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“OFICINA DAS LETRAS” VISITA CASA DA MEMÓRIA

A "Oficina das Letras" funciona na Junta de Freguesia de Azurém e tem oficinas de escrita e leitura, mas também atividades culturais e recreativas.

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O projeto oficina das letras iniciou o programa de visitas a museus, bibliotecas e monumentos, do ano de 2018, com uma visita à Casa da Memória.A “Oficina das Letras”, um projeto de alfabetização de adultos, tornou-se em bem mais do que apenas isso. Além das oficinas de escrita e leitura, orientadas pela professora Eva Liliana, são também organizadas atividades recreativas e culturais. Como a própria professora, e mentora das “Oficinas de Escrita” explica, “chegam-nos pessoas que sabem ler e escrever, mas que têm um enorme défice de literacia”.

Atualmente o projeto tem 50 pessoas integradas, sendo a mais velha uma senhora de 82 anos, e o mais novo um senhor de 46 anos. As aulas funcionam na Junta de Freguesia de Azurém, “que foi quem desde a primeira hora acarinhou esta ideia”, explica a professora. Apesar de se realizarem na sede da Junta a participação não está limitada aos moradores de Azurém, e há gente de todo o concelho no grupo. A professora destaca o facto de as pessoas estarem a perder a timidez de se juntarem a um grupo deste tipo, e lembra que ainda há problemas deste género de analfabetismo e, principalmente, de iliteracia, em pessoas na cas dos trinta e mesmo dos vinte anos.

As visitas a monumentos, a bibliotecas e a museus, bem como, assistir a espetáculos, faz parte, por um lado, do desenvolvimento da literacia, por outro pretende quebrar barreiras. Como a Eva Liliana coloca em evidência, a porta de um museu, a plateia de um auditório ou as prateleiras de uma biblioteca “são barreiras para muitas destas pessoas, com estas visitas pretendemos deitar a baixo essas barreiras”.

A Casa da Memória pelo tipo de exposição, e pela forma como é conduzida a visita desempenhou muito bem este papel de aproximação de um público tradicionalmente afastado dos museus. A relação entre a exposição e o território foi algo que perceberam de imediato, além disso, há na exposição objetos que fazem parte das memórias pessoais de muitos dos participantes mais velhos da “Oficina das Letras”. A visita tornou-se, dessa forma, verdadeiramente interativa, com conhecimento a circular nas duas direções: do guia para os visitantes, mas também dos visitantes para o guia. Um segundo grupo da “Oficina das Letras” visitará ainda este mês a Casa da Memória.

A “Oficina das Letras” trata de uma doença que vem de longe em Portugal, em que apesar de estar em grande medida tratada, ainda deixa sequelas: o atraso na alfabetização da população. Na primeira metade da década de 70, 25% da população não sabia ler nem escrever. Em 2011, em Guimarães, ainda havia 10.240 pessoas que continuavam a não saber ler nem escrever, 3.469 eram homens e 6.771 eram mulheres.

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