Pacto Climático assinado no Dia Mundial do Ambiente
A cerimónia teve lugar durante a Conferência Economia Circular e Ambiente.
Na passada segunda-feira, 5 de junho, comemoraram-se os 50 anos do Dia Mundial do Ambiente. O município de Guimarães aproveitou a efeméride para oficializar a assinatura do Pacto Climático com um conjunto de 70 subscritores, entre empresas e instituições do concelho de Guimarães.
A cerimónia teve lugar durante a Conferência Economia Circular e Ambiente, que decorreu no Laboratório da Paisagem, e contou com a presença de Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Isabel Ferreira, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Miguel Bandeira, pró-Reitor da Universidade do Minho, e Sofia Ferreira, vereadora do Ambiente, que salientou a importância do momento para os objetivos que se prendem com a “Missão Cidades”, da qual Guimarães faz parte, e que almeja a Neutralidade Climática em 2030.
Na sua intervenção, Domingos Bragança lembrou as ações que têm vindo a ser encetadas pelo município de Guimarães, através do Laboratório da Paisagem e dos serviços municipais dedicados à sustentabilidade e ambiente, tendentes à preservação da natureza e do meio-ambiente, com destaque para as que convocam diretamente os cidadãos, e que não esquecem a população em idade escolar. “A mudança de atitudes é muito importante para este nosso desígnio, que é um desígnio não só local, mas mundial”, frisou.
O edil referiu a candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia 2025, em curso, à luz do que considera “um equilíbrio entre a pegada ecológica do território e o desenvolvimento da sua atividade económica quotidiana”. Para o presidente da Câmara, isso pode ser conseguido através de “um recurso que não tínhamos no passado com a intensidade e difusão de hoje, por toda a sociedade, e que é a Ciência geradora de um deslumbrante novo conhecimento, indutor de novas e inovadoras tecnologias e de robustecimento da nossa interpretação do mundo, onde agora reside a nossa consciência ecológica.”
Domingos Bragança terminou a sua intervenção apelando para que as milhares de empresas do território “vejam na circularidade da economia, na sustentabilidade ambiental, uma oportunidade de inovação e competitividade, através do trabalho em rede e em parceria com os centros de investigação, das nossas universidades e politécnicos, pois Guimarães é e será território industrial, e queremos mostrar ao mundo que podemos ser um território industrial mas ambientalmente sustentável que através da nossa vontade coletiva e do nosso saber transformamos o mundo para melhor, aceitamos os desafios de hoje da descarbonização, do combate às alterações climáticas e da vida em harmonia com a natureza”.
Miguel Bandeira, pró-Reitor da UMinho, destacou a vocação universalista da instituição, dizendo que “os desígnios da comunidade devem ser mobilizadores” para a universidade. Referiu ainda as bases que Guimarães começou a construir em 2012, aquando da realização da Capital Europeia da Cultura, que considera “os alicerces do conhecimento que os cidadãos de Guimarães interiorizaram”. Uma atitude perante o conhecimento que lhes permite o equilíbrio e a proporção necessários para um bom uso dos recursos, de forma a que o território não perca de vista os 17 enunciados dos objetivos do desenvolvimento sustentável da UNESCO. “Guimarães é um exemplo de forte coesão social e identidade”, concluiu.
Por sua vez, Isabel Ferreira, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, disse ser necessário refletir como sociedade sobre os desafios da transição climática, relevando o facto de Guimarães não se cingir a comemorar dias festivos, mas antes a encetar um conjunto de iniciativas relevantes para o caminho neutralidade climática. Isabel Ferreira referiu a candidatura a Capital Verde Europeia e a Green Week como dois exemplos desse compromisso de Guimarães que, como cidade média, tem a capacidade de se constituir como um exemplo nacional e internacional nas políticas de sustentabilidade, bem como a capacidade de “amenizar o quotidiano das pessoas”.
Isabel Ferreira lembrou ainda que os fundos europeus são um instrumento que permitirá a redução das assimetrias, a criação de emprego e as transições digital e climática. “Esta conferência é uma oportunidade para consolidar uma visão que compatibilize as ações com vista à sustentabilidade, económica, social e ambiental”.
Destaque ainda para a intervenção do presidente da CCDR-N, António Cunha, que durante a Conferência Economia Circular e Ambiente, na qualidade de Keynote Speaker, deixou o mote para o objetivo “Rumo à descarbonização e à poluição zero na Região Norte”: não basta atingirmos o ponto zero entre as emissões de gases com efeito estufa e a sua mitigação. Segundo António Cunha, teremos que combater o atual défice, para que seja possível atingir os níveis desejados. De salientar que o Pacto Ecológico Europeu traça um compromisso para o futuro e que a Lei Europeia do Clima fixa em pelo menos 55% a redução líquida de emissões de gases de efeito de estufa, entre 1990 e 2030, e a neutralidade climática em 2050.
Aos subscritores do Pacto Climático de Guimarães, cabe o compromisso de adotar estratégias de curto, médio e longo prazo de descarbonização da sua atividade, liderar capacitar e facilitar a adaptação da atividade às ambições de redução de emissões de GEE, envolver os vários agentes e entidades colaborantes, recolher dados, monitorizar e reportar os avanços alcançados para as metas de redução de emissões de GEE e de sustentabilidade, comunicar a mensagem e metas alcançadas, garantido a transparência dos processos e envolvendo todas as partes interessadas durante os mesmos.
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