Depois da visita do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, a Guimarães, no passado dia 21 de março, Vânia Dias da Silva, vereadora eleita pela Coligação Juntos por Guimarães (JpG), questionou o executivo vimaranense sobre o financiamento estatal ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG).

“Estamos no mesmo ponto em que estávamos há dez anos”, referiu Vânia Dias da Silva lembrando que “já cá vieram todos os sucessivos ministros da Cultura” e que “todos eles prometeram uma solução” para o CIAJG.

O vereador com o pelouro da cultura, Paulo Lopes Silva, garante que existe um “diálogo permanente com o ministério da Cultura”.

Com a questão novamente na liça, a vereadora acredita que o que há agora “é mais do que uma não solução. É uma resposta que preocupa porque o ministro da Cultura diz que não foi encontrada nenhuma solução”.

Pedro Adão e Silva, explicou a vereadora da coligação JpG, pede para que se “bata à porta dos privados para ajudar” no financiamento deste equipamento cultural. “Nada contra que os privados ajudem, mas esta é uma questão de equidade”, reiterou recordando que Lisboa e Porto, na sequência da Capital Europeia da Cultura, têm apoio público.

Na sua perspetiva, Guimarães não tem esse financiamento porque “o presidente da Câmara não teve peso suficiente para conseguir encontrar uma solução” e, uma vez que a Fundação Cidade Guimarães foi extinta, “havia que encontrar um caminho para substituir esse”.

Vânia Dias da Silva vê como “estranho” o facto de ainda não ter sido criada outra Fundação, algo que Paulo Lopes Silva diz ser uma possibilidade mas que depende de haver disponibilidade da parte do Governo. Esta é, diz a vereadora, uma “questão de vontade”, até porque o ministro “veio cá dizer “encontrem outra solução””.

O vereador da Cultura adiantou ainda que haverá uma reunião com o ministro da Cultura sobre o financiamento, de uma forma mais global, ao projeto cultural de Guimarães. O primeiro ponto dirá respeito a uma alteração ao modelo de financiamento às artes feito em Portugal no passado ano, que fez com que estruturas que tenham dependência maioritária do poder público deixassem de poder ir aos concursos da DGArtes.

O financiamento do CIAJG estará também em cima da mesa. “Entendemos que o CIAJG, tendo resultado de um desafio do Governo da República à Câmara Municipal de construir um equipamento de pendor internacional e de criação da arte contemporânea no âmbito da Capital Europeia da Cultura precisa de ser acompanhamendo pelo Ministério da Cultura exatamente pela importância que tem”, disse.