10 anos a prestar cuidados de saúde e sociais de excelência

Artigo publicado na edição de janeiro da revista Mais Guimarães.

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No dia 2 de janeiro de 2012, abriram as portas da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Manutenção do Centro Social de Nespereira com a entrada dos seus primeiros utentes. Foi um desafio que o Centro Social decidiu abraçar e que, volvida uma década, os responsáveis consideram ter sido “a decisão certa” na resposta às necessidades da comunidade que abrangem, de entre Guimarães e Vizela.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

À Mais Guimarães, Luísa Pedroso, atual diretora geral do Centro Social de Nespereira lembra o caminho que foi necessário percorrer até à abertura da Unidade. A candidatura que preparou, em 2008, com apenas 25 anos, foi
como um “primeiro filho, aquele que eu concebi em primeiro lugar”, e que surgiu dois anos depois de ter começado a trabalhar como coordenadora do Serviço de Apoio Domiciliário.

Nessa altura, várias IPSS’s sentiram dificuldades com o encerramento dos ATL’s motivado pela introdução do pré-escolar nas escolas públicas. “Sentimos que iriamos perder utentes e para não despedirmos trabalhadores teríamos que nos reinventar”, conta Luísa Pedroso.

“Somos uma equipa que olha mais para a pessoa do que para os diagnósticos”

Dora Carvalho

À época, o Centro Social possuía apenas as valências de Creche com Pré-escolar e ATL, também Apoio Domiciliário. A maior parte das Instituições iriam apostar na criação de lares ou aumento dessas unidades, mas a estratégia da instituição foi ir para uma área completamente diferente, a Área da Saúde.

Em 2006 tinham surgido os projetos piloto na área dos Serviços Continuados e abriram programas a que o Centro Social se candidatou, no verão de 2008. A resposta positiva chegou em janeiro de 2009.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

“Sabia que aquele momento iria mudar a vida de todos nós”, conta a diretora geral que, na altura frequentava o mestrado em Cuidados Continuados: “o que foi ótimo porque permitiu-me implementar de imediato o que aprendia aqui”.

No edifício, construído e inaugurado em 2012, tudo foi desenhado ao pormenor pensando na atividade que ali seria desenvolvida.

02 de janeiro de 2012

A Instituição dá um salto em 2012, com um aumento significativo de colaboradores, passando de 17 para 56, depois de um “longo e completo” processo de recrutamento. Numa área tão sensível, e em que o fator humano é “tão preponderante”, Luísa Pedroso sabia que a Instituição teria de ser muito rigorosa e justa na seleção dos seus
profissionais.

Em dez anos, a algumas centenas de pessoas foram prestados os cuidados de saúde naquela Unidade que está integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados. O Centro destina-se a pessoas que tenham “algum grau de dependência, que tenham tido alguma intercorrência de saúde ou agudização das suas patologias crónicas, dos problemas de saúde que tenham de base e que precisem de reabilitação”, refere Dora Carvalho, enfermeira responsável. Ali chegam referenciados pelo médico de família ou então pelo hospital, se tiverem uma doença aguda e estiverem internados. Reunindo estas condições, automaticamente as pessoas entram numa lista de espera que é gerida pela ARS. O Centro é informado, normalmente, com 48 horas de antecedência, da entrada de um
novo doente.

Sobre os serviços, Dora Carvalho diz que “nunca conseguimos falar de cuidados continuados sem falarmos daquela que é a filosofia dos três erres, que contempla a Reabilitação, Readaptação e Reinserção”. E explica, “quando alguém tem um problema de saúde e fica com algumas limitações em termos físicos, vem para os cuidados continuados para tentar reabilitar o corpo, a parte orgânica. Mas não lhe interessa, por exemplo, que tendo perdido a mobilidade em algum membro do corpo, e tendo força, não consiga ainda assim realizar as funções normais do seu dia-a-dia. Depois da Reabilitação e da Readaptação, passamos para a Reinserção na comunidade, fazendo com que possa voltar à família de origem, ao seu domicílio. Não havendo condições para que isso aconteça, seja institucionalizado”.

Segundo as estatísticas da instituição, 3 em cada 10 pessoas que entra nos cuidados continuados vai para ali como “último destino”, sendo pessoas que necessitam de medidas paliativas. Por esse motivo, o Centro tem feito “um investimento muito grande na área dos Cuidados Paliativos, com formação constante”, de modo a dar ao utente “a dignidade que todas as pessoas merecem no fim de vida”.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Luísa Pedroso diz que agora, passados 10 anos, as pessoas “já reconhecem o trabalho” que é desenvolvido. “É um trabalho de profundo investimento na área da saúde, muito trabalho de uma equipa multidisciplinar, uma equipa coesa e muito bem estruturada que conseguimos juntar e que tudo faz para reabilitar, não só em termos de saúde mas também em termos sociais quem aqui entra”.

O Padre Américo, pároco de Nespereira há 36 anos e presidente da direção do Centro Social, é um “admirador” do trabalho que ali se desenvolve, destacando à Mais Guimarães o “à vontade com que as pessoas trabalham, e ao mesmo tempo com que as famílias vêm cá visitar os seus familiares”.

O pároco acrescenta que, naquele Centro, “o serviço é muito humano, e os utentes são todos tratados pelo seu nome, por todos os colaboradores da casa”. O Centro Social de Nespereira, bem como aquela unidade em particular, são espaços “abertos à comunidade, disponíveis para a comunidade”, realça o Padre Américo, referindo que ali podem fazer-se análises clínicas e são disponibilizados à população vários serviços, como os de enfermagem ou fisioterapia.

Quanto à gestão da instituição diz ter de ser muito cuidada, apertadíssima, até porque as receitas estando limitadas ao valor protocolado com o Ministério da Saúde, obrigam a isso. Nas Unidades de CCI fica “muito mais barato tratar um doente do que se os cuidados forem prestados num hospital”, lembra.

Para além dos Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Manutenção, o Centro Social de Nespereira disponibiliza à comunidade as valências de Jardim de Infância com Creche e Pré-escolar, Serviços de Apoio Domiciliário, dispõe de uma Cantina Social, uma Academia Sénior e dá Apoio Social a pessoas carenciadas.

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