Com início marcado já para esta terça-feira, “Da Quaresma à Páscoa” quer ser motor do turismo cultural, religioso e gastronómico até ao dia 16 de abril.

A exposição “A Paixão em Guimarães”, as celebrações religiosas, os Fins de Semana Gastronómicos e o Festival Internacional de Música Religiosa são as iniciativas que constam do programa “Da Quaresma à Páscoa” que promete despertar a cidade para um período que, por tradição, arrasta muitos turistas à região.

“A Paixão em Guimarães” é o tema da exposição que segue um percurso pelas igrejas e museus de Guimarães, “onde é possível conhecer um número significativo de peças de elevada qualidade artística”, assinalou Isabel Fernandes, através de 21 locais diferentes na cidade.

A diretora do Paço dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães explicou o funcionamento do passaporte que as pessoas podem carimbar nos locais por onde passarem. “Não vamos dar um pequeno livrinho com as igrejas, os passos da paixão e o que se pode ver em cada local. Isso corresponderá a um QR Code e, no local, será distribuído um desdobrável”, adiantou.

O vereador da cultura e do turismo, Paulo Lopes Silva, apresentou a componente turística ao programa “Da Quaresma à Páscoa”. “Este é um período forte do ponto de vista turístico para Guimarães”, disse acrescentando que haverá restaurantes e cadeias de hotelaria que vão aderir ao fim de semana gastronómico, promovendo “a gastronomia da região e Guimarães, enquanto destino a procurar”.

De 8 a 10 de abril, haverá, então, um Fim de Semana Gastronómico, com a adesão de 22 restaurantes e a oferta de descontos em várias unidades de alojamento no concelho de Guimarães.

Nas igrejas, entre 10 e 16 de abril, irá decorrer o Festival Internacional de Música Religiosa, sob a direção artística da Orquestra de Guimarães, com vários concertos, onde se destacam a participação do Magerit Consort, um agrupamento de música barroca sediado em Madrid, e ainda da soprano ucraniana, Larissa Savchenko.

Domingos Castro, da direção pedagógica da Sociedade Musical de Guimarães, falou do Festival Internacional de Música Religiosa como fonte de “fé, esperança e luz” nos “tempos de pandemia, de guerra e de obscuridade” que se vivem atualmente.

A obra de Henryk Górecki, compositor polaco, dá o mote para esta edição. “Na sua 3.ª sinfonia, recolheu três textos. Um antigo texto polaco, que fala da separação entre mãe e filho, um segundo texto que foi encontrado numa prisão da Gestapo, sobre vingança e justiça, e uma cela em particular, onde uma adolescente escreveu uma frase de esperança para confortar que dizia que a virgem imaculada tratava dela”, disse explicando que isso os “impressionou e inspirou a colocar essa obra no programa, porque é a metáfora perfeita para os dias de hoje”.

Os concertos vão passar pelas igrejas de S. Domingos, da Misericórdia, Nossa Senhora da Oliveira, São Francisco, Santo António dos Capuchos, Basílica de São Pedro, Santuário da Penha e ainda Museu Alberto Sampaio.

Para o padre Paulino Carvalho, que na apresentação esteve em representação do Arciprestado de Guimarães e Vizela, esta é uma “iniciativa feliz por ser capaz de conjugar a riqueza que tem esta cidade na dimensão da fé e uma linguagem que acaba por ser universal, que é a linguagem da beleza e da cultura”.

Recorde que, na tarde de 3 de abril haverá a procissão dos Santos Passos, e às 21h30 de quarta-feira, dia 6, a Via Sacra. Na semana seguinte, na quinta-feira Santa, tem lugar a procissão das Endoenças e, na sexta-feira santa, a procissão do Enterro do Senhor.

O vereador Paulo Lopes Silva estima que o número de turistas aumente de uma forma significativa, recordando que a taxa de ocupação hoteleira de Guimarães apresenta uma média superior (62%) à média nacional (50%) no âmbito da retoma pós-pandemia. Isabel Fernandes considerou, por exemplo, que o Paço dos Duques de Bragança apresentou em fevereiro passado o quarto melhor mês ao nível de visitantes desde 1996.