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“O TEMPO DAS CEREJAS”

ANTÓNIO ROCHA E COSTA Analista clínico

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por ANTÓNIO ROCHA E COSTA
Analista clínico

Quem não conhece a mítica canção da Comuna de Paris, “Le temps des cerises”, que um dia François Miterrand pediu a Barbara Hendrix para cantar? O tempo das cerejas é um tempo efémero, que se repete todos os anos e nos faz reviver a felicidade e o amor primaveris, em tempos de intolerância e de desrespeito pela vida. À parte as breves considerações filosóficas, costuma dizer-se que as palavras são como as cerejas, que encadeiam umas nas outras
e se cereja puxa cereja, palavra puxa palavra, fluindo as estórias, com a mesma facilidade com que os melros e a restante passarada debicam os frutos vermelhos. Como as cerejas, será o encadeamento das partes que compõem esta crónica. Embora pareça que uns assuntos nada têm a ver com os outros, a verdade é que, como alguém já disse, isto anda tudo ligado, precisamente como as cerejas. Lembram-se dos contos da infância, em que misteriosos personagens se deslocavam em cima de tapetes voadores e bruxas de nariz adunco sobrevoavam as nossas cidades, montadas em velozes vassouras? Pois bem: esse tempo das estórias de ficção, transformou-se finalmente em realidade, sendo que o veículo transportador se chama “hoverboard”, foi inventado por um Canadiano e nele viajou o homem que transportou a bola da última final da Taça de Portugal, disputada no estádio do Jamor, entre as hostes de D. Afonso e as da moirama, que isto de futebol também se assemelha aos torneios medievais. Pena é que os responsáveis pela autarquia vimaranense, com lugar cativo na tribuna do Estádio Nacional, ao lado do Presidente Marcelo, não tenham adoptado a criativa ideia, colocando-a ao serviço das gentes vimaranenses. Com efeito, numa cidade onde os engarrafamentos de trânsito são cada vez maiores, e onde escasseiam os lugares para estacionar as viaturas, deveria a Câmara, em vez de promover os veículos eléctricos que só contribuem, pela sua lentidão, para entupir ainda mais as citadinas artérias, dotar o município de milhares dessas “geringonças voadoras”, para transportar o impaciente transeunte de um lado para o outro, qual “Jardel voando sobre os centrais”. Além do mais, evitava-se a polémica actual em torno da construção do parque de estacionamento subterrâneo no quarteirão entre as ruas de Camões, Liberdade e Caldeiroa, que representa um investimento de 7,2 milhões de euros. Poderia assim essa verba reforçar o investimento público da autarquia, noutras áreas mais prioritárias, tendo em vista as eleições autárquicas. Por falar nisso, ouvi há dias na rádio uma notícia que apontava para um aumento do investimento da Administração Central, na ordem dos 26%, enquanto o investimento público das autarquias sofreu um aumento de 44%. Por falar em investimento, também soube pelos jornais, que Guimarães irá ter um Megacentro Europeu de Investigação de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão, orçado em 50 milhões de euros e que ocupará 200 investigadores. Curiosamente, ou talvez não, no mesmo jornal em que li esta notícia, vinha uma outra, a dar-nos conta de que a InvestBraga acompanhou, desde que foi criada em 2014, trezentos projectos de investimento, num total de 548 milhões de euros. Para quem não sabe, InvestBraga é o nome da agência municipal para a dinamização económica de Braga.

Ou seja, a cada um consoante a sua ambição, que é como quem diz “ as coisas não vêm ter connosco”, sendo preciso porfiar para alcançar.

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