Minho Young Chef Award quer promover jovens e o Minho enquanto destino gastronómico

Nos próximos dias 8, 9 e 10 de fevereiro, o Multiusos de Guimarães vai receber o MYCA – Minho Young Chef Award, um evento é promovido pelo Consórcio Minho Inovação, que integra as Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Ave e Cávado, e pretende promover a identidade gastronómica da região do Minho junto dos jovens estudantes.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Marta Coutada, secretária da CIM do Ave, reconheceu a importância deste projeto na promoção da identidade gastronómica do Minho, através dos jovens, um “ativo importante do nosso território”, e deu a conhecer as novidades desta edição.

A quarta edição do evento conta com 24 alunos e 11 escolas, um recorde de participação. Há agora uma nova categoria a concurso. Além de chef de cozinha, de sala e bar, haverá a categoria de chef de pastelaria. Os concorrentes são desafiados, por um lado, a cozinhar um prato referencial gastronómico do Minho e, por outro lado, um prato inovador tendo por base a tradição gastronómica desta sub região que é o Minho.

Rafael Oliveira, CEO da Feel Agency, explicou o funcionamento desta competição, começando por referir que nos dias 8 e 9 de fevereiro serão realizadas as três meias finais – Cávado, Alto Minho e Ave -, onde os jovens serão desafiados a cozinhar um dos pratos tradicionais presentes no Referencial Gastronómico do Minho. De cada região saem três candidatos ao prémio final. A grande final, no dia 10, será um dos “momentos altos desta iniciativa”, pois os jovens finalistas terão de “reinterpretar uma receita, trazendo uma nova roupagem, criando um prato inovador, mas onde o sabor, a textura e o aroma terão de ser idênticos à receita tradicional que esteve na base da criação”.

O vencedor do MYCA irá representar a região do Minho no EYCA – European Young Chef Award, que se irá realizar na Noruega.

Rafael Amorim, secretário da CIM do Cávado, realçou o esforço conjunto que o Consórcio Minho Inovação tem feito na “valorização da enogastronomia minhota”, lembrando que esta edição do MYCA é uma continuação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito do PROVERE. “Se queremos ter uma economia competitiva, também temos de ter setores devidamente competitivos”, disse falando do turismo e gastronomia.

Paulo Queiroz, coordenador executivo do PROVERE Minho Inovação, enquadrou esta iniciativa na estratégia que este Consórcio tem desenvolvido para a valorização do património cultural e imaterial do Minho, tendo ganho escala a partir de 2016, ano em que o Minho foi Região Europeia da Gastronomia. Um investimento que, disse, corresponde, a 25 milhões de euros para “valorizar o turismo”.

“Se queremos ter uma economia competitiva, também temos de ter setores devidamente competitivos”

Rafael Amorim

O objetivo desta iniciativa é “pegar nos jovens e dar-lhes uma oportunidade de mostrarem o que fazem, de os confrontar com a riqueza gastronómica”, explicou Paulo Queiroz. “Promovê-los a eles e promover também o Minho enquanto destino gastronómico”, continuou.

Na conferência de imprensa realizada na passada quinta-feira, no Salão Nobre da CIM do Ave, Domingos Bragança, presidente da CIM do Ave, lembrou o Minho como uma das “gastronomias mais ricas do mundo”. Esta promoção da cultura da região através da gastronomia é, para Domingos Bragança, “relevante”, disse reforçando a necessidade “de ligar o turismo sustentável à gastronomia e a gastronomia à agricultura da região”.

Um “turismo ambientalmente responsável” foi uma das ideias que o presidente da CIM do Ave destacou, reconhecendo que “são iniciativas como o MYCA que provam o que de bom se pode fazer na promoção conjunta do território do Minho”.

“É preciso aliar tradição com modernidade, com saber fazer bem”, disse lembrando que é preciso “ter escolas profissionais, politécnicos e universidades com esta área”.

Necessária “mudança de paradigma” na restauração

Questionado sobre a falta de pessoas na formação na área da restauração, Rafael Oliveira acredita que não há nenhum défice, neste momento. Para o CEO da Feel Agency, “o problema tem a ver com a qualidade do emprego”, nomeadamente no que aos horários diz respeito.

“Há muitos jovens que emigram para continuar os seus trabalhos, principalmente na área do serviço de sala”, disse. Acrescentou ainda que “há chefes e donos de restaurantes que estão a tentar incentivar a que haja uma forma diferente de olhar para estes jovens” e justificou: “para os jovens, hoje, o principal não é ter um bom salário. Preferem continuar a receber menos, mas precisam de tempo livre”.

Na opinião de Rafael Oliveira, “a restauração não está habituada a ter profissionais que trabalham oito horas por dia e a ter duas folgas por semana. Os jovens querem tempo livre. Há uma mudança que tem que haver nestas áreas para que haja mais jovens interessados. Há uma mudança de paradigma que é importante para que as escolas consigam dar esta resposta”.

“Os jovens são formados, temos muitas escolas a formar e a fazer excelentes formações. Não tem a ver com a quantidade de jovens formados, tem a ver com a forma como se podem integrar ou não no mercado de trabalho”, concluiu.

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