A rede nacional de Laboratórios Colaborativos (CoLAB) foi reforçada com a aprovação de nove novas propostas no âmbito do quarto exercício internacional de avaliação anual para o reconhecimento e a atribuição do título de “Laboratório Colaborativo – CoLab”. Guimarães inscreve dois Laboratórios Colaborativos no mapa dos 35 que estão concretizados.

Os novos CoLAB atuam em áreas estratégicas como a saúde e o envelhecimento, hidrogénio verde, águas termais, ciência de dados, aquacultura sustentável e turismo, contribuindo para reforçar os objetivos da implementação de agendas de investigação e inovação, de relevância internacional e impacto nacional.

Guimarães tem dois Laboratórios Colaborativos inscritos no mapa nacional dos 35 que estão concretizados. O DTx (Digital Transformacion Colab) e o Prochild.
O Digital Transformacion Colab foi reconhecido em 2017
O Digital Transformacion Colab é uma associação privada sem fins lucrativos e é constituído por 18 membros associados:
- Três universidades: Universidade Católica Portuguesa, Universidade de Évora e Universidade do Minho;
- Um laboratório internacional: INL;
- Um centro de engenharia e inovação: CEiiA;
- Treze empresas: Accenture, Bosch, Cachapuz, Celoplás, dst group, Embraer, IKEA, Mobileum, Neadvance, NOS, Primavera, Simoldes, TMG Automotive;
Integram ainda o DTx duas unidades de interface, com o estatuto de membros afiliados: CCG e PIEP.
As atividades do DTx são desenvolvidas nos seus três polos: Minho (Braga – Guimarães), Matosinhos e Évora.
O DTx trabalha na interseção dos domínios físico, digital e cibernético, com o objetivo de criar a próxima geração de sistemas ciber-físicos evoluídos, que seja capaz de esbater a fronteira entre o mundo real e o mundo virtual.
O Prochild foi reconhecido em 2018
A missão do Prochil é o “Combate à pobreza e à exclusão social na infância
enquadrada numa abordagem científica transdisciplinar que articula os setores público e privado”.
O Prochild tem como objetivos:
• Criação, desenvolvimento e gestão de projetos de investigação
multidisciplinar e de desenvolvimento e inovação tecnológica na área
da pobreza e exclusão social na infância;
• Desenvolvimento, implementação e avaliação de programas de
intervenção e outras ações na área da pobreza e exclusão social na
infância;
• Desenvolvimento de programas e outras ações de formação com base
científica para profissionais, famílias e outros públicos e entidades na
área da infância;
• Elaboração de orientações baseadas no conhecimento científico para
formulação de políticas públicas e ações de “advocacy” no âmbito do
combate à pobreza e exclusão social na infância;
• Desenvolvimento de projetos e outras iniciativas para a promoção da
responsabilidade social corporativa.
Os 15 membros associados do Prochild são:
Oito universidades e faculdades: Universidade do Minho, Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Universidade Aveiro
Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Centro de Estudos Sociais, Instituto Superior de Economia e Gestão, Universidade Católica Portuguesa;
Um centro de investigação: Centro de Computação Gráfica
Um Município: Câmara Municipal de Guimarães
Três grupos empresariais: SONAE Corporate; Irmãos Rodrigues; DST Group.
São também membros do Prochild a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e
Fundação Vasco Vieira de Almeida Foundation
O ecossistema dos Laboratórios colaborativos
O processo lançado desde 2017 de criação e promoção de “Laboratórios Colaborativos – CoLAB” através do Programa Interface tem tido como objetivo principal criar, direta e indiretamente, emprego qualificado em Portugal em estreita associação com a valorização social e económica do conhecimento.
O programa tem sido implementado através da seleção anual, por via competitiva e após a avaliação por peritos internacionais, de agendas de investigação e de inovação orientadas para a criação de valor económico e social, incluindo processos de internacionalização da capacidade científica e tecnológica nacional, em área(s) de intervenção relevante(s) e a realização de atividades de I&D que potenciem o reforço de sinergias com instituições científicas e de ensino superior, designadamente no âmbito de programas de formação especializada, profissional ou avançada em estreita colaboração com parceiros sociais, económicos e culturais.
Estão agora concretizados 35 laboratórios, que correspondem a iniciativas em várias áreas do conhecimento e de âmbito regional ou nacional, contribuindo para a densificação do território nacional em termos de atividades baseadas em conhecimento. Mobilizam, atualmente, cerca de 300 entidades, incluindo mais de 120 empresas, para o desenvolvimento das suas agendas de investigação e inovação.
Até ao final de 2020 o financiamento público disponibilizado através de fundos nacionais e comunitários para a criação e promoção de “Laboratórios Colaborativos – CoLAB” ascendeu a 68,6 milhões de euros, tendo já contribuído para a criação direta de 466 empregos altamente qualificados, 33% dos quais são ocupados por doutorados.
Os Laboratórios Colaborativos têm contribuído para reforçar e complementar a atual estrutura de Centros de Interface Tecnológica (CIT) e outras instituições intermediárias em Portugal, diversificando e complementando também a estrutura existente e a atuação das unidades de I&D e dos Laboratórios Associados. Têm, assim, um objetivo claro de diversificação e densificação do tipo de instituições de I&D, estando orientados para a criação de valor social e económico através do emprego qualificado, designadamente:
- Estimulam a participação ativa do sistema científico e académico na compreensão e na resolução de problemas complexos e de grande dimensão, geralmente não suscetíveis de ser resolvidos no âmbito de uma única vertente disciplinar, científica, tecnológica ou institucional.
- Implicam a coordenação de escalas diferentes e uma intervenção empresarial, social e cultural com vista à implementação de soluções efetivas e com impacto socioeconómico.
Neste contexto, o desenvolvimento e promoção de Laboratórios Colaborativos tem sido estimulado no âmbito de agendas e programas de investigação e inovação mobilizadores, de relevância internacional e impacto nacional, devidamente concertados entre as universidades, os politécnicos, as unidades de I&D e os laboratórios associados, os laboratórios do Estado, e o tecido social, cultural e económico, envolvendo, em particular, empresas, instituições intermédias e de transferência de conhecimento.
O estabelecimento em Portugal de Laboratórios Colaborativos desde 2017 tem representado, assim, uma nova fase de evolução, desenvolvimento e maturidade do sistema de investigação e inovação para reforçar a institucionalização da colaboração entre instituições distintas, juntamente com a corresponsabilização interinstitucional de estratégias baseadas no conhecimento, assim como o reforço da colaboração de instituições científicas e de ensino superior com instituições intermédias e de transferência de conhecimento, promovidas nos últimos anos. Pretende-se incentivar a cooperação entre unidades de I&D, instituições de ensino superior e o setor produtivo, social ou cultural, assegurando novas formas colaborativas e de partilha de risco entre os setores público e privado que sejam potenciadoras de criação de valor e de emprego qualificado.
O estatuto de Laboratório Colaborativo é atribuído pela Fundação para Ciência e a Tecnologia, FCT, por um período de cinco anos, renovável, após um processo de avaliação por um painel de peritos internacionais, coordenado pelo Professor José Luís Encarnação (Sociedade Fraunhofer e Universidade Darmstadt, Alemanha) durante todos estes anos.