Apelos não param: “Suspenda o projeto da via do AvePark”

Para Domingos Bragança, a "via do Ave Park é estratégica para Guimarães e para o desenvolvimento de Guimarães".

jose-cunha-e-ricardo-araujo-Barra-+G-10-anos

A via do AvePark voltou a ser tema de assunto na reunião de Câmara desta quinta-feira, 23 de março. José Cunha, em representação da Associação Vimaranense de Ecologia (AVE), e Ricardo Araújo, vereador da coligação Juntos por Guimarães, mostraram-se, uma vez mais, contra o projeto. Para Domingos Bragança, a “via do Ave Park é estratégica para Guimarães e para o desenvolvimento de Guimarães”.

© Mais Guimarães

José Cunha começou por “desmascarar a argumentação falaciosa de que a via do Avepark é estratégica por viabilizar o BRT na EN101”. Na sua opinião, essa afirmação é “um insulto à inteligência dos vimaranenses e uma tentativa de pintar de verde uma via devastadora para o ambiente”. Acredita que a relação entre estes dois projetos é “bem diferente”, porque “o BRT não precisa da Via do Avepark para nada”. Se assim fosse, questionou, “então como seria possível o troço desde a cidade até ao cruzamento para o parque industrial de Ponte?”.

O representante da AVE aproveitou ainda para recorda que “o parecer da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de 2022 determina que o projeto não tem de ser submetido a Avaliação de Impacte Ambiental por considerar que os impactes não são significativos, no entanto impõe inúmeras condições a ser inscritas na licença”. Porém, diz, “este parecer tem uma história mal contada, pois em 2019, e para o mesmíssimo projeto, o parecer da APA foi muito diferente”. “A reviravolta operada em 2022 é uma grosseira infração ao Regime Jurídico da Avaliação de Impacte Ambiental, que será judicialmente contestada assim que a APA der resposta aos esclarecimentos solicitados”, condenou frisando que “todas as entidades nacionais e europeias serão confrontadas e questionadas com esta irracionalidade. Todos ficarão a conhecer como se trata o ambiente em Guimarães”.

“Até compreendo que seja necessária uma atempada garantia de posse dos terrenos, mas não poderia essa reserva ser formalizada por contratos promessa condicionados pela efetiva concretização do projeto?”, questionou ainda. “Se a via do Avepark não se vier a construir, o que se fará com os terrenos adquiridos? Será que a aquisição destes terrenos tem por objetivo tornar o projeto irreversível?”.

© Mais Guimarães

Também Ricardo Araújo apelou a Domingos Bragança “para reapreciar e suspender o projeto de construção da via do AvePark”. “É uma intenção que leva mais de uma década, foi muito debatida e nós sempre estivemos contra”, lembrou.

Na perspetiva da oposição, “o grande constrangimento de trânsito no acesso ao AvePark não resulta de um excesso de tráfego no transporte de mercadorias de empresas que lá estão instaladas” e, por isso, “é compatível resolver o problema da acessibilidade ao AvePark com a resolução do problema de mobilidade de Guimarães à vila das Taipas”.

Considerando que esta via “não é prioritária”, apresentou outras alternativas para resolver o problema da acessibilidade ao AvePark. “Desde logo a requalificação da estrada nacional 101 com uma derivação para o AvePark que permitisse, exatamente, melhorar a infraestrutura rodoviária, criar um canal específico para mobilidade ou um canal dedicado, na ligação Guimarães às Taipas”, referiu.

Recorde que, recentemente, foram publicitados novos dados que, acredita Ricardo Araújo, “exigem ser tomados em consideração, nomeadamente o aumento exponencial do custo da obra” que, de 18 milhões previstos inicialmente, poderá ultrapassar os 40 milhões de euros.

O presidente da Câmara Municipal, apesar de todos estes apelos, afirma que “a via do AvePark é estratégica para a mobilidade em Guimarães” e “tornou-se ainda mais importante por causa da via que temos que ter para o BRT ou metro de superfície”.

O canal, explicou Domingos Bragança, está a ser definir e “inicia-se na cidade, tem um tramo próprio na zona de Fermentões até Silvares e depois vai pela 101”. “Este transporte em via dedicada tem que passar por onde as pessoas moram e trabalham”, justificou frisando que, “se queremos uma autêntica revolução na mobilidade e na mobilidade sustentável, temos que fazer esta obra”.

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

PUBLICIDADE

Ribeiro & Ribeiro
Instagram

JORNAL

Tem alguma ideia ou projeto?

Websites - Lojas Online - Marketing Digital - Gestão de Redes Sociais

MAIS EM GUIMARÃES