O FUTEBOL E A INSEGURANÇA NA CIDADE

RUI ARMINDO FREITAS Economista

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por RUI ARMINDO FREITAS
Economista

Como adepto de futebol que sou, e acima de tudo, vitoriano, sócio há mais de 30 anos, escrevo esta semana, sobre alguma coisa de muito errado que se está a passar na nossa cidade, no planeamento da segurança, em dias de jogos de futebol. O Vitória, para além de ser uma das grandes paixões dos vimaranenses é, indiscutivelmente, o maior embaixador de Guimarães no país, e fora de portas. Por isso, nós, vimaranenses e vitorianos, sofremos, torcemos e desejamos ardentemente que o nosso clube cresça, ganhe e catapulte, não só o seu sucesso desportivo, mas com ele todo um concelho.

Nós, vitorianos, estamos sempre prontos para apoiar a nossa equipa, sempre que há jogos, sejam “grandes” ou menores, porque para nós é indiferente, estamos lá pelo Vitória. Mas nós somos adeptos, já com as autoridades, parece-me que a atitude, não deve ser a mesma. Isto é, se é sabido que um determinado evento, desportivo ou outro, pode acarretar um acréscimo de risco de segurança na via pública, para pessoas e bens, deve agir em conformidade, se não o faz, as responsabilidades devem ser assacadas. O que se passou esta semana na nossa cidade é, quanto a mim, inadmissível. Ver que em pleno centro da cidade, nem meia dúzia de centenas de adeptos de um clube visitante, obrigam comércios a fechar, transeuntes a refugiarem-se em estabelecimentos comerciais, alguns deles a ficarem retidos por conselho das forças policiais, não me parece normal. A falta de preparação para a recepção dos adeptos do Marselha na passada quinta feira foi demasiado evidente para ser ignorada por nós. As autoridades municipais, não devem deixar passar em branco este tipo de acontecimentos e devem agir, dentro das limitações das suas competências, obviamente, para obterem os esclarecimentos necessários a perceber como, por algumas horas, e para um evento que já estava marcado há muito, umas centenas de pessoas obrigam parte da nossa cidade a ficar sitiada. Claro que, se a videovigilância prometida vezes sem conta, estivesse operacional, tudo seria mais fácil de entender…

Mas mais preocupante é, quando na mesma semana, pelo menos desportiva, no domingo, dá-se a recepção a um clube de Lisboa, conhecido por trazer adeptos complicados, com um histórico mais do que conhecido, e sempre nas mesmas artérias da cidade, e volta a gerar-se a confusão. Se quem vai ao futebol hoje reconhece que há riscos, que infelizmente corre, pela falta de segurança associada ao mesmo, já isso, não me parece correcto ser exigido ao comum cidadão, que nem vê futebol e dá por si nas ruas da sua cidade a fugir, a tentar proteger-se a si e aos seus, se for o caso, porque a sua segurança e a ordem pública pura e simplesmente não são asseguradas pelas forças policiais. Está a acontecer vezes de mais. Cabe à autarquia averiguar o que se passa e agir de forma a que esta situação seja corrigida. Basta que se olhe para um caso que sucedeu em Lisboa na semana passada, num episódio que reconheço ser bem diferente, à porta de uma discoteca, mas em que a autárquica foi célere em agir para repor o sentimento de segurança dos munícipes e daqueles que, não sendo da cidade, a visitam. Em relação ao que se passou no interior do estádio, o presidente do clube, já disse que espera por esclarecimentos, em relação ao que se passou nas ruas da cidade, espero que a autarquia não tenha atitude diversa.

 

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