COVID-19
Por Torcato Ribeiro.
por TORCATO RIBEIRO
Ontem terça feira, ocorreu a primeira morte em Portugal provocada pelo novo Coronavírus o COVID-19. Trata-se de um cidadão com 80 anos de idade, com patologias associadas, que estava internado no hospital de Santa Maria. Confirma-se o padrão dos doentes de risco e potenciais vítimas desta epidemia – pessoas com idade acima dos sessenta anos, com outras patologias e mais vulneráveis do ponto de vista imunitário. Aconteceu aquilo que todos sabíamos ir acontecer desde que o surto se manifestou pela primeira vez na China. Para chegar a Portugal e ao mundo era apenas uma questão de tempo.
São publicas as medidas e os esforços que os organismos públicos vão assumindo á medida que os números dos infectados vai aumentando. Encerramento de escolas e de todos os espaços onde são identificados casos de contaminação, paragem parcial de serviços de atendimento directo ao público, controle de fronteiras e tudo o mais que possa conter a propagação acelerada do vírus. Todos devemos estar conscientes e cumprir as orientações que diariamente nos são comunicadas pelas entidades competentes. Por muitas reservas que possam existir, o tempo que vivemos obriga-nos a confiar e tudo fazer para que o objectivo final seja alcançado, diminuir o maior número de vítimas mortais. Neste aspecto a grande maioria da população tem sido exemplar na mudança de rotinas e comportamentos.
Aos poucos vamo-nos apercebendo que o país vai parar e esta certeza a curto prazo provoca ansiedade, incerteza e medo no futuro aos portugueses. Poderão estar em causa a sobrevivência de empresas e respectivos empregos. As medidas governamentais anunciadas sobre o investimento necessário para diminuir os impactos negativos causados na economia e aguentar o tecido económico e social não atingem todos os sectores e as actividades artísticas e culturais cuja programação foi totalmente cancelada, são disso exemplo.
Num cenário em que se verifica uma forte redução da actividade económica em alguns sectores, a situação impõe a garantia dos salários por inteiro e a valorização do trabalho e respectivos trabalhadores acautelando os seus direitos e condições de vida promovendo o desenvolvimento económico e anulando tendências recessivas.
Esta situação vem reforçar a necessidade de maior investimento no Serviço Nacional de Saúde em meios financeiros, técnicos e humanos, libertos da obcecação orçamental do cumprimento das metas do défice e do excedente orçamental. Torna-se claro que as condições para enfrentar a pandemia e debelar com êxito muitas das consequências da sua gravidade decidem-se na capacidade de resposta dos meios disponibilizados. O que nos chega sobre o que se passa em vários países europeus,- Itália e Espanha- mesmo considerando o enorme potencial epidemiológico do Covid-19 ressalta a gravidade da insuficiência de resposta clínica instalada para ocorrer a exigências médicas que os casos agudos reclamam.
É importante e decisivo o reforço do número de profissionais, agilizando o processo de contratação, bem como o alargamento de meios de diagnóstico e tratamento, hoje claramente insuficientes, para dar resposta ao tratamento da patologia causada pelo COVID-19.
Aconselha-se serenidade, confiança e muita paciência para os próximos tempos.
Artigo publicado na edição 233 do jornal Mais Guimarães, 18/03/2020
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