Neste regresso à programação regular da Casa da Memória de Guimarães, o convite está feito: “A Casa em Festa, uma Festa na Casa. Tudo pronto, só faltam os convidados”.

É já este sábado, 25 de setembro, que a Casa da Memória abre portas e junta “palavras, transformações, contos, sons, comes e bebes numa celebração com toda a comunidade”.

A oficina de serigrafia é um projeto de arte participativa apresentado pelo coletivo artístico Atelier Ser, onde os participantes serão convidados a criar uma nova cartografia da sua cidade com base nas suas memórias do lugar. “As memórias estão quase sempre ligadas a sentimentos”, explicam, dando o mote para este laboratório: “vamos traduzir esses sentimentos em palavras e com elas representar a nossa cidade, o nosso território. O resultado serão coloridas combinações de palavras que representam um lugar e que transformam a partilha de sentimentos num mapa de memória coletiva”.

“Vamos transformar o plástico velho?”, pergunta a Casa da Memória aos mais novos. Precious Plastic é uma comunidade global de centenas de pessoas que se dedicam a arranjar soluções para combater a poluição causada pelo plástico. Com a equipa Precious Plastic Portugal, neste formato de workshop mais amplo, os participantes ficarão a conhecer este projeto global e o substrato a que se dedica – o plástico e as suas várias formas de reciclagem. Terá lugar uma demonstração com o conjunto das máquinas e a utilização de diferentes moldes. Segue-se o processo de identificação e separação do plástico com origem no “lixo”.

Ao entardecer, António Fontinha e Raul Pereira trazem uma sessão de narração oral. António Fontinha traz uma homenagem ao mundo rural. O imaginário dos Contos Tradicionais Portugueses foi, durante centenas de anos, cultivado em múltiplos momentos da vida comunitária. Em setembro, um dos impactantes afazeres da ruralidade, é a vindima. Este “Entardecer com Contos” contará também com a voz de Raul Pereira, como parceiro de narração de contos do nosso património, onde a vinha do enforcado será a rainha e o vinho, o rei.

E como uma festa é sinónimo de comes e bebes, a noite leva à Casa da Memória pretiscos e tradição, ” porque a memória também tem sabor”. Segue-se a música, que encerra o programa de celebração do início da temporada. Pelo território de Guimarães, fez-se um caminho de encontro com pessoas, para a recolha de sons, cantigas, dizeres e paisagens sonoras, naturais, citadinas, artesanais ou industriais. Ao acervo sonoro recolhido, juntou-se uma estória, uma criação artística de música eletrónica contemporânea e não só.