Domingos Bragança, presidente da Câmara, na reunião do executivo municipal desta quinta-feira, deu a conhecer o conteúdo de um pedido que lhe foi endereçado por António Lourenço para não receber, “nesta altura”, a Medalha Municipal de Mérito Cívico.

Com “enorme constrangimento e tristeza”, António Lourenço diz não se sentir “confortável a receber enorme distinção da Cidade de Guimarães num clima de suspeição que infelizmente também envolve a Liga dos Amigos do Serviço de Cardiologia”, do qual é presidente por inerência de cargo de diretor do Serviço de Cardiologia.

Este seria, acredita, “seguramente, um dos dias mais felizes” da sua vida.

A decisão foi tomada depois o Ministério Público suspeitar da prática dos crimes de “administração danosa, corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio”, entre outros crimes.

Paulo Lopes Silva, na reunião de Câmara, diz ver esta situação “com respeito da pessoa em causa” e reconhece que é alguém “que teve uma importância fundamental naquilo que continuamos a achar que foi um investimento importante para a região e o serviço público de qualidade que se abriu para dar resposta aos vimaranenses”.

Na esperança de, “passado este processo e havendo, da parte do próprio, essa disponibilidade”, voltar a propôr a atribuição Medalha Municipal de Mérito Cívico a António Lourenço, o vereador lembra que esta “é uma pessoa que nos merece todo o reconhecimento pelo trabalho que tem feito em Guimarães quer do ponto de vista da cardiologia no hospital, quer na própria ligação com o centro médico desportivo”.

Também Ricardo Araújo não deixa de dizer “aquilo que dizia há uma semana: é uma pessoa que, até prova em contrário, merece o nosso reconhecimento” e espera “por uma próxima oportunidade” para a entrega da medalha.