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Festivais Gil Vicente arrancam quinta-feira com “Tratado, A Constituição Universal”

“Dar voz à nova geração do teatro” é o mote para a 34.ª edição dos Festivais Gil Vicente. A programação artística arranca já esta semana, na quinta-feira, dia 2 de junho, com “Tratado, A Constituição Universal”, de Diogo Freitas.

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“Dar voz à nova geração do teatro” é o mote para a 34.ª edição dos Festivais Gil Vicente. A programação artística arranca já esta semana, na quinta-feira, dia 2 de junho, com “Tratado, A Constituição Universal”, de Diogo Freitas.

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Ao longo de duas semanas, até dia 11 de junho, Guimarães reforça a sua posição como epicentro da cultura com um conjunto de iniciativas que pretende envolver o público nos espetáculos, mas também em toda a experiência que resultam deles.

Tal como explicou Rui Torrinha, diretor artístico do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), aquando da sessão de apresentação da programação, os Festivais Gil Vicente atravessaram um processo de renovação que teve como objetivo “repensar esta nova fase com a abertura a novas vozes, novos protagonistas e novas dramaturgias”.

Os seis espetáculos que compõe a programação refletem o “tempo fraturante que vivemos, tanto a nível mundial, como a nível local”, assim como as “novas questões que se levantam em torno daquilo que é a organização da sociedade no mundo atual”. O rumo da sociedade, o papel da mulher e o pensamento universal vão apontar coordenadas para um programa que será reforçado com ações de formação, interação do público com os artistas e processamento de matéria crítica, capaz de fazer movimentar a comunidade artística e população em torno de uma prática há muito enraizada no território.

“Tratado, A Constituição Universal”, de Diogo Freitas, vai abrir a edição, no Grande Auditório do CCVF. Uma “proposta arriscada” que coloca em pensamento uma nova organização. Através de um dispositivo, os cidadãos são convocados a votar e viver num regime à sua escolha. O espetáculo propõe a ousadia de pensar a forma como o caos se relacionaria com uma nova organização mundial.

“Como nasce o conceito de Tradição? O que torna um hábito ou um costume, uma tradição? Qual o poder do tempo numa tradição?” são as questões lançadas em “Massa Mãe”, de Sara Inês Gigante, nova criação que estreia nos Festivais Gil Vicente a 3 junho. A artista propõe o resgate das tradições, matéria cara a esta criadora que também assume aqui o lugar de intérprete. Em palco, o público encontra uma gaiata a esmiuçar parte da sua identidade – a que está bordada com corações minhotos, fazendo surgir questões relevantes:  

O criador moçambicano radicado em Paris, Victor de Oliveira, apresenta “Limbo” e questiona as disputas da memória coletiva e as experiências de crescer na indefinição, num eixo entre a autoficção e a ficção social.

Esse lugar aparentemente desagradável segue em especulação na segunda parte dos Festivais com “O Desprezo”, a 9 junho, dos auéééu, que inspirados pelos filmes “Le mépris” e “Weekend”, de Jean-Luc Godard, se propõem a pensar o sentimento de desprezo. “Como se pode tornar estético, bonito e interessante um sentimento cuja natureza se rege pela falta de apreço ou consideração por alguém ou alguma coisa?” é a provocação que procuram lançar aos espectadores.

“Another Rose”, a 10 junho, de Sofia Santos Silva, projeta um diálogo entre a realidade oriental e ocidental a partir de um contexto particular, propondo uma colaboração com Gulabi Gang, um grupo ativista fundado por mulheres, sediado em Uttar Pradesh, no norte da Índia, para dar resposta à violência sistémica e discriminação generalizada de uma sociedade assente em práticas e costumes patriarcais que banalizam a violência sobre as mulheres.  

Sobre esse combate nunca fechado contra a violência e censura, surge o espetáculo “Ainda Marianas”, a 11 junho, criação de Catarina Rôlo Salgueiro e Leonor Buescu, a partir do livro “As Novas Cartas Portuguesas”.

Um ciclo sobre o que acontece quando a escola acaba

Neste período de intensa imersão no mundo teatral, o Teatro Oficina, enquanto companhia da casa e com a direção artística de Sara Barros Leitão ao longo deste ano, propõe “Depois do fim: um ciclo sobre o que acontece quando a escola acaba”, sendo este composto por dois momentos a decorrer no Espaço Oficina: um workshop de quatro dias, e um ciclo de jornadas durante três dias. 

De 6 a 9 de junho, a atriz, encenadora e professora Beatriz Batarda irá orientar o workshop de teatro “de que nos serve a ilusão?”, destinado a estudantes de teatro que estejam nos últimos anos dos seus cursos, ou que tenham iniciado a sua experiência profissional nos últimos dois anos. A participação é gratuita, mediante inscrição e seleção, e implica disponibilidade em todas as sessões, bem como a aceitação do registo vídeo de alguns exercícios.

Nos dias 10, 11 e 12 de junho, o Teatro Oficina oferece a possibilidade a estudantes de teatro preferencialmente avançados na sua formação ou em situação recém-profissional, de participar nas jornadas de teatro programadas por esta companhia atualmente com Sara Barros Leitão ao leme.

Durante o decorrer dos Festivais Gil Vicente, também o Teatro Oficina entra em ação, enquanto companhia da casa, propondo “Depois do fim: um ciclo sobre o que acontece quando a escola acaba”, composto por um workshop de teatro com Beatriz Batarda e umas jornadas de teatro dedicadas a estudantes de teatro e jovens profissionais. 

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