Hospitais privados cobram taxa COVID-19
O Hospital da Luz, em Guimarães, é uma da unidades que está a cobrar esta taxa aos utentes.
O Hospital da Luz, em Guimarães, é uma da unidades que está a cobrar esta taxa aos utentes. Bloco de Esquerda questiona quer que o governo regulamente a situação.
Na tabela de preços de EPI (equipamento de proteção individua) deste hospital, um atendimento de urgência fica sujeito a um acréscimo de sete euros. O preçário para EPI do Hospital d Luz varia entre dois euros e 170 euros.
No caso de uma utente Hospital da Luz, que efetuou um exame de diagnóstico à tiroide, foram-lhe cobrados cinco euros por esta proteção. “Não vi o profissional que me fez o exame colocar nenhum equipamento à minha frente, além das luvas, que, na minha opinião, já devem fazer parte dos procedimentos habituais. Não sei que equipamento adicional é que foi usado”, afirma esta utente que acabou por fazer uma reclamação formal.
Outro utente do Hospital da Luz, queixa-se dos 15 euros cobrados em cada consulta dentária, pelo equipamento de proteção. “Sempre vi o dentista usar máscara, luvas e óculos, não é de agora”, queixa-se o utente. O mesmo utente diz que a viseira que o médico dentista usa, não é um equipamento descartável, portanto, não pode ser isso que justifica os custos.
Os dois utentes anteriores estão cobertos pela ADSE que não cobre estas despesas. Numa resposta de seis páginas a um dos utentes anteriores, o Hospital da Luz afirma, entre outras coisas, que, de acordo com a Entidade Reguladora da Saúde, “a cobrança aos utentes de valores associados a EPI utilizados no âmbito da pandemia SARS-CoV-2 é admissível desde que necessária a sua utilização para segurança e qualidade da prestação de cuidados de saúde”.
A utente em causa, depois do procedimento que deu origem à reclamação, já regressou ao Hospital da Luz para mais dois atos e nesses casos não lhe foi cobrado nada. “Fiquei admirada, uma veze cobram, outras não. Acho que foi por causa da reclamação”, diz a utente.
Outras unidades privadas estão a cobrar a “taxa COVID-19”
O Bloco de Esquerda vem chamar a atenção para o caso do Hospital Trofa Saúde, em VL. Nova de Famalicão.“Depois de várias semanas encerrado, o Hospital Trofa Saúde, em VL. Nova de Famalicão, reabriu e está a cobrar aos utentes pela proteção para a Covid-19”, denuncia o BE.
Esta situação levou os deputados do Bloco de Esquerda eleitos por Braga, José Maria Cardoso e Alexandra Vieira, a questionarem o Governo. No documento entregue na Assembleia da República, os deputados referem que “o utente em causa, que levou a sua própria máscara e gel desinfetante de casa, questionou a instituição sobre o porquê desta cobrança, tendo-lhe sido referido que a cobrança era para assegurar a higienização do espaço de atendimento”.
Para os bloquistas, “é incompreensível que as instituições privadas de saúde possam usar e abusar desta forma dos utentes que recorrem aos seus serviços”. Para o BE é urgente regulamentar esta situação e querem que o Ministério da Saúde esclareça se considera legítimo que as instituições privadas de saúde cobrem aos utentes pela higienização do espaço utilizado para atendimento.
A unidade de Famalicão do Grupo Trofa Saúde fechou portas em plena pandemia causada pela Covid-19, situação que motivou uma pergunta do BE ao Governo.
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