxas de natalidade, das alterações nas normas sociais e igualdade legal, além do acesso a oportunidades de emprego”.

Como remate deste estudo e numa tentativa de incentivar as empresas a contratarem mais mulheres para cargos de liderança, Christine Lagarde mencionou ainda que “aumentar a participação feminina melhora os resultados” e que “contratando uma mulher para a administração, as empresas conseguiram retorno de ativos entre os três e os oito por cento”.

Ao longo da minha vida académica e profissional tive, por coincidência ou não, maioritariamente mulheres a orientarem-me ou a chefiarem-me. Todas elas mulheres confiantes e capazes, que sempre alimentaram a minha autoconfiança enquanto mulher, trabalhadora e independente. E com todas elas aprendi o que se deve, ou não, fazer para nos tornarmos líderes na função que desempenhamos.

Já diziam o James Brown e a Etta James que este é um mundo de homens, mas que não seria nada sem as mulheres…

 

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