Multiusos de Guimarães contabiliza 3,5 milhões de visitantes nos seus 22 anos
O Multiusos de Guimarães já recebeu, durante os seus 22 anos de história, cerca de mil eventos e 3,5 milhões de visitantes. Já para o próximo ano, Amadeu Portilha conta que a Tempo Livre terá uma oferta interessante, com a aposta na realização de eventos diferentes.
Amadeu Portilha, presidente da Direção da Tempo Livre, considera que 22 anos após a sua inauguração, o Multiusos de Guimarães “continua a ser um dos principais ativos estratégicos da nossa cidade”. Já com mais de duas décadas de história, o espaço “foi visionário na forma como foi construído, posicionou-se e hoje permite ter soluções que nos faz estar num patamar muito elevado na preferência dos grandes produtores nacionais”, entende Amadeu Portilha.
O dirigente da Tempo Livre destaca a “capacidade do espaço se adaptar às exigências de cada tempo”, considerando que a concorrência, motivada pela construção de projetos similares em outras zonas do Norte do país, como em Gondomar ou em Braga, ou que estão a ser construídos na Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia ou Paços de Ferreira, “têm naturalmente afetado” o Multiusos de Guimarães.
Relativamente aos espetáculos musicais, a bilheteira não tem estado tão boa como no ano anterior e este fenómeno é explicado de duas formas. De acordo com Amadeu Portilha, “as pessoas estão a viver pior, e para quem tem dificuldade em gerir as suas finanças, ir a um concerto será uma das última das suas decisões e escolhas.”
Além disso, Amadeu Portilha aponta a promoção de espetáculos gratuitos por parte das câmaras municipais e juntas de freguesia como a segunda razão, porque “quando temos oportunidade de ir a um concerto de alguém que gostamos gratuitamente, não é fácil pagar-se para ir a um espetáculo num espaço fechado. Os artistas vão ter de perceber que terão de reorientar as suas carreiras de acordo com esta nova realidade. Não há mal nenhum, mas vão ter que baixar as suas expetativas quando vêm a recintos fechados”, vincou.
Em espetáculos, o ano passado foi o período de recordes de eventos, participantes e faturação. Com 23 dos 27 concertos esgotados, Amadeu Portilha explicou que “deitava-se um concerto à terra e ele germinava logo com milhares de bilhetes vendidos”. Esse bom ano foi justificado por um período pós-pandémico, em que “as pessoas estavam necessitadas e carentes de animação”, justificou.
De forma a responder ao mercado atual, Amadeu Portilha explicou que o Multiusos de Guimarães está a redefinir o seu plano estratégico. A Tempo Livre está a apostar na área da corporate, com o espaço a receber grandes eventos como jantares empresariais aliados à animação. Amadeu Portilha explicou ainda que a organização está a trabalhar numa alteração ao âmbito de negócios: “Hoje o mercado tem uma tendência em que somos obrigados a segui-la ou a encontrar caminhos alternativos”.
O rosto principal da Tempo Livre dos últimos anos sublinha que o espaço “devia ser considerado por todos como um dos principais ativos estratégicos de Guimarães”, realçando a sua importância para a economia local: “Cada espetáculo que fazemos introduz valor e ambição na economia local, com hotéis e restaurantes cheios e táxis a circular. 74,6% dos utilizadores do Multiusos residem fora de Guimarães”, realçou.
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