Aumentos da Vimágua aprovados com votos contra da oposição
A proposta aprovada significa um aumento de 2,98% nos preços do saneamento.
Foi a levado a Reunião de Câmara, na segunda-feira, dia 26, a proposta de tarifário da Vimágua para 2021. O tarifário que comtempla um aumento de quase 3% nas tarifas de saneamento, foi aprovado com o apoio do PS e os votos contra da oposição.
A proposta apresentada justifica o aumento de 2,98%, nos preços do saneamento, com o aumento da tarifa aplicada pela Água do Norte. Na proposta da Vimágua pode ler-se que “as tarifas da água e demais rubricas não terão aumentos em 2021, o que se verifica pelo sétimo ano consecutivo…”
“O momento que atravessamos, com o desemprego a crescer, não é momento para fazer aumentos”
Monteiro de Castro
Quem não concorda com esta argumentação é Monteiro de Castro. O vereador do CDS defende que este não é o momento para fazer aumentos. “O momento que atravessamos, com o desemprego a crescer, não é momento para fazer aumentos”, afirma o vereador do CDS. Para Monteiro de Castro a necessidade da Vimágua fazer este aumento está relacionada com a sua falta de eficiência.
“Da água que é captada e tratada, em Guimarães, 30 a 35 por cento não é faturada. No Porto, por exemplo este número anda nos 15%. Continuamos sem resolver um problema que muitos municípios já resolveram”, crítica Monteiro de Castro. Para o vereador do CDS “a má gestão é transportada para o consumidor”.
Segundo as contas de Monteiro de Castro “são 250 mil euros que são retirados ao consumidor e que são dados a uma empresa que não resolve os seus problemas”.
A diferença entre a água que é captada, tratada, transportada e distribuída e a que é faturada, está relacionada com as perdas reais (fugas, roturas…), por perdas por erros de medição, por uso não autorizado e por consumo autorizado não faturado. Segundo os dados, de 2019, da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSE), a parte mais significativa destas perdas está relacionada com as perdas reais.
Num comparativo entre os Municípios do Minho, Guimarães não é dos municípios que tem maior percentagem de água não faturada: o concelho aparece na 8ª posição entre 25. O problema é que este é um ranking em que quase todos se apresentam mal. Segundo a ERSE só há quatro concelhos com uma avaliação “boa” neste indicador do serviço: Braga, Viana do Castelo, Fafe e Barcelos. Estes municípios tem percentagens de água não faturada abaixo dos 20%.
Há dois municípios com uma avaliação “mediana”, quer dizer que têm percentagens de água não faturada entre 20 e 30 por cento: Esposende e Vieira do Minho.
Todos os outros concelhos minhotos, como Guimarães, recebem da entidade reguladora uma avaliação insatisfatória neste indicador.
Concelho | % de água não faturada | Avaliação do Serviço |
Braga | 13,8 | boa |
VL. Nova de Cerveira | 60 | insatifatória |
Vizela | 42,2 | insatifatória |
Vila Verde | 27,8 | mediana |
Vieira do Minho | 58,2 | insatifatória |
Viana do Castelo | 18,5 | boa |
Valença | 40,9 | insatifatória |
Terras de Bouro | 63,3 | insatifatória |
Ponte de Lima | 58 | insatifatória |
Ponte da Barca | 42,3 | insatifatória |
Paredes de Coura | 42,8 | insatifatória |
Monção | 45 | insatifatória |
Melgaço | 42,5 | insatifatória |
Guimarães | 36,6 | insatifatória |
Felgueiras | 54,7 | insatifatória |
Famalicão | 40,7 | insatifatória |
Fafe | 14 | boa |
Esposende | 26,7 | mediana |
Celorico de Basto | 49,8 | insatifatória |
Caminha | 38,1 | insatifatória |
Barcelos | 16,8 | boa |
Arcos de Valdevez | 41,4 | insatifatória |
Amares | 38,9 | insatifatória |
Cabeceiras de Basto | 74,3 | insatifatória |
Em defesa deste tarifário que entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2021, a vice-presidente da Câmara, Adelina Paula Pinto – que teve que usar o seu voto de qualidade para desempatar a votação – lembrou que não à aumentos das tarifas da água à sete anos e que os tarifários social, familiar e para as IPSS baixam significativamente os custos para muitos munícipes.
Inconformado, Monteiro de Castro lembrou que “alguns desses tarifários dependem de decisões do governo central e outros foram medidas que o PSD e o CDS apoiaram”. O vereador do CDS acrescentou ainda que “a grande luta da Vimágua tem duas vertentes: por fim às perdas de água da ordem dos 30 a 35 por cento, isto é um custo para os consumidores e um custo ambiental; e separar as águas residuais das pluviais, a falta desta separação, em 2019, representou um custo acrescido de 2 milhões de euros em tratamento de esgotos”.
PUBLICIDADE
Partilhar
PUBLICIDADE
JORNAL
MAIS EM GUIMARÃES
Janeiro 21, 2025
A partida está inserida na jornada 19 da Liga Portugal.
Janeiro 21, 2025
Esta iniciativa, além de gratuita, oferece um certificado de participação.
Janeiro 21, 2025
A Câmara de Santo Tirso anunciou o arranque da empreitada que tem duas fases.