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DECRETO-LEI PARA MORAL, PRECISA-SE!

Por Ângela Oliveira

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Ângela Oliveira,

AdvogadaA Ucrânia arrisca-se a ter um comediante como Presidente da República.

Zelenski conseguiu 30,1 % das intenções de voto na primeira volta das eleições, ficando Poroshenko com apenas 18,5%. Os ucranianos, fartos de corrupção e da tensão com a Rússia, parecem preferir aquele que cujo lema é “ Se não tem promessa, não tem decepção” ao actual presidente no poder.

Em Portugal, não há (ainda) comediantes candidatos, mas com o actual nível da classe política não podemos afirmar estar assim tão longe desta realidade. Semanas após as primeiras denúncias de um verdadeiro polvo familiar político nas nomeações a cargos políticos, quer no governo, quer em empresas públicos, o Primeiro- Ministro, António Costa, no nosso Parlamento e em resposta ao povo português (sim, porque quem lá está representa-nos) satiriza com a indignação daqueles que entendem que há explicações a dar e devolve com mais perguntas “Quais os critérios? Qual o grau de incompatibilidade? Qual o grau de parentesco? Onde se traça a fronteira?”…

E toma lá povo português! O que António Costa respondeu foi – the joke´s on you – e disse-o em inglês e tudo porque o nosso Primeiro é um citizen of the world e mandou-nos para indignação das redes sociais sem direito a parar na casa de partida.

Exigir bom senso ao Governo parece ter que ser objecto de decreto-lei. Qualquer concurso de televisão, de raspadinha, de tombola da igreja tem escrito em letras pequeninas a incompatibilidade do direito a concurso de quem tiver “familiares ou afins a trabalhar na empresa” mas o nosso Primeiro-Ministro prefere bancar o engraçadinho, o comediante, e fintar o óbvio.

E sinceramente talvez não tenhamos mesmo o direito de exigir decência e honestidade aos nossos governantes nacionais. Enquanto os Isaltinos Morais desta vida continuarem a ser eleitos, enquanto acharmos normal os nossos executivos municipais darem emprego aos familiares e amigos, a fazerem ajustes directos com a família partidária, não temos moral ou direito a exigir nada. E não tenho sequer que indicar nomes, apontar dedos, todos os dias a comunicação social aponta mais um caso, mais um abuso, mais um caso de corrupção… e todos os dias a mesma onda de indignação no Facebook.

Este mês celebramos no dia 25 de Abril o dia da Liberdade, mas ano após ano a narrativa oca do cravo na lapela repete-se. Eleição após eleição, os eleitores não exigem, com verdadeiro sentimento e vontade de exigir, aos nossos, políticos valores como honra, decência e moral.

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