Área Património Mundial da UNESCO alargada à zona de Couros

A votação realizada na manhã desta terça-feira, deu um parecer positivo a Guimarães para o alargamento da área classificada de Guimarães como Património Mundial à Zona de Couros.

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A votação realizada na 45ª Sessão do Comité do Património Mundial, durante a manhã desta terça-feira, dia 19 de setembro, confirmou a inscrição da zona de Couros como área classificada. Desta forma, a área Património Mundial fica com 38,4 hectares.

O alargamento à zona de Couros fez com que a área classificada duplicasse, passando de 19,8 hectares para 38,4. A candidatura do município previa “duplicar a área classificada, inscrevendo a Zona de Couros na lista indicativa para obter o estatuto de Património da Humanidade”, lê-se num comunicado da autarquia de 2015.

Além disso, a área de proteção também foi ampliada, desde o topo da montanha da Penha, onde nasce a ribeira de Couros, à Veiga de Creixomil, foz de cursos de água. Esta zona tampão passou de 99,2 hectares para 129,3.

“O que hoje se vê em Couros resulta do desenvolvimento da indústria nos últimos 100-200 anos, sobrepondo-se, por exigências funcionais, produtivas, às preexistências. Documentalmente, já no século XII o rio é designado como ‘rio de Couros’. Mas parece cada vez mais certa a hipótese da génese desta atividade, neste local, ser muito mais remota, por exemplo, considerando as referências às trocas comerciais presentes no testamento de Mumadona Dias (ano de 959)”, lê-se na candidatura vimaranense apresentada à UNESCO.

A cidade berço foi a única candidata de Portugal na 45ª Sessão do Comité do Património Mundial, bem como a única da categoria “alterações significativas aos limites”, após a proposta do edifício da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, ter sido adiada.

Guimarães foi representado em Riade, na Arábia Saudita, pela vereadora Ana Cotter, acompanhada pelo chefe da Divisão do Património Mundial e Bens Classificados, Ricardo Rodrigues, e pela Embaixadora Rosa Batoréu.

Durante a 45.ª Sessão do Comité do Património Mundial foram votada 53 candidaturas: 24 referentes ao ano anterior e 26 de 2023. As propostas dividiram-se em quatro categorias: cultural, natural, misto e alterações significativas aos limites.

Para Domingos Bragança, este é o “culminar de um longo processo conduzido com rigor e competência, que afirma Guimarães como cidade de património, preservado e fruível, e que atesta a importância da zona de Couros como um dos núcleos fundamentais para a constituição do burgo vimaranense”.

O autarca garante que o alargamento da área classificada como Património Mundial contribui para o aumento da visibilidade da cidade berço, bem como do país: “Guimarães é uma cidade histórica feita futuro, que recupera e dá visibilidade ao seu valioso património, colocando-o à disposição de todos quantos habitam e visitam o território.”

“A forma como Guimarães cuida do seu Património foi decisiva para esta distinção da Zona de Couros como Património Mundial, duplicando a área classificada, fazendo de Guimarães uma cidade referência no Património Mundial”, acrescenta o presidente do município, que ainda deu os parabéns “a todos quantos trabalharam para que o resultado viesse a ser o desejado por Guimarães”.

Já o presidente do PSD- Guimarães, Ricardo Araújo, parabeniza “todos os que, ao longo destes anos, emprestaram o seu melhor contributo para que a zona de Couros pudesse ser agora reconhecida como Património Mundial da UNESCO, destacando a papel de Domingos Bragança e o valioso trabalho do chefe da Divisão do Património Mundial e Bens Classificados, Arquiteto Ricardo Rodrigues»

O social-democrata vê o alargamento da zona classificada como “um enorme motivo de alegria e orgulho para todos os vimaranenses, sendo um merecido e justo reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol da valorização do nosso património histórico e cultural ao longo dos últimos anos”.

O autarca acrescenta ainda que “esta classificação traduz também um importante impulso e contributo para a afirmação turística de Guimarães no país, na Europa e no Mundo”.

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