A pandemia trouxe problemas à modalidade e, em poucos anos, o CART deixou de ter formação no hóquei em patins. O clube comemora 50 anos em 2024 e pretende ter as obras de reformulação do pavilhão em andamento até ao aniversário.

A pandemia trouxe dificuldades à sociedade e o desporto sentiu os efeitos dramáticos da covid-19, nos inícios de 2020. Nas Caldas das Taipas, a vila do hóquei em patins, no concelho de Guimarães, o Centro de Atividades Recreativas Taipense (CART) sentiu os danos colaterais provocados pela pandemia e, em pouco tempo, o clube termal perdeu toda a sua formação.

A um ano de completar 50 anos, uma das metas da direção liderada por Maria Lopes passa por rejuvenescer a modalidade. “O mês de abril pode ser decisivo. Queremos voltar a ter formação no hóquei em patins e queremos cativar os alunos das escolas, com ações junto dos alunos das pré-escolas, primárias e ensino básico. Os rapazes ficaram no sofá durante a pandemia, contrariamente às meninas. Guimarães, as Taipas e o CART precisam do hóquei. Tem sido só o CART a manter a história do hóquei e o clube precisa de voltar a ter formação”, lembrou a dirigente da coletividade fundada a 22 de dezembro de 1974 e que usufruiu do estatuto de Utilidade Pública.

Na mesma linha de raciocínio, António Lima Pereira, antigo presidente, acredita que o pavilhão voltará a ter muito brevemente a alegria dos mais novos. “É um grande desafio, porque a pandemia levou quase à extinção da modalidade na formação”, lembrou. “O desafio passa por fazer o trabalho nas escolas e isso está em vias de voltar. Temos luz verde da Câmara Municipal e vamos conseguir relançar a modalidade e trazer atletas para o CART. O trabalho nas escolas, antes da pandemia, já tinha funcionado”, recordou.
E para que a juventude volte a rolar nos pisos da modalidade, os responsáveis contam com a ajuda dos elementos mais experientes. “Não é uma tarefa fácil, mas é crucial voltar a cativar os jovens. E a juventude gosta da modalidade. No recente jogo com o Benfica para a Taça de Portugal tivemos pavilhão cheio e muitos jovens na bancada”, lembrou Alberto Martinho, treinador, jogador e dirigente do CART. “Fiz todos os escalões no clube e são 27 anos sempre ao serviço do CART. É amor à camisola. O apelo que deixo aos jovens é que venham experimentar, sem receios e com confiança”, referiu o jogador Carlos Rodrigues.
Pelo amor ao clube e à modalidade, os veteranos do CART também estão no ativo e com muitos jogadores que representaram o clube no passado. Mais de 20 elementos compõem a equipa, com idades compreendidas entre os 36 e os 51 anos.

Em sentido inverso ao hóquei em patins, o CART cresceu na patinagem artística. “Não é de todo uma surpresa, porque é a continuação do trabalho que temos feito nos últimos anos. Temos qualidade nos treinadores e já temos dois atletas de nível internacional que nos escolheram”, lembrou a presidente Maria Lopes. Rodrigo Viegas, com nome na modalidade nacional e internacional, é um dos treinadores ao serviço do emblema taipense. “Somos uma escola de formação e com margem para crescer. Já somos uma academia de campeões e já temos uma equipa de internacionais”, revelou Rodrigo Viegas, à Mais Guimarães.

Com um projeto para uma reformulação do pavilhão, o ano de 2023 poderá ser o ponto de partida para o início das obras. “Estamos ainda encravados com as partes burocráticas, mas espero no primeiro semestre de 2023 começar as obras”, perspetivou Maria Lopes. “Com o número de atletas que temos, alguns internacionais, precisamos mesmo de obras no pavilhão. E queremos reativar algumas modalidades, que tivemos de interromper por falta de condições”, acrescentou.
E prosseguiu. “No próximo ano, o CART faz 50 anos. Seria importante, nessa altura, ter pelo menos a primeira fase concluída para assinalar a data”, apelou.