Dados, Ciência e Co-Criação: Como Guimarães se candidatou a Capital Verde Europeia 2025
A candidatura apresenta-se ancorada na recolha e tratamento de dados, na ciência e na investigação científica e na co-criação com a comunidade.

Decorreu, na última quarta-feira, no Laboratório da Paisagem, a primeira sessão de apresentação pública da candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia 2025.

A sessão, dirigida aos deputados da Assembleia Municipal, às empresas municipais e aos diretores das escolas, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, que enalteceu o trabalho realizado pela equipa envolvida na candidatura, mencionando que esta representa “um marco importante na trajetória de Guimarães, que já foi escolhida como cidade-piloto para várias iniciativas europeias, como a Missão Cidades”.
Domingos Bragança, tendo como ponto de partida a decisão do seu anterior executivo ter iniciado em 2014 a agenda ambiental, defendeu o desígnio de Guimarães e do seu atual executivo de melhorar o presente para garantir o futuro, identificando “a forte consciência ecológica” dos vimaranenses como um sucesso deste já vasto percurso: “(hoje) somos eco-cidadãos; eco-empresas; eco-alunos”, afirmou, reforçando, de seguida, a importância de um “saldo ambiental positivo, completamente diferente do passado, (e que) tenda para a neutralidade carbónica e climática”.
A vereadora Adelina Pinto, responsável pela Candidatura a Capital Verde Europeia e presidente do Conselho Diretivo do Laboratório da Paisagem, destacou os esforços e a dedicação da equipa que desenvolveu a candidatura, referindo que Guimarães enfrenta a concorrência de nove cidades europeias: Logroño, Brescia, Novara, Cagliari, Graz, Poznan, Rzesvow, Vilnius e Brasov. O resultado da seleção do júri será anunciado durante o verão e as cidades finalistas terão a oportunidade de apresentar o modelo de governança que rege as suas comunidades em Talin, na Estónia.
Durante a apresentação da candidatura, a cargo da coordenadora geral da Estrutura de Missão 2030, Isabel Loureiro, e do diretor executivo do Laboratório da Paisagem, Carlos Ribeiro, foram identificados alguns dados que levaram à definição de objetivos e metas para 2030, destacando-se os da matriz de mobilidade. Nesta área, a estrutura pedonal e clicável do núcleo urbano teve um impacto positivo no aumento da utilização de modos suaves para deslocações de curta distância (2011: 50%, 2021: 56%), tendo esse aspeto tido um impacto positivo na área de indicador “ruído”.
Outro dado apresentado é o facto de o transporte individual continuar a ser o modo de deslocaçãodominante, representando 78% das deslocações no concelho, impactando diretamente a qualidade do ar e ruído. Ainda assim, realce para o facto de Guimarães apresentar valores de qualidade do ar muito positivos. De acordo com o índice de qualidade do ar “City Air” 97,3% da população está exposta a valores de qualidade do ar “bom/muito bom”.
Destaque também para os dados que indicam que Guimarães apresenta uma cobertura arbórea de cerca de 18% em contexto urbano, bastante acima da percentagem mínima recomendada pela Comissão Europeia para este contexto, assim como para o estado ecológico das linhas de água principais. A análise de tendência dos últimos de monitorização indica uma evolução positiva. Também o forte envolvimento social foi um dos aspetos mais realçados, ao longo da nova candidatura.
Na área de indicador de Adaptação às Alterações Climáticas, destaque para a aplicação da metodologia ADAM que permitiu fazer a reavaliação de riscos climáticos e analisar as vulnerabilidades do território, bem como os grupos mais vulneráveis, permitindo assim a definição de novas ações de adaptação, que tornarão o território mais resiliente para os desafios climáticos.
Na gestão de resíduos e economia circular, realce para os dados que indicam a capacidade de Guimarães para aumentar a recolha seletiva e a valorização de resíduos, através de inúmeros projetos que incluem investigação, desenvolvimento e inovação.
Relativamente à área de indicador de Mitigação às Alterações Climáticas, os resultados indicam que a atividade municipal está cada vez menos dependente da utilização de combustíveis fósseis, destacando-se, ainda, a elevada capacidade de uso de energias renováveis em todo o concelho.
A apresentação da Candidatura a Capital Verde Europeia à comunidade e a diferentes parceiros continuará ao longo deste mês de junho, com sessões dedicadas aos jovens, às universidades e à comunidade.
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