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QUO VADIS GUIMARÃES EM VERDE

ÂNGELA OLIVEIRA Advogada

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por ÂNGELA OLIVEIRA
Advogada

“O que está a acontecer em Guimarães é o desenvolvimento de uma campanha verde e não a criação de uma consciência verde.”, a frase é de um amigo e que se encaixa no modo como tenho acompanhado a encenação “Guimarães, Capital Verde Europeia- brevemente”

Os eventos à volta da campanha são vários, com a publicidade que estas coisas merecem: ora as crianças estão a plantar árvores, ora a andar de bicicleta, ora vão limpar cursos de água, ora…as crianças.

Dizer que as crianças são o futuro não é só um cliché. Começar a campanha por quem, no futuro replicará boas práticas faz todo o sentido, se o objetivo é sermos Capital Verde Europeia em 2030, porque se é suposto querermos o desígnio mais cedo, há mais a fazer. Mas claro, as crianças ficam sempre bem na fotografia, e sorriem, porque não lhes interessa a política. E o resto da população? Os agricultores, os industriais, os comerciantes…que eu saiba, zero!

Não! Dirão, anda distraída, então e o sistema inovador de recolha de lixo no Centro Histórico? A limitação do trânsito? E a construção do novo edifício eco sustentável para uma Academia de Ginástica? E o Ecopontas e o PapaChiclets? Os Seminários? As apresentações, palestras, sessões de esclarecimento? E a revista “ Guimarães mais Verde”? Recebi uma em casa, em papel…abri-a a pensar que seria uma revista de boas práticas ambientais, para aqueles menos versados em internet, admitindo-se alguma informação sobre candidatura mas, no essencial, educando os leitores para uma consciência verde. Desculpem, pouco mais lá vejo que não tenha já sido noticiado nos jornais, à exceção da propaganda do costume, mas em papel e na minha caixa de correio. Prometo reciclar.

Então não anda a população do Centro Histórico tão aborrecida com o PAYT? Não foram já relatados inúmeros casos de “ fuga” ao sistema, colocando-se lixo noutros locais?

A Academia de Ginástica será muito bonita, terá muitos prémios, mas a pegada ecológica de Guimarães não seria maior se não fosse construído OUTRO equipamento? Temos poucos, sabem?

Do restante…apenas ações meramente ocasionais, algumas chegando a ser risíveis face aos problemas ambientais que o concelho vive.

Só nos últimos dois anos, após anúncios, campanhas e foguetes de candidatura à Capital Verde Europeia, surgiram 3 situações preocupantes nesta matéria, sem solução à vista por parte da Camara Municipal: (1) O projeto da via para o Avepark (que mereceu o protesto da Associação Vimaranense de Ecologia e da QUERCUS ); (2) A construção da Ecoiberia (que mereceu o recente protesto da QUERCUS, escudando-se a Camara Municipal no “ momento” de aprovação do PDM sabendo de antemão o que no local seria construído, com uma leveza e com um desleixo surpreendente (3) A poluição do rio Ave. É incrível que uma Câmara que quer ser Verde se limite a manifestar “preocupação” num caso de enorme gravidade para a saúde pública, para o ambiente e para a sustentabilidade ecológica do concelho.

Portanto o que se pode concluir é que esta candidatura não é um projeto em que estejam presentes preocupações ambientais e ecológicas genuínas. Se assim fosse, às ações publicitárias, juntar-se-ia uma prática diária e rigorosa na defesa do ambiente que, infelizmente, não existe, começando pela própria Câmara Municipal.

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