“As Três Irmãs”, de Tita Maravilha, vence 5ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço
Iniciativa promovida pela A Oficina (Guimarães), o Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo), e o Teatro Viriato (Viseu).
“As Três Irmãs”, de Tita Maravilha, é o projeto indicado pelo júri como vencedor da 5ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, uma iniciativa promovida pela A Oficina (Guimarães), o Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo), e o Teatro Viriato (Viseu).
Tita Maravilha é atriz, cantora, performer e palhaça. Licenciada em Artes Cénicas pela Universidade de Brasília, vive em Portugal desde dezembro de 2018, onde tem trabalhado com artistas como Sónia Baptista, Carlota Lagido, Odete, Xana Novais, Raquel André, Kéli Freitas, Nádia Yracema, Cigarra, e.o.
Nesta sua primeira obra em nome individual, Tita Maravilha recria a obra clássica de Anton Tchekov, sobrepondo a trama original a temáticas que gritam por atenção e que pouco têm sido discutidas com sabedoria e lugar de fala. A autora expõe um interesse radical de interagir nas artes performativas portuguesas, em repensar e alterar o fluxo da história em diálogo com a identidade de género, cruzando pensamento crítico com o humor, a arte e a interseccionalidade. Uma criação que combina a estrutura literária de um clássico com as ideias de vanguarda da contemporaneidade.
“Nesta versão de “As três irmãs” criarei uma deliciosa trama sobre irmãs de sangue que se descobrem pessoas trans e não binárias no mesmo percurso em que se tentam inserir na sociedade. Quero sobrepor a trama original a um tema que grita por atenção e que pouco tem sido discutido com sabedoria e lugar de fala. Lembrando também o momento presente do mundo para pensar como o sistema político na Rússia (onde a peça acontece) lida com pessoas LGBTQIA+. Aqui interessa o futuro, negociar o futuro da escrita. Penso a escrita num território movediço que nos serve de trampolim para a recriação, reemoção, revolução. Neste momento tenho um interesse radical em interagir nas artes performativas a partir da minha formação enquanto criadora, em repensar e alterar o fluxo da história”, refere Tita Maravilha.
O projeto contará com a interpretação de João Abreu, Ivvi Romão e Luan Okun, assistência de dramaturgia de Kéli Freitas, música de Aurora Pinho e Odete, direção de movimento de Jaja Rolim, iluminação de Luisa Labate, cenário e figurinos de Marine Sigout e produção de Maria Tsukamoto.
O prémio para o projeto vencedor traduz-se na atribuição de um valor pecuniário de 22.000 euros, com acesso a várias residências artísticas e apresentação nos quatro parceiros. Foram recebidas 47 candidaturas, das quais foi feita uma seleção de 6 projetos, que passaram pela fase de entrevista, após a qual foi selecionado o projecto vencedor. Fizeram parte do júri: Henrique Amoedo, Pedro Penim, Rui Horta e Rui Torrinha.
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