OPORTUNIDADE PARA MUDAR

RUI ARMINDO FREITAS Economista

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por RUI ARMINDO FREITAS
Economista

Nos dias de hoje, o desenvolvimento económico assume um papel crucial na governação das comunidades. É percebido por todos, que uma comunidade que tenha uma economia forte, com um tecido laboral coeso e diverso, tem melhor capacidade de resistir aos desafios colocados pelas cada vez mais rápidas mudanças nos mercados. Por isso constatamos que as autarquias, que há bem poucos anos afirmavam que os negócios eram para as empresas e que nada tinham que ver com essa realidade, como chegamos a ouvir em Guimarães já neste século, reconhecem que devem chamar a si um papel activo na conquista de um melhor clima de negócios, que seja capaz, não só de criar um ambiente favorável aos que já cá estão, assim como de atrair novos investimentos que possam externalizar oportunidades ao nível local e que sedimentem o tecido económico das suas comunidades.

 

Assim vivemos hoje uma concorrência enorme entre concelhos e esta é a corrida que ninguém quer perder. Infelizmente, nós por cá, temos vindo a perder terreno, no que diz respeito ao nosso papel como 2º concelho exportador do distrito de Braga. Se o mandato anterior deste executivo camarário mudou alguma coisa na relação com as empresas locais, já no que tocou à captação de novos projectos e novo investimento, e por novo entenda-se investimento captado ao “exterior” do concelho e não apenas projectos decorrentes do crescimento natural de quem já cá está, Guimarães falhou redondamente.

 

Quando olhamos à nossa volta percebemos que quase todos os concelhos conseguiram atrair mais do que um grande investimento internacional, e mais do que isso fora das suas indústrias mais preponderantes. Vimos a chegada da Weg a Santo Tirso, a Borg Warner a Viana do Castelo, a Fujistu e a Bosch a Braga, a ampliação da Continental e da Leica em Famalicão até a chegada da Eurocast aos Arcos de Valdevez, que começa a ganhar força no cluster da indústria automóvel, e por Guimarães nada! Tivemos o malogrado processo da Ecoibéria e de relevante não tivemos nada a assinalar. É indesmentível que as nossas empresas do sector tradicional, o têxtil, seja vestuário, seja lar, vivem uma das suas melhores décadas, trazendo consigo muitas oportunidades. Mas a maior oportunidade que esta indústria está a criar é o tempo que nos está a dar para agarrarmos a chance de alterarmos a composição do nosso tecido industrial, para que seja menos dependente de uma indústria só e se lancem bases sólidas para a diversificação da nossa economia.

 

Uma economia diversa em termos sectoriais, é uma economia mais resiliente a crises de sector, e esta realidade carece de grande explicação pois ninguém na nossa terra, desconhece efeitos como os que já vivemos em crises anteriores no Vale do Ave. Nós sabemos que as crises vão chegar, não sabemos é quando, por isso o tempo está a esgotar-se enquanto vemos outros concelhos do distrito tomarem a dianteira. Sim, porque as nossas exportações têm taxas de crescimento de cerca de metade em relação a Famalicão e 1/6 em relação a Braga. Se devemos acarinhar a indústria tradicional, por sabermos que dá trabalho a uma mão de obra que é dificilmente convertível, temos que saber atrair outras indústrias para abrir novos caminhos. Está provado que não chega lançarmos incubadoras que ficam abandonadas à sua sorte até que a insolvência lhes bata à porta! É preciso acção. Basta olhar para os nossos vizinhos para percebermos como se faz.

 

 

 

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