Guimabus promete revolucionar os transportes públicos em Guimarães

A Guimabus diz que haverá um aumento da oferta na ordem dos 30%, em comparação com o serviço prestado pela concessionária anterior.

Guimabus

A sessão de apresentação pública da Guimabus, a quem foi adjudicada pela Câmara Municipal de Guimarães, como Autoridade dos Transportes, a concessão do Transporte Público de Passageiros, decorreu esta segunda-feira, dia 13, no Paço dos Duques de Bragança.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

A nova concessão, que arrancará a 1 de janeiro, com seis meses de atraso relativamente à data inicialmente prevista, operará em 66 linhas com uma frota de 80 viaturas, 58 a diesel, com uma idade média de pouco mais de quatro anos, e 22 elétricas. Todas as viaturas climatizadas, com wi-fi e piso rebaixado, com lotação para mobilidade reduzida, e também com 48 viaturas equipadas com sistema kneeling de ajuda ao embarque.

É intenção do operador “aumentar o número de viaturas elétricas para 26 até ao final de 2022, tornando Guimarães no concelho do país com maior número de autocarros elétricos a operar”, disse Fernando Salgado, fundador e CEO da Guimabus, durante a apresentação.

A empresa vimaranense integra o Grupo Vale do Ave Transportes, tem sede em Serzedelo, Guimarães, e venceu o concurso público internacional lançado pelo Município de Guimarães para a concessão do serviço de transporte coletivo de passageiros no concelho vimaranense, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2022 e por um período de 10 anos. A concessão foi adjudicada por 15 milhões de euros. A empresa conta atualmente com 134 colaboradores.

No desenho da nova concessão, os autocarros percorrerão um total de 3,6 milhões de quilómetros por ano, o que representa, segundo a Guimabus, um aumento da oferta na ordem dos 30%, em comparação com o serviço prestado pela concessionária anterior. A concessionária apresentou um total de 66 linhas (20 urbanas, 35 municipais e 8 noturnas), que ligarão 1.519 paragens.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

Fernando Salgado, CEO da Guimabus, na sua intervenção, destacou o momento histórico para a sua empresa e para Guimarães, dizendo que a nova concessão terá “impacto social e económico” na região. “Nascemos para servir os vimaranenses e todos os que aqui estudam e trabalham”, disse.

Fernando Salgado não hesitou em classificar o futuro do transporte rodoviário de passageiros como um “novo patamar que trará conforto, segurança e pontualidade. A nossa missão é transportar pessoas com segurança, conforto e com qualidade”, reforçou o CEO da Guimabus. 

“Vamos entrar numa nova era do transporte público em Guimarães”

Fernando Salgado, Guimabus

A vereadora Sofia Ferreira, responsável pela pasta dos transportes no município, destacou também o simbolismo da sessão de apresentação, com a “feliz coincidência” de se realizar no dia em que o Centro Histórico de Guimarães comemorou o 20º aniversário da elevação a Património Mundial da Humanidade. “Este também será um dia histórico. Trata-se de uma revolução no transporte público em Guimarães”, disse a vereadora.

Sofia Ferreira acrescentou que a concessão é o resultado de um “caminho longo, complexo e desafiante, que culmina num projeto estruturante para o território vimaranense”. O novo serviço de transportes públicos em Guimarães proporcionará “uma oferta mais alargada, acessível e inclusiva, que contribuirá para o aumento da coesão social e territorial”.

A vereadora agradeceu ainda à administração da Guimabus pela “ousadia em se ter submetido a concurso e pelo empenhamento e esforço perante o difícil percurso que foi percorrido”, disse.

Quanto aos preços de utilização dos transportes públicos, para os clientes que utilizem regularmente os autocarros da Guimabus e que residam fora da área da cidade de Guimarães, o passe custa a partir de 28,25 euros mensais, dependendo do trajeto. Já o passe para quem utiliza os autocarros na zona da cidade, que inclui o centro urbano e freguesias que circundam a cidade, custa 17,15€ mensais.

O passe reformado, e para pessoas com reforma antecipada, com idade compreendida entre os 60 e os 65 anos e pensão inferior ao salário mínimo nacional, custa 14,35 euros mensais em toda a rede. Já as pessoas com mais de 65 anos, que residam no concelho de Guimarães e sejam portadoras do Cartão Municipal 65+ pagam 8,60 euros mensais e o passe Antigo Combatente é gratuito para os antigos combatentes ou suas viúvas.

A tabela contempla outros passes gratuitos, nomeadamente para estudantes de todos os níveis de ensino, mediante comparticipação da Câmara Municipal ou da Comunidade Intermunicipal do Vale do Ave.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

Concurso ganho com proposta a metade do preço base

Para a concessão do serviço público de transportes de Guimarães, o município lançou um concurso público internacional cujo preço base foi de 30 milhões de euros.

Ao concurso, em que o critério de adjudicação era a proposta economicamente mais vantajosa, a Vale do Ave Transportes apresentou-se com um valor de 15 milhões e 105 mil euros. Apresentaram-se mais quatro empresas com valores superiores: a Nex Continental Holding, a Gondomarense, a Bus on Tour e a Arriva Portugal. A Arriva, anterior concessionária, não chegou a apresentar a sua declaração de submissão da proposta.

A que mais se aproximou à proposta vencedora veio da Empresa de Transportes de Gondomarense, e foi de 18 milhões de euros, mais três que a da Vale do Ave, e as restantes ultrapassavam os 20 milhões.

Na altura da adjudicação da concessão do serviço, em setembro de 2020, a oposição na Câmara Municipal, pela voz do vereador Monteiro e Castro, apresentava dúvidas sobre o sucesso da escolha: “Ficámos surpreendidos que os principais operadores deste setor no mercado local, e até nacional, regional e internacional não se interessaram no concurso. Alguma coisa não estará bem”, disse o ex-vereador do CDS-PP.

Já Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, explicou na altura que o critério de adjudicação foi “o mais baixo preço” e que a empresa selecionada, entre as quatro a concurso, teria que “prestar garantias”.

A 23 de abril de 2021, o Tribunal de Contas emitiu o visto para a nova concessão do serviço público de transportes de passageiros, contratualizado pelo Município de Guimarães com a empresa Guimabus – Empresa Transportes de Guimarães, Unipessoal Lda, sociedade comercial constituída pelo adjudicatário Vale do Ave Transportes, Lda.

Nova concessão da CIM do Ave entra em vigor só no segundo semestre de 2022

A concessão lançada pela CIM do Ave, comunidade intermunicipal constituída pelos municípios de Guimarães, Cabeceiras de Basto, Fafe, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela, e que deveria entrar em vigor também em janeiro de 2022, e por um período de cinco anos, irá iniciar-se apenas no segundo semestre de 2022.

As ligações intermunicipais “representam 30% do serviço de transportes públicos a operar no concelho”, segundo a  vereadora Sofia Ferreira, que lamentou que as novas concessões não se iniciem em simultâneo.


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