UM AMOR INCONDICIONAL…
VASCO RODRIGUES
por Vasco Rodrigues
O Vitória, ontem, não foi derrotado…
Não foi derrotado, porque só quem se resigna perante a dor perde…quem, no momento a seguir ao da derrota, consegue levantar-se nunca poderá ser considerado perdedor!
E, assim sendo, os vencedores, mesmo não trazendo o troféu, foram os vitorianos…todos eles! Os jogadores, o staff, e acima de tudo… aquela inolvidável moldura humana, que com os seus cânticos, demonstrou que o amor é incondicional…
É incondicional, porque estóicos os Vitorianos aguentaram os noventa minutos…e tristes por esses noventa não se terem transformado em cento e vinte, porque como a bancada cantava “para nós a chuva é Sol”!
É incondicional, como tem de ser, porque estes amores puros só devem existir se forem partilhados… e como foi bonito sentir que naqueles quinze mil coexistiam os mais velhos (desde o sócio nº2) e os mais jovens que, independentemente do resultado, transbordavam orgulho no Vitória, em ser Vitória…
É incondicional, porque, como se voltou a comprovar, os vitorianos são adeptos do Vitória e não das vitórias…é um lugar-comum, mas, porém, tão verdade! A chover nunca abandonaram os seus lugares, nunca deixaram a voz emudecer, nunca deixaram de saltar como se isso ajudasse os seus heróis a almejar o Olimpo…ao contrário, porém, a quinze minutos do fim do desafio e certos do êxito, adeptos de camisola vermelha abandonavam o estádio, quiçá enfastiados pela intempérie….
É incondicional, porque, desde sempre, fomos habituados a lutar contra as adversidades. Na verdade, sabíamos que, em condições normais, não poderíamos ter armas iguais às do adversário. Numa competição assimétrica a diferença que o quarto classificado pode gastar comparativamente ao primeiro não tem paralelo na Europa. Os montantes que o Benfica apresenta no seu orçamento para o futebol, as quantias pelas quais consegue vender atletas – ainda que sem provas dadas, alguns – e a possibilidade de adquirir jogadores no estrangeiro e adquirir os que entender no panorama nacional, nem que seja para ceder imediatamente, fazem de qualquer competição que tenha a intervenção deste tipo de clubes, desequilibrada por natureza…
É incondicional porque só um amor assim é que, na dor da derrota, teria a dignidade para se erguer e, ainda mais alto, cantar… para, como forma de agradecimento, exigir que aquele momento, que os ignaros sugerem ter sido criado pelos islandeses no Euro 2016, desconhecendo que, desde 2004. já assim fazemos, acontecesse! Não para festejar, como tantas vezes esta época… mas porque a dor partilhada com todos os que amamos custa menos…é afagada nas lágrimas do outro… no semblante carregado do Pedro Martins, no choro do Miguel Silva, na face sem expressão do Marega!
É incondicional, porque hoje, que dói tanto ou mais do que ontem, sentimos orgulho nos nossos… não os recriminamos, pois sentimos que tudo deram e tudo fizeram para sermos todos felizes. Não os criticamos, e eles ficaram com a certeza que, se amanhã, necessário fosse, voltariam a entrar naquele relvado, respaldados por todos nós…que estaríamos novamente dispostos a ficar encharcados até ao último osso para o extraordinário sentimento de unicidade partilhado voltar a suceder…
É incondicional, porque posto isto, o Vitória não perdeu… nunca poderia perder! O Vitória saiu vencedor aos olhos de um país cinzento, fora três cores… combateu o Adamastor e sem o troféu foi o grande vencedor da tarde…
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