43,6 milhões de euros: Município “pouco fez” com a maior receita fiscal de sempre

43,6 milhões de euros foi quanto o município de Guimarães arrecadou com os impostos dos vimaranenses em 2022. Esta que é a “mais elevada cobrança de impostos municipais de sempre”, aponta a oposição.

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O Relatório e Contas de 2022, aprovado na reunião de Câmara da passada segunda-feira pela maioria socialista, contou com os votos contra dos vereadores da Coligação Juntos por Guimarães.

O documento reflete um acréscimo de receitas municipais de 2,1 milhões face a 2011, de 4,6 milhões face a 2020 e de 5,6 milhões comparativamente a 2019.

Além de contemplar uma visão distinta das prioridades para o município, a oposição considera que “havia espaço para uma redução fiscal às pessoas e às empresas”. Ainda assim, Ricardo Araújo acredita que esta “arrecadação enorme de receita fiscal não é acompanhada de uma execução de projetos que fosse compatível” com a verba angariada.

O voto contra baseia-se ainda no desenvolvimento económico e apoio à inovação que, na perspetiva do vereador social-democrata, não se constitui como prioritária para Domingos Bragança. “Não somos capazes de captar investimento e, por essa via, não somos capazes de criar novos empregos qualificados que permitam aumentar o rendimento médio das famílias, não temos renovação ou criação de parques industriais”, exemplificou.

A oposição propõe ainda uma “nova forma de olhar para as freguesias” através de um relacionamento com o município que reforce as suas responsabilidades e competências, reforçando a atribuição de verbas.

No que à mobilidade diz respeito, Ricardo Araújo crê que “o Partido Socialista demonstrou, em 2022, total incapacidade de solucionar ou dar início aos procedimentos para resolver os problemas de acessibilidade do concelho”.

Os problemas no setor da habitação e as obras não executadas são outros dos argumentos que sustentam a posição adotada. A biblioteca e o pavilhão da Escola João de Meira, a reabilitação da Escola de Abação e da cruz da Argola são alguns dos exemplos referidos, a par da Loja do Cidadão e do tramo de ligação de Silvares para Brito.

Relativamente ao posicionamento da cidade berço comparativamente a outros municípios, Ricardo Araújo admite que “Guimarães pode ter partido na frente, mas está a ficar para trás”.

Adelina Paula Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal, defende que este relatório reflete “um ano muito difícil, não só para todas as famílias, mas também para a Câmara Municipal”.

A vereadora com o pelouro da Educação referiu que, no seu caso, nunca teve “um orçamento tão grande, mas também nunca teve tantas dificuldades em responder afirmativamente àquilo que queria fazer com as escolas”.

Em 2022, destacou que os aumentos “com pessoal, com energia, com água”, cujos aumentos significativos se repercutiram no orçamento municipal.

Além disso, a responsável justificou que aumentaram os apoios na área social, nomeadamente perdões de dívida a famílias, adiantamento de verbas no âmbito da descentralização de competências, entre outros.

Relativamente às áreas de investimento, a vice-presidente da Câmara Municipal frisou que há efetivamente muitos projetos prestes a serem terminados, normais de um primeiro ano de mandato, para que em 2023 possam ser lançadas outras obras.

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