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ROJÕES DO PINHEIRO

Na noite do dia 29 de novembro, comem-se Rojões, como manda a tradição

© Direitos Reservados

por Mário Moreira

Os Moinas saíram à rua com o seu ar travesso, a dar início às tradicionais festividades estudantis, ensaiando no toque musculado, a reunir tropas, até à primeira semana de dezembro.

As Nicolinas são as festas mais antigas e mais genuínas que melhor representam e identificam, há seculos, a cultura e a história da cidade berço. As festas resgatam tempos e raízes medievais, onde o santuário da Nossa Sª da Oliveira, ainda é o seu espaço. Os “números” Nicolinos: as Novenas, o Pinheiro, a Ceia Nicolina, as Posses, o Magusto, as Roubalheiras, o Pregão, as Macãzinhas e as Danças Nicolinas, são bem o exemplo da diversidade e autenticidade desta gigantesca folia. Acorrem muitos milhares de curiosos forasteiros. O Pinheiro, símbolo de juventude, é sem dúvida o ponto alto da sua maior expressão, com as caixas e os bombos num som estridente e ensurdecedor enchem todas as ruas e avenidas da cidade numa desenfreada e louca batida e percorrem a noite num fervor inigualável, onde as forças de prevenção médica, se encontram em guarda!

Na noite do dia 29 de novembro, comem-se Rojões, como manda a tradição. Infelizmente, em muitos locais, prevalece o “vale tudo” e o serviço prestado, não é seguramente, um bom cartão de visita.

Ingredientes e formas de confeção, para 4 pessoas

1) Cortam-se nacos bem generosos, de carne da pá, da perna e da barriga do porco e temperam-se em meio litro de vinho tinto e branco, alhos esmagados, 2 folhas de louro, uma colher de sopa de sal, uma colher se chá de pimenta, uma colher de chá de cominhos, um limão espremido, 5 colheres de azeite.

 

2) Os Rojões são fritos em banha (6) de porco (a grande maioria dos restaurantes estufam-nos, diretamente, o que está errado) e selados, corados ou tostados. Ficam com um sabor surpreendente e bem diferente. Após esta operação, são colocados num tacho com todo o líquido e restante marinada e em fogo lento, ficam a estufar, para deste modo ficarem, bem tenros, macios e suculentos.

 

3) Fritam-se, 150 gr de tripa enfarinhada, 150 gr de fígado, 150 gr de redenho, 100 gr de farinhatos, 150 gr de castanhas, e salteia-se neste líquido o sangue cozido. Todos estes ingredientes, são, devidamente temperados com sal, pimenta e cominhos q.b.

São fritas, 200 gr de batatinhas em banha resultante da fritura dos Rojões.

 

4) Cozem-se 500gr de grelos em água fervente e de seguida, salteiam-se em azeite, alho picado, pimenta e sal a gosto.

 

5) Quanto ao empratamento, pode fazê-lo numa travessa de serviço, onde coloca as batatinhas, dispõe de forma intercalada todas as peças confecionadas e coloque as quatro porções de grelos e ao seu lado quatro grandes gomos de laranja.

 

NOTA: 6 é uma técnica de cozinha. Há uns anos, as peças de carne chegavam inteiras do talho, ao restaurante. Eram desmanchadas e os couratos com gordura, o toucinho, eram colocados em recipiente de ferro e durante várias horas, desfaziam-se em gordura, que após tudo bem coado se transformava na banha onde se faziam as frituras. O sabor é bem diferente. Dá trabalho? Muito mas o gozo de quem faz por gosto, é o grande desafio!

 

Bom apetite.

Um abraço gastronómico,

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