COLETES AMARELOS
Torcato Ribeiro
Por Torcato Ribeiro,
Dirigente Político do PCPChegam-nos imagens, hoje com menos intensidade, do movimento de contestação ao governo francês denominado coletes amarelos. O mote da contestação deste levantamento é o elevado preço dos combustíveis e o valor do salário mínimo nacional demasiado baixo para as necessidades dos franceses. Após vários dias de luta na rua onde o corte das estradas foi a principal forma de pressão, o governo de Macron acabou por ceder a algumas exigências dos manifestantes.
Utilizando as redes sociais foi difundida a intenção de recrear em Portugal um movimento idêntico ao francês, com reivindicações similares, ficando estabelecido o dia 21 de Dezembro para a acção de protesto a levar acabo em vários locais do país, tendo como lema – Vamos parar Portugal.
Guimarães também teve uma manifestação dos coletes amarelos e à semelhança do que aconteceu em todo os locais do país onde esta manifestação foi realizada a sua expressão ficou muito aquém do que os seus promotores esperavam.
Em algumas localidades era maior o número de polícias que o de manifestantes e esta desproporção não permitiu qualquer possibilidade de êxito aos manifestantes. Os cortes de estrada efectivos foram na generalidade dos casos, insignificantes.
Foi enorme a diferença entre a intenção de participação manifestada nas redes socias e a realidade participada nas ruas.
E este fracasso acabou por ser uma surpresa para muitos porque não podemos esquecer o mais que declarado empenho de quase todos os órgãos de comunicação social que de forma antecipada- nunca vista em outras manifestações- foram ajudando á mobilização para a manifestação. A RTP, por exemplo, começou a divulgar diariamente uma semana antes os vários pormenores de preparação desta iniciativa e, os outros órgãos de comunicação, jornais incluídos, não ficaram atrás. O aparato mediático disponibilizado antes e durante os vários locais das manifestações foi demasiado notado para passar em claro o enorme fracasso que esta hipermediatização não conseguiu disfarçar. Não devemos desvalorizar a generosidade que muitos depositaram nesta mobilização, pelos que conheço estiveram de consciência e vontade em mudar de rumo, mas não conseguiram contornar a colagem negativa de movimentos de ultra direita e neonazis a esta iniciativa.
Há um descontentamento evidente numa grande parte da nossa população. O IVA da electricidade é demasiado alto e o salário mínimo nacional está aquém de suprir as necessidades básicas de vida com um mínimo de dignidade. Acresce a tudo isto a desigualdade, a pobreza e a precariedade laboral. São motivos mais que suficientes para o uso do direito à indignação e à manifestação.
Tivemos uma primeira experiência, fracassada, mas os sinais indicam que as portas ficaram abertas para outras manifestações do género.
O discurso das redes sociais aparentemente anti sistema é diariamente municiado por redes organizadas e empenhadas em difundir notícias falsas com um único objectivo: a descredibilização de toda actividade politica e os seus actores, passando a mensagem populista quanto baste de que o actual sistema é controlado por “corruptos e ladrões”. Este é o mote para o surgimento de sociedades com líderes autoritários, de populismos e de nacionalismos
Desta vez o povo, ao populismo, disse não!
PUBLICIDADE
Partilhar
PUBLICIDADE
JORNAL
MAIS EM GUIMARÃES
Abril 19, 2024
O Cor de Cenoura, em Silvares, subiu de nível. Explicando melhor, duplicou a sua área e agora, no primeiro piso, oferece um serviço complementar: Buffet de almoço de segunda a sexta-feira, jantares especiais às sextas e sábados, e o maravilhoso Brunch aos domingos.
Abril 19, 2024
A Tempo Livre inicia, no próximo dia 6 de maio, um novo programa designado “Convocados à Mesa”, que constituirá "um espaço de partilha e troca de experiências com convidados de relevante percurso de vida e profissional na área do desporto", anuncia a régie-cooperativa municipal.
Abril 19, 2024
A Universidade do Minho (UMInho), em parceria com os municípios de guimarães e Braga, organiza no próximo domingo, dia 21 de abril, uma prova de atletismo que irá unir o campus de Azurém ao de Gualtar. A "Estafeta da Amizade" é uma das iniciativas integradas no programa oficial das comemorações dos 50 anos da UMinho e irá ligar as duas cidades num percurso com a distância aproximada de 24 km.