Felpos Bomdia: Administrador de insolvência pede encerramento da atividade
Depois do Processo Especial de Revitalização ter sido rejeitado, a […]
Depois do Processo Especial de Revitalização ter sido rejeitado, a Felpos Bomdia, de Vizela, abriu insolvência. Na sexta-feira passada, 36 dos cerca de 100 trabalhadores da empresa foram surpreendidos com cartas de despedimento.
Segundo o relatório do administrador de insolvência, e de acordo com a Rádio Vizela, “as contas de 2022 da empresa não foram aprovadas ainda, razão pela qual não emite o seu parecer acerca das mesmas, enquanto estas não forem objeto de certificação por um Revisor Oficial de Contas, uma vez que a anterior revisora renunciou em maio de 2022 e até ao momento não foi substituída”.
Por este motivo, o administrador de insolvência também não se pronuncia sobre a certificação do passivo “que provisoriamente regista a quantia de 3.064.472,46 euros (apresentava, em 2021, 2.781.257,53 euros) nem sobre a valorização da rubrica de inventários que apresenta um valor, também ele provisório, de 962.488,37 euros (apresentava 1.418.108,11 no ano 2021)”.
Numa altura em que o montante global de créditos provisoriamente reconhecidos ascende a 6.932.949,35 euros, entre os 140 credores, estão os funcionários da empresa que já viram ressarcido o ordenado de março. Ainda assim, está por liquidar o subsídio de natal de 2022, 70% do salário de janeiro e ainda o salário do passado mês de fevereiro.
Por esta altura, são já 10 os funcionários que suspenderam o contrato de trabalhar por falta de remuneração.
O administrador de insolvência pede o encerramento da atividade da empresa por considerar “não estarem reunidas condições para a sua continuidade”. Contudo, com o devido caucionamento de um montante nunca inferior a 500 mil euros, a reverter para a massa insolvente, poderá ser possível auscultar o mercado no sentido de se apurar um empresário, conhecedor do ramo, e que viabilize a estrutura fabril e seu capital humano.
No dia 11 de abril, o Tribunal irá pronunciar-se sobre o destino a dar à empresa, estando agendada uma assembleia de credores. A lista provisória de credores indicia dívidas a rondar os 2,5 milhões de euros.
O Plano de Recuperação da Empresa “não deverá ser admitido, quer devido à falta de legitimidade da administração em funções [o presidente do Conselho de Administração faleceu em 26 de fevereiro e não foi ainda substituído no cargo], quer por força do facto de o atrasar da marcha do processo garantidamente origina acréscimo de dívida, dada a insuficiente performance económico-financeira liderada pela atual administração”. “Acresce que o Plano de Recuperação não prevê qualquer investimento no processo produtivo, o que seria fulcral para a rentabilização da produção”, lê-se.
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