Festival que acontece perto do Rio Febras: Recinto alargado leva quatro mil pessoas a Briteiros
A visibilidade proveniente da polémica com o Rock in Rio gerou uma onda de apoio e curiosidade em torno do festival de Briteiros, o que levou a organização a repensar o festival.
“Vai ser o fim do mundo, vai ser espetacular”. É desta forma que Vasco Marques caracteriza o evento que está prestes a acontecer nas margens do Rio Febras.
Antevendo “a melhor edição de sempre”, o responsável pela organização do “festival que acontece perto do Rio Febras” espera cerca de quatro mil pessoas. A visibilidade proveniente da polémica com o Rock in Rio gerou uma onda de apoio e curiosidade em torno do festival de Briteiros, o que levou a organização a repensar o festival.
A procura “tem sido muita”, garante Vasco Marques. Prova disso é que os primeiros 3500 bilhetes gratuitos, disponibilizados através do website, esgotaram em menos de cinco horas. As constantes solicitações levaram a que a organização iniciasse um trabalho exaustivo – e rápido – para aumentar a capacidade do recinto.
“Apesar de termos uma procura muito maior do que estávamos à espera, não vamos poder deixar entrar toda a gente. Deixamos um alerta para quem não tiver bilhete não venha” de forma a evitar aglomerações indesejadas e respeitar as regras de segurança, acrescenta o presidente da Casa do Povo de Briteiros, instituição para a qual reverterão os fundos angariados no festival.
A quatro dias do evento, estão agora a ser terminados os trabalhos ao nível da terraplanagem e já foi iniciada a montagem do palco. Segue-se a decoração, luzes e restauração.
Para contentamento dos muitos festivaleiros que não garantiram lugar, a organização admite a possibilidade de um novo lote de bilhetes. “Pelo menos quratro mil pessoas vamos receber no recinto”, garantiu.
O evento inicia-se com os Quarta às Nove, numa introdução onde se recordarão emoções do passado. Apresentam-se como “um grupo de gente que pretende viajar no tempo em que a música se enamorava com as palavras para contarem histórias que ficaram gravadas na nossa memória”. Logo a seguir, Pedro Conde, já conhecido pela comunidade rock taipanse e vimaranense pelo seu envolvimento em diferentes projetos, é, mais uma vez, o primeiro a tomar conta dos “discos”, repetindo o sucesso do ano passado.
O rock ao vivo começa no Segundo Minuto, com uma banda com origem na amizade entre os seus cinco elementos e na vontade partilhada de expressar sentimentos através da música. Alberto Dias vai acompanhar os festivaleiros no sunset.
De Caldas das Taipas, chegam também os GASPEA, um grupo fortemente influenciado por bandas icónicas como Arctic Monkeys, Foo Fighters, Bush, Red Hot Chili Peppers, Tom Misch, The Strokes e Nirvana e que, recentemente, lançaram o single “Ser Quem Sou”, marcando um ponto de viragem na sua carreira musical. Segue-se Gordilho, que começou a sua aventura das cabines de DJ na adolescência e já lá vão mais de 30 anos.
De Guimarães, juntam-se ao Rock in Rio Febras os Ledher Blue, dupla vimaranense que tem vindo a conquistar um lugar na cena rock nacional e internacional desde que gravaram os seus primeiros temas, num estúdio caseiro construído em tempos de pandemia. Juanito Caminante continua a noite, sempre com o objetivo de “contar a história do Rock n’ Roll, consumir quantidades consideráveis de espírito escocês engarrafado e fazer tábua rasa de cronologias, etiquetas e outras convenções”.
Smartini oferecem o último concerto da noite e são a banda que possui um percurso mais longo e intimamente ligado à história da cena rock do norte do concelho de Guimarães. As suas raízes estendem-se desde a década de 90, na altura com uma forte influência do movimento Grunge, que gritava a revolta daquela geração contra a sociedade. Depois de “Sugar Train” (2007) os ter projetado no circuito underground nacional, o quarteto apresentou, em “Liquid Peace” (2016), uma sonoridade com maior hamornia e maturidade. Em 2018, pisaram o palco do Vodafone Paredes de Coura com a energia contagiante que o seu público sempre lhes reconheceu.
O festival encerra com um regresso de 2022: Crocky Girls.
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