Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas garante financiamento para projeto europeu

O Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), com um polo na Universidade do Minho, vai continuar a integrar a experiência ATLAS do CERN, uma das maiores iniciativas científicas no âmbito da física de partículas.

© CERN

O LIP, que participa no projeto desde a sua criação, obteve recentemente um financiamento de 280 mil euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para desenvolver dois novos projetos.

De acordo com Nuno Castro, coordenador do LIP Minho e membro da Colaboração ATLAS, “O grupo de ATLAS no Minho tem tido um papel importante nos detetores de protões localizados a cerca de 200 metros do detetor principal e no uso de técnicas de deteção de anomalias, baseadas em aprendizagem automática”, revela.

O grupo da Universidade do Minho tem desempenhado um papel importante nos detetores de protões localizados a cerca de 200 metros do detetor principal e na utilização de técnicas de aprendizagem automática para detetar anomalias. A equipa portuguesa contribui para áreas essenciais da experiência, como a construção e atualização de componentes do detetor, análise de dados, estudo das propriedades de partículas como o bosão de Higgs e o quark top, além da formação de novos cientistas e do desenvolvimento de software.

O Grande Colisor de Hadrões (LHC) do CERN, localizado na fronteira entre França e Suíça, acelera feixes de protões quase à velocidade da luz, permitindo que se cruzem 40 milhões de vezes por segundo. Cada uma dessas colisões gera uma vasta quantidade de dados, que são posteriormente analisados para explorar e confirmar teorias do Modelo Padrão da física ou identificar novos fenómenos.

Com a entrada na terceira fase de operação, o LHC será alvo de um upgrade, o que permitirá recolher dez vezes mais dados do que até agora. O objetivo, segundo Nuno Castro, é estar preparado para o inesperado e, se houver novos fenómenos de física, a equipa do LIP estará pronta para os identificar. “Usamos técnicas de inteligência artificial, com foco em aprendizagem automática, para procurar nova física assumindo o mínimo possível. O nosso grupo especializou-se em procurar fenómenos raros e por isso difíceis de detetar. Se há ou não novos fenómenos de física nos dados que vamos adquirindo, isso depende da natureza e não de nós. O grande desafio é estarmos prontos para o inesperado e, se houver nova física nos novos dados do LHC, conseguirmos descobrir”, resume o investigador.

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