FAÇA-SE LUZ: É NOITE, HÁ ANFÍBIOS E “MAGIA A ACONTECER AOS NOSSOS PÉS”
A atividade levou bastantes pessoas, numa noite fria de Outono, a enfiar um gorro, vestir roupa quente e sapatos confortáveis e calcorrear as zonas húmidas das Charcas de Três Moinhos.
A atividade levou bastantes pessoas, numa noite fria de Outono, a enfiar um gorro, vestir roupa quente e sapatos confortáveis e calcorrear as zonas húmidas das Charcas de Três Moinhos.
O que leva um conjunto de pessoas a caminhar mata adentro com uma lanterna presa à volta da cabeça? Para encontrar a resposta basta atentar numa das últimas oficinas realizadas pelo projeto Lagoas e Charcas do rio Ave, do Laboratório da Paisagem em que os participantes realizaram um percurso interpretativo ao longo das lagoas e charcas, em Castelões. A ação pretendia identificar anfíbios, aproximando a comunidade daquela área e sensibilizar as pessoas para a necessidade da preservação destes habitats.
“Os charcos funcionam quase como micro-casas. Nas Charcas de Três Moinhos formam-se alguns charcos. Estando longe da linha de água proporcionam abrigo e maternidade. O anfíbio prefere a segurança de uma charca do que depositar a sua prole no rio”, afirma Ricardo Martins, investigador e responsável pelo projeto.
A atividade levou bastantes pessoas a, numa noite fria de Outono, enfiar um gorro, vestir roupa quente e sapatos confortáveis e calcorrear as zonas húmidas das Charcas de Três Moinhos. O frio não afugentou ninguém. É que a oficina teve início às 21h00 e há quem só tenha dado a noite por terminada às 02h30. Na ótica de Ricardo Martins “é sinal que o grupo ficou interessado”. “Não estávamos à espera devido ao frio, dia chuvoso, mas há algumas estratégias de educação ambiental que têm que ver com o caráter aventureiro das coisas. Quando uma ação é aventureira, noturna e se tratam de animais que não são diurnos, as pessoas ficam sempre curiosoas”, salienta. Para o interesse coletivo contribuíram as deteções. Foram identificadas, entre outras, “duas grandes espécies”, com o apoio do biólogo Pedro Alves: uma em termos de número – a salamandra-de-fogo e outra devido à singularidade – a rã-de-focinho-pontiagudo. A primeira é “comum e naquela área é bastante numerosa”, mas chama a atenção pela cor. Dias chuvosos de Outono são uma excelente altura para a encontrar e ninguém ficou indiferente. “Para miúdos e graúdos é interessante. Era um grupo bastante heterogéneo. Chegou ao ponto de termos que ter cuidado por onde andávamos porque podíamos calcá-las”, salienta o investigador.
A rã-de-focinho-pontiagudo “foi uma surpresa”. Da ordem Anuro, da classe anfíbio é uma espécie com classificação. “Não estávamos a espera. Foi muito positivo e serviu para chamar a atenção das pessoas porque dá valor à área e leva as pessoas a proteger de forma mais aprimorada o local”, considera Ricardo Martins. “É importante sensibilizar. É magia que esta a acontecer aos nossos pés”, acrescenta.
Uma espécie com classificação enalteceu ainda mais a necessidade de preservação, mas quem se “aventurou” nesta oficina levou para casa mais conhecimento acerca destas espécies. É que a caminho das margens do Ave o grupo pôde ver algumas salamandras atropeladas na estrada. Deve-se ao facto destas espécies se movimentarem numa área alargada, não se circunscrevendo às margem do rio. Surgem na galeria ripícola e direcionam-se para as zonas mais húmidas. Neste trajeto acabam por se cruzar com carros.
Para Ricardo Martins, o mais importante é que, numa espécie de contágio, o conhecimento seja propagado: “Quem é de Fermentões ou Creixomil talvez consiga traduzir esta ação para uma linha de agua perto da usa habitação.” Na manhã de domingo, dia 08, teve lugar uma anilhagem científica de aves. Começou cedo – às 06h00 da manhã e até teve alguns “repetentes”. O objetivo foi identificar e monitorizar a populações de aves da região.
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