Até dia 16 de novembro, Guimarães respira Jazz
A 33ª edição do Guimarães Jazz começou esta quinta-feira, dia 07 de novembro, e vai até ao dia 16 deste mês, com um programa repleto de concertos, jam sessions e oficinas. O evento, que acontece no Centro Cultural Vila Flor e em outros pontos da cidade, conta com a participação de nomes como Maria Schneider & Clasijazz Big Band, Wadada Leo Smith e Ambrose Akinmusire.
O Guimarães Jazz 2024 não poderia ter começado da melhor forma. A abertura do evento, nesta quinta-feira, ficou a cargo da atuação do renomado trompetista Ambrose Akinmusire, que regressou ao festival após oito anos. A sua performance, cheia de energia e inovação, marcou o início de uma edição que promete ser “inesquecível”, com um programa diversificado que inclui grandes nomes internacionais, jam sessions e atividades formativas.
Ivo Martins, programador do Guimarães Jazz, destaca o caráter artesanal e colaborativo que tem marcado este evento ao longo dos anos. “É sempre um prazer”, afirma, sublinhando o vínculo de quase 20 anos com a mesma equipa desde a abertura do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), onde o festival cresceu e consolidou sua identidade única.
O programador descreve o festival como um projeto “em construção permanente”, onde a procura pela inovação e qualidade nunca cessa. “Temos o espírito de um artesão. O artesão gosta de fazer as coisas bem feitas e nós somos iguais”, explica, ressaltando o esforço contínuo e a dedicação para manter o evento relevante e surpreendente, ano após ano. Para Ivo, o essencial é interagir com parceiros e criar uma experiência de diálogo e partilha dentro do festival.
A edição 2024 foi elaborada, como todas as anteriores, sem “uma ideia pré-estabelecida“, considerando, assim assim, que há fatores determinantes como a preferência de não repetição de músicos e a limitação do orçamento.
Quanto à escolha dos músicos, o programador assume que prefere “ter vários músicos com o memso nível” do que “uma grande cabeça”, o que evita a concentração do orçamento numa só atração. “A cultura não tem nada a ver com medida”, referindo que o impacto não se reflete em números, mas na qualidade e interação proporcionadas.
Um dos grandes pontos fortes do festival são as Jam Sessions. “O músico é capaz de tocar no Grande Auditório, mas depois vai às Jam Sessions e está a 5 metros do público”, explica, garantindo que é naquele encontro que “o músico se aproxima do público”.
Para Ivo Martins, que já trabalha neste festival há 29 anos, o evento continua a ser um desafio: “Na altura dos 25 anos de existência do festival, eu estava mais interessado no que ainda estava por fazer, do que o que já estava feito. Mas o indivíduo que engendra isto, já não está aqui porque já está a pensar na próxima”, admite entusiasmado, mas confere ser “um trabalho de persistência”.
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