O que é o amor? Talvez consigamos descobrir com “Porque é infinito” de Victor Hugo Pontes

Com ponto de partida nas palavras do clássico de Shakespeare, 11 intérpretes adolescentes e adultos falam e dançam sobre o amor infinito reinventado entre a dança, o teatro e a música no palco maior do CCVF.

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A partir de uma releitura contemporânea de “Romeu e Julieta”, o clássico de William Shakespeare sobre o amor e os seus limites, Victor Hugo Pontes constrói uma obra onde a palavra e o movimento se fundem, na sua linguagem coreográfica tão singular.

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Dúvidas e certezas, e a adolescência como pano de fundo, um tempo de excessos, e madrugadas longas, nas quais se convidam o amor – mas também a morte – para entrar nos quartos dos que descobrem pela primeira vez estes turbilhões de sentimentos. “Porque é Infinito” é um texto escrito por Joana Craveiro com base numa pesquisa documental, afetiva e poética, que coloca o texto canónico de Shakespeare nos dias de hoje e o olha a partir daqui, naquela que é também uma reflexão sobre a linguagem usada para dizer e verbalizar tudo isto. O que é exatamente o amor? Talvez consigamos descobrir no dia 26 de novembro, sábado, pelas 16h00, no Centro Cultural Vila Flor.

Já sabemos o final deste texto, mas saberemos contar desde o início uma história tantas vezes contada? Como falar de um amor que se quis e acreditou infinito, por onde a morte entrou como uma sombra maligna que redundou numa tragédia para os seus protagonistas? Quais as perspetivas dos outros envolvidos na trama – uma vez que este amor contaminou todos à sua volta com uma onda reativa que levou ao terrível desfecho?

Ainda que aluda a uma história mundialmente conhecida, “Porque é Infinito”, cujo texto é assinado por Joana Craveiro, surpreende constantemente ao longo do seu curso. “A maior parte das pessoas acha que conhece a história de Romeu e Julieta, mas, na realidade, não a conhece. E o espetáculo começa exatamente por aí, uma vez que as pessoas conhecem o desenlace final, sabem que os dois protagonistas morrem por amor, mas ninguém consegue contar os detalhes desta história”, nota Victor Hugo Pontes. 

Na característica expressão coreográfica de Victor Hugo Pontes, onde o movimento se enlaça à palavra, “Porque é Infinito” é um espetáculo sobre formas de contar uma história que já se ouviu milhares de vezes, e de amar e de dizer “para sempre”, ou porque é infinito, no remate de uma frase que descreve o quanto amamos e continuaremos a amar. É um espetáculo de emoções que habita a dança, o teatro e a música onde “as palavras são importantes, mas os gestos, a coreografia e toda a ação que está em volta leva o espectador a acreditar naquilo que está a ver”, realça Victor Hugo Pontes, num trabalho que se revela também uma reflexão sobre a linguagem que usamos para definir um verbo – amar – tão difícil de conjugar. 

Nesta releitura, a obra de Shakespeare acaba por ser trazida para a atualidade e a história é-nos contada, e interpretada, por adolescentes e jovens “que se põem a refletir sobre como é que esta história de amor se passa e, depois, decidem fazê-la”, salienta o coreógrafo e diretor artístico deste espetáculo. “Porque é Infinito” desenrola-se com os intérpretes “a colocarem-se no lugar dos protagonistas e a perguntarem-se se alguma vez aquela situação lhes aconteceu, se já apaixonaram desesperadamente, se já sofreram por amor… é uma visão distanciada da narrativa, mas eles depois também emergem na narrativa, colocando-se no lugar dos personagens”. 

Às palavras de Joana Craveiro une-se depois a linguagem corporal da dança onde os 11 intérpretes vão dançar ao som e ao ritmo da ação. “Pode ser verdade ou pode ser mentira tudo aquilo que acontece em palco. Não é biográfico, porque nem sempre os intérpretes estão a falar na primeira pessoa, porque estão a fazer teatro”, ressalva o diretor artístico. “Já te aconteceu?” é a pergunta mais repetida ao longo do espetáculo e as respostas dos intérpretes surgem como um jogo, com uma linguagem adaptada aos dias de hoje, revelando testemunhos sobre o que é afinal o amor, e criando em palco um “manual de instruções” sobre como aprender a curar-se de situações adversas quando se ama alguém. O ritmo das músicas e as coreografias de Victor Hugo Pontes vão guiar o público por uma história de amor, onde vai haver beijos ardentes, consumação do amor e morte dos apaixonados.

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