Entre brincadeiras e rotinas, há soluções para que o isolamento social não seja tão difícil para as crianças
Ter uma criança fechada em casa durante muito tempo "não é fácil", mas uma educadora de infância vimaranense deixa algumas sugestões.

Informar, tranquilizar, restringir o acesso às notícias e às redes sociais. E, claro, brincar. E explicar “o que está a ser vivido”. Ter uma criança fechada em casa durante muito tempo “não é fácil”, mas uma educadora de infância vimaranense deixa algumas sugestões.

“É muito importante explicar o que está a ser vivido.” Este é um dos conselhos que Arminda Silva, educadora de infância no Patronato de São Sebastião, deixa aos pais das muitas crianças que, por estes dias, também se encontram em casa a cumprir o isolamento social profilático devido à pandemia do novo coronavírus. É que para uma criança, “perceber que temos de estar em casa, nos mesmos espaços, não é fácil”. Já Rebecca Goertzel, diretora de uma escola primária em Seattle, nos Estados Unidos, refere, num artigo da National Geographic, que “as crianças precisam de saber que os adultos estão a trabalhar em conjunto para garantir a sua segurança”.
Tranquilizar é uma das partes da solução para atenuar a situação. Por isso, o acesso aos noticiários e às redes sociais, “sobretudo quando a taxa de infeção continua aumentar”, é uma das dicas deixadas por Rebecca Goertzel. “Muita da imaginação das crianças pode seguir numa direção semelhante a um apocalipse zombie”, diz.
A tarefa não é fácil e há quem não tenha jardim ou varanda, estando confinado ao seu apartamento, por exemplo. Junte-se a isso a quebra na rotina a que a criança estava habituada e há um desafio pela frente; contudo, há formas de contornar a realidade.
Para a Arminda Silva, a rotina é prioritária. E brincar, claro, faz parte. Juntar as duas vertentes é possível, claro: “É importante que as crianças percebam os momentos que o dia tem e os pais podem e devem ajudá-las a dar continuidade ao trabalho. Os primeiros educadores são os pais e temos de confiar que há uma certa pedagogia que os pais procuram estabelecer.” Por isso, apesar das brincadeiras, os limites devem ser impostos, já que “se houver muita permissividade, isso pode influenciar o comportamento da criança”. Isto porque “não deve haver quebra nas regras e rotinas”. Mas a educadora de infância frisa que também “não é nada fácil para os pais.”

Por isso, a educadora de infância vimaranense sugere que, em casa, para facilitar a vida às crianças e aos pais, se aposte nos “jogos de movimento”, para trabalhar a motricidade: seja através da dança ou das atividades de expressão dramática, são muitas as opções. “Sabemos de pais que, em casa, arranjaram um pequeno espaço para, de certa forma, as crianças tenham algo parecido aos infantários”, conta. E continuar com as atividades que normalmente seriam realizadas nos infantários também é uma boa forma de distrair os mais novos e contribuir para que as aprendizagens se mantenham, ainda que não da mesma forma. “Quando isto aconteceu, estávamos a trabalhar a temática do Dia do Pai. Continuamos a dar sugestões para atividades todos os dias. Não temos uma plataforma, mas estamos em articulação e em constante comunicação com os pais, principalmente a partir do Facebook”, explica.
Nas redes sociais e em outras plataformas, há muitas respostas para incertezas dos mais novos (e dos mais velhos). Arminda Silva recomenda utilizar a internet para recolher conselhos e dicas para lidar com esta nova realidade (não esquecendo que o acesso ao mundo virtual por parte das crianças, como foi referido acima, deve ser limitado). “Há um aumento de vídeos para explicar o que é o novo coronavírus e por que motivo têm de estar em casa”, diz.
A Direção-Geral da Saúde lançou um jogo, o “Stop Contágio”, para toda a família. Os participantes têm de responder a perguntas sobre o SARS-Cov-2, que provoca a Covid-19, e há uma responsabilidade acrescida: por cada pergunta errada, um continente é afetado pelo vírus. A mensagem é clara: informar para que o risco de contágio seja menor, uma vez que este problema é global. Porque um pai informado encontrará a melhor forma de explicar, sem alarmismos, o porquê de termos de nos isolar e evitar o contacto social. Por isso, é importante ensinar a correta higienização das mãos (e não só).
Para além disso, as crianças podem também dar uma mão nas lides domésticas: “Devem ser criados momentos do dia para se fazer algo mais orientado. Ajudar as crianças a participar em algumas tarefas como pôr a mesa, arrumar o quarto, limpar alguma coisa. Ajuda a criança a ter regras de uma forma lúdica e também contribui para manter a calma. Também se aprende muito com as tarefas domésticas.”
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