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Greve: “O Governo tem tomado opções que são sempre contrárias aos trabalhadores”

Nesta “jornada de luta” os trabalhadores reivindicam sobretudo o aumento dos salários e a reposição de carreiras, uma “reposição de direitos que nos foram roubados desde que veio a troika”, diz Francisco Matos

greve

A greve da função pública paralisou, em Guimarães, nesta sexta-feira, dia 12, vários serviços essenciais. Há várias escolas fechadas por todo o concelho e muitos outros espaços estão encerrados ou com atividade parcial.

© Mais Guimarães

Segundo avança Francisco Matos ao Mais Guimarães, dirigente do STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, em Guimarães, na recolha noturna dos resíduos, a adesão dos trabalhadores à greve rondou os 60 a 70%, na recolha diurna está dentro dos 70%, nos trabalhadores dos jardins pelos 60%, e nos eletricistas 95%. Ao longo do dia, o sindicato fará a atualização da adesão dos trabalhadores, mas a adesão está a ser “significativa”, diz o dirigente sindical, fiscal na Câmara Municipal.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

Vários trabalhadores da Vimágua também aderiram a esta paralisação, manifestando-se, pela primeira vez, em frente às instalações da empresa.

Quanto aos estabelecimentos de ensino, devido à paralisação dos trabalhadores, não há aulas nas escolas E.B 2-3 João de Meira, no Agrupamento de escolas Gil Vicente em Urgeses, na E.B 2-3 Virgínia Moura, em Moreira de Cónegos, na Escola E.B. 2-3 das Taipas, na E.B. 1 de Longos e na E.B 2-3 Afonso Henriques, em Creixomil. Também na EB1/JI N. S.da Conceição, na escola E.B 1 de Santa Luzia, na E.B. 1 de Ponte, no Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda e no Agrupamento de Escolas Arqueólogo Mário Cardoso.

Nesta “jornada de luta” os trabalhadores reivindicam sobretudo o aumento dos salários e a reposição de carreiras, uma “reposição de direitos que nos foram roubados desde que veio a troika”, diz Francisco Matos, mas também o pagamento do trabalho extraordinário e o aumento de pensões, “uma série de reivindicações”, estão na base do protesto.

Francisco Matos fala ainda da aplicação do subsídio de risco a todos os trabalhadores da administração local, uma reivindicação já com “cerca de 20 anos”.

“Como há dinheiro para dar subsídio de risco a várias forças deste país, a vários setores, nós também exigimos que nos dêem o subsídio”

Francisco Matos

O “grande problema” que se coloca é que “temos trabalhadores em que os salários não evoluíram, diz o dirigente, acrescentando que “há trabalhadores na Câmara e na Vimágua, que trabalham há 20 anos, e estão sempre a receber o salário mínimo”.

Questionado sobre o momento em que acontece esta paralisação, Francisco Matos refere que “o país tem um primeiro ministro em funções, e um orçamento (de 2021) que está a ser executado”, considerando, por isso, que “faz todo o sentido que estejamos a reivindicar, porque o ano ainda não acabou”.

Quanto aos aumentos para os funcionários da função publica, recentemente anunciado pelo Governo, o dirigente diz que “a única coisa que está mais ou menos garantida é o aumento do salário mínimo para os 705 euros”. Já quanto ao aumento previsto no Orçamento de Estado, que foi chumbado, de um aumento dos salários de 0,9% é “muito pouco, devido ao poder de compra que perdemos desde que veio a troika. Uma troika que já não existe, e temos que responsabilizar todos aqueles que estão a governar o nosso país a partir daí, que já deviam ter reposto os direitos e ainda não repuseram”, diz.

Francisco Matos é critico quanto à atuação do Governo, referindo que este tem “tomado opções que são sempre contrárias aos trabalhadores. Este Governo gosta muito das contas certas, com as instituições europeias, com os bancos, mas esquece-se dos trabalhadores, e o país não vive sem os trabalhadores”, termina o delegado sindical.

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