José Diogo Silva quer “largar a ideia de que a AVH é da restauração e dos hotéis do centro histórico”
Foi eleito presidente da direção da Associação Vimaranense de Hotelaria, uma associação que "quer crescer" em Guimarães.
Ricardo Silva, anterior presidente da direção da Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH), deixou uma mensagem a José Diogo Silva e à sua equipa, desejando “os maiores sucessos à frente dos destinos da AVH”, e reconhecendo “total competência e capacidade para representar os superiores interesses dos associados”.
O vimaranense José Diogo Silva foi eleito, na passada quinta-feira, presidente da direção da associação e, em conversa com o Mais Guimarães, reflete sobre os desafios que tem pela frente, a importância do setor para a cidade e sobre a equipa que diz ter “escolhido a dedo”.
Quais são os principais desafios da AVH neste momento?
Os principais desafios são perceber como está a associação, como é que estão os nossos associados, como é que têm passado os nossos associados, como é que foi este último ano deles, fazer uma palpação do terreno em relação aos nossos associados, com quem podemos ou não contar, aqueles que temos, fazer também crescer o número de associados com campanhas, com promoções dentro da própria associação… Os desafios são muitos. Esta nova direção tem muitos objetivos, mas também temos perfeita noção que vai ser muito complicado e que os desafios que temos pela frente vão ser, certamente, muito difíceis. Inicialmente a nossa preocupação está com os associados e é com eles que temos de conversar, é com eles que queremos passar a nossa mensagem, elaborar um plano de atividade para estes próximos dois anos.
Aumentar o número de associados é um objetivo?
É um objetivo crucial. Nós temos perfeita noção que seremos sempre mais fortes quando tivermos uma base de apoio mais forte atrás de nós. Queremos largar um bocado a ideia de que a AVH é da restauração e dos hotéis do centro histórico, porque isso é mentira e também iremos fazer campanhas nesse sentido, no sentido de alargar o espetro da AVH, alargar para as freguesias, alargar para as vilas, fazendo também alguns protocolos e algumas cooperações, quer com empresários das freguesias e vilas, quer mesmo com presidentes de junta. Passa um bocado por aí, chegar a todo o território e as pessoas em Guimarães sentirem que existe realmente uma associação da restauração e da hotelaria, não pensarem que é apenas dos bares e dos cafés da Oliveira e da praça de Santiago.
Para integrarem a associação, os novos associados têm de perceber que há benefícios com isso…
Sim, isso é uma das coisas também que iremos trabalhar rapidamente, no sentido de transmitir aos associados e aos futuros associados quais os benefícios de pertencer à Associação Vimaranense de Hotelaria. Existe um grande benefício que é ter uma associação que os representa. Nós não podemos esquecer que há quatro, cinco, seis anos atrás, quando alguém queria resolver algum problema relacionado com o seu restaurante, com o seu bar ou o que quer que seja, iam um a um ao município. Hoje em dia, e graças à força dos próprios empresários, principalmente aqui do centro histórico, existe uma associação que os representa. Isso é uma grande vantagem, uma vantagem da própria associação em fazer chegar os problemas dos seus associados ao município e a quem gere os destinos da cidade. Agora, a associação também não pode defender quando as pessoas não procuram a associação para essa defesa.
Depois, é procurar parcerias e procurar apoios, quer privados, quer de instituições públicas, quer de instituições de solidariedade social, que nos permita também alargar a panóplia de ofertas aos nossos associados, porque nós temos perfeita noção de que, nos dias de hoje, tem que ser benéfico pertencer a uma associação e a quota mensal que se paga tem que trazer vantagens. Nós estamos cientes disso e é das primeiras coisas que devemos trabalhar: na elaboração de uma campanha de angariação de sócios.
Pega na AVH depois de a anterior direção se ter demitido em bloco, este ano, alegando, na altura, não sentir apoio, nomeadamente da Câmara Municipal de Guimarães. Vai tentar já reatar esse diálogo com a Câmara Municipal de modo a ultrapassar este problema que surgiu há cerca de meio ano?
Eu pertenci a essa direção, portanto também me demiti e apoiei a decisão da demissão em bloco porque achava que não havia mais condições para continuar nos destinos da AVH, porque nós não estávamos a conseguir fazer o nosso trabalho.
O turismo tem um novo responsável da Câmara Municipal. Está agora esse pelouro entregue a Paulo Lopes Silva. Espera que daí possa surgir uma abertura maior para as questões da restauração e da hotelaria?
Não posso dizer que nunca houve abertura, porque houve abertura e, portanto, tanto o doutor Paulo Lopes Silva, como a doutora Sofia Ferreira, seria, para mim, igual. O município ouviu a AVH e a AVH ouviu o município. Chegou-se a uma altura de rutura, mas queremos deixar o passado para trás, o passado já passou e nós olhamos para o futuro. É com o doutor Paulo Lopes Silva que iremos tratar dos novos problemas quer para o turismo, quer para a restauração e hotelaria em Guimarães. Aceitaremos o doutor Paulo Silva, como qualquer outro vereador para discutir aquilo que for importante para os nossos associados.
É um setor importante para o dinamismo de Guimarães?
Sim, é um setor muito importante. E é um setor muitas vezes desvalorizado e olhado como o caça às bruxas, porque “nós é que tiramos as pessoas do centro da cidade, são os restaurantes, são os cafés, são os bares”, mas é preciso lembrar que há 20, 20 e poucos anos atrás, o centro histórico não era nada mais nada menos do que uma zona habitacional onde ninguém passava. Se é o que é hoje, e Património Mundial da Humanidade, é muito também pelo esforço dos empresários do centro histórico e foi deles também que surgiu o crescimento do turismo.
Como associação, iremos sempre tentar encontrar um equilíbrio entre zona habitacional com zona de lazer, restauração e bares. Mas isso é preciso ter uma ginástica e um jogo de cintura muito grande e é uma coisa que irá dar muito trabalho e as pessoas, quer os próprios empresários, quer quem gere essa parte do turismo e a parte da promoção do património da cidade, também tem que ser flexível em algumas medidas, porque tem que haver flexibilidade dos dois lados. Acredito que com empatia, com trabalho e com flexibilidade de ambos os lados, as coisas podem chegar a um bom rumo, porque Guimarães tem um potencial incrível, mas é com a ajuda de todos. Aqui ninguém é mais que ninguém, todos precisamos uns dos outros. Estamos cientes disso para os nossos próximos dois anos.
Conseguiu reunir a equipa que queria para esta direção, para estes desafios?
Sem dúvida. Isso foi uma coisa que eu sempre disse ao anterior presidente da associação, que só iria caso tivesse esta equipa comigo. Foram todos escolhidos a dedo. Tentamos mudar um bocado o paradigma das anteriores direções, não inserir tanta gente do setor, quer da hotelaria, quer da restauração, quer dos bares nos cargos e órgãos sociais da associação, porque as experiências passadas revelaram que são pessoas que pouco têm tempo e pouca disponibilidade, porque é um setor que consome muito. São empregos e trabalhos que consomem muito do nosso dia e muito daquilo que nós somos. Tenho perfeita noção que isso também não ajudou ao crescimento da associação e, por isso, também procuramos trazer pessoas de fora do ramo que nos podem dar coisas diferentes. É com isso que contamos, com uma equipa que vai trabalhar, uma equipa super competente, mas que, no fundo, foi uma equipa que eu escolhi. Estou muito grato e a eles agradeço, porque é por eles que eu estou aqui hoje e não por mim.
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