Internado nos Cuidados Intensivos diz ter sido “sufocante e muito desconfortável”

António vive em Guimarães e deu entrada no hospital a 19 de setembro, durante a manhã.

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António vive em Guimarães e deu entrada no hospital a 19 de setembro, durante a manhã. Nas suas redes socias contou que foi “sujeito a vários exames” e que, além de Covid-19, “estava com uma infeção urinária e um cansaço acima do normal”.

Ficou internado no piso 10 e, no dia seguinte, “tinha febre e a respiração muito fraca”. Testaram-lhe várias vezes o nível de oxigénio, que apresentava “resultados cada vez piores”.

“Ao final da tarde a médica abordou-me, foi muito direta comigo, dizendo que eu estava num quadro clínico muito grave”. Foi depois de receber a notícia que foi para os Cuidados Intensivos onde, escreve, “nunca na vida imaginaria estar um dia”. António desabafa no Facebook, dizendo que o equipamento “assusta” e explica que tiveram de “introduzir quatro cateteres em cada braço”, que permitiam as colheitas de sangue.




Na cara foi-lhe colocada uma máscara de alta pressão com um tubo ligado a uma máquina. “Concentre-se só na respiração, porque vai viver com isto 24 horas por dia durante vários dias”, pediram-lhe. O vimaranense confessa que foi “sufocante e muito desconfortável”, porque a máscara “tinha um aperto em volta na cabeça na orla do cérebro e na parte inferior da mesma”.

António esteve deitado, sem se levantar, “sem janelas, sem televisão, olhar para o teto, com muita tecnologia” durante uma semana. Começava a ficar “cansado e saturado” e pensava na esposa e na filha. Confessou que rezou e que este período o fez perder a liberdade: “impediu-me de seguir o meu caminho, ser dono do meu destino”.




Voltou à enfermaria e, explica, “sorri pela primeira vez, falei com pessoas, vi televisão, mexia bem os braços e via Guimarães pela janela”. A partir desse dia não teve mais sintomas e, ainda infetado, recebeu alta a 05 de outubro. Explica que o levaram para casa de ambulância, para fazer quarentena, e que estava “bem apoiado”. Começou no dia seguinte a trabalhar, “felizmente”, porque o tipo de trabalho de António assim o permitia e cumpriu oito horas por dia. “Nem dei pelo tempo passar”, conta.

Um teste inconclusivo seguido de um teste negativo, e alta a 16 de outubro. “Já não precisava de fazer o segundo teste, uma vez que estive 20 dias consecutivos sem qualquer sintoma”, explicou na sua página.

António agradece aos médicos, enfermeiros, auxiliares e pessoal da limpeza “pelo apoio e carinho que sempre deram, com muito profissionalismo e dedicação”. Na pele de quem viveu, António garante que “foram incansáveis”. “Confirmei durante 28 dias que os serviços funcionam e as pessoas são o maior ativo do SNS”.

Termina fazendo um apelo, “porque pode acontecer a qualquer um, mesmo aos mais saudáveis”: “só com responsabilidade de todos podemos reduzir esta pandemia”. “Usem máscara e desinfetem as mãos várias vezes ao dia”, conclui.

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