ABRIL COM CANTIGAS DO MAIO
Por Torcato Ribeiro
Torcato Ribeiro,
Dirigente Político do PCPEm Guimarães, as comemorações do 25 de Abril têm sido uma constante, embora ao longo destes 45 anos, o modelo das comemorações tenha sofrido alterações significativas. Não há comparação possível para a participação popular nos primeiros anos após a revolução com a realidade dos tempos que vivemos actualmente. Naturalmente que os tempos eram outros, onde as palavras, participar, reivindicar, protestar e lutar, tinham maior significado e faziam parte do quotidiano daqueles que sabiam e sentiam estar ao seu alcance melhorar e transformar as suas condições de vida.
São também muito diferentes as comissões promotoras das comemorações com as que hoje participam. Para termos uma ideia mais concreta, em 1977 a comissão promotora das comemorações era constituída por 6 Comissões de Moradores- S. Sebastião, Catarina Eufémia, Rua D. João I, Remédios- Urgeses, Gominhães e Bairro Leão XIII; 6 sindicatos – Têxtil, Calçado, Metalúrgicos, Escritórios e Professores; 16 Instituições culturais, recreativas e humanitárias – 20 Arautos, Juni, Juventude em Palco CICP, Grupo de Animação Canto Popular CICP,CITAC Creixomil, CAR, C.C. Fermentões, Teia, Cine – Clube, C. R. Cultural Popular, C.R.C. S. Torcato, Clube Operário de Campelos, A. E. Magistério Primário, Associação Comerciantes, Bombeiros V.G. e Biblioteca Gulbenkian. No comunicado da Comissão Promotora de 1977 a apelar à participação popular, podia ler-se: “A unidade de todos os portugueses antifascistas, a unidade das massas populares, a unidade combativa dos trabalhadores tolherá o passo aos fascistas, manterá vivo o 25 de Abril e a caminhada do nosso Povo rumo à vitória, rumo ao socialismo.”
Este modelo alargado e participado das Comissões Promotoras das Comemorações Populares do 25 de Abril, manteve-se até finais da década de 80. A partir daqui o município passou a ser o principal protagonista nas comemorações e os seus programas assumiram um papel meramente cultural e recreativo. A intervenção política que até aqui era feita na rua, ficou confinada à Sessão Solene da Assembleia Municipal. Ficou igualmente pelo caminho o desfile que era costume fazer-se pelas principais ruas da cidade.
Não podendo desvalorizar e lamentar as alterações verificadas, fruto de vários factores, onde o tempo assume papel determinante, a realidade concelhia dos nossos vizinhos e não só, está muito aquém daquilo que por aqui se faz por Abril.
Nos últimos tempos, com a colaboração de algumas instituições vimaranenses, o programa municipal das comemorações tem aumentado a oferta em quantidade e qualidade. É mais que reconhecido o sucesso do espectáculo “ Sons da Liberdade” pela Banda Musical de Pevidem com direcção do Maestro Vasco de Faria, envolvendo várias associações culturais, levado à cena no C. C. Vila Flor.
Como é reconhecido a grande diversidade das iniciativas programadas pelas diferentes intervenientes em diversas áreas como o canto, a música, as exposições e os debates, reforçando a importância da participação de outras instituições, até aqui arredadas da iniciativa.
Fomentar o envolvimento da comunidade na celebração de Abril é contribuir para a promoção e preservação dos seus principais valores, a democracia e a liberdade.
Vamos continuar a celebrar Abril. Sempre!
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