Paula Nogueira: “Quisemos mostrar que Guimarães é especial no desporto”

Coordenadora geral da Cidade Europeia do Desporto, em 2013, Paula Nogueira, atual vereadora na Câmara Municipal de Fafe, recordou como nasceu a candidatura de Guimarães a Cidade Europeia do Desporto.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

“O facto de Guimarães ter sido Capital Europeia da Cultura, em 2012, não foi um holofote para a Cidade Europeia do Desporto, mas foi a forma de garantir que havia uma continuidade no espírito de mobilização dos vimaranenses e dos portugueses em torno de uma cidade muito especial, que tinha acabado de fechar um ano brilhante com a Capital Europeia da Cultura, extraordinariamente bem organizada, impactante, e que colocou Portugal e Guimarães no mapa europeu. Havia uma onda que não podia morrer no dia 31 de dezembro de 2012”, lembrou. “Havia necessidade de dar sequência a outro eixo estruturante e identificador de Guimarães, que era o desporto. Percebemos que Guimarães é um município amigo do desporto e que tem uma população que ama o desporto, não só na prática, como no movimento associativo. Guimarães é uma cidade onde há paixão, emoção e bairrismo. Com tudo isto, percebemos que estavam reunidas as condições para avançar”, acrescentou.

Pioneira em Portugal no projeto, desde cedo a ambição acompanhou os responsáveis. “Observando o que estava a ser feito na Europa, quisemos ser os primeiros e ser os melhores. Quisemos mostrar que Guimarães é especial no desporto. E conseguimos. Fomos a melhor nesse ano”, recordou. No entanto, Paula Nogueira reconhece que a inclusão da cultura na programação foi importante para o sucesso. “Foi uma mais-valia, até porque o desporto pode ser educação e cultura. Fizemos também uma programação para o público mais intelectual e resistente à questão do desporto. E foram os mais resistentes que chegaram junto da nossa equipa a dar os parabéns. Fizemos uma exposição da história do desporto em Guimarães, com investigação e dois historiadores de renome. Foi um enorme sucesso, porque abrangeu todo o tipo de público. O ciclo de cinema e desporto, com o Cineclube, também foi fabuloso. Tivemos cinema, focado em diversas modalidades, como o futebol, o automobilismo e o pugilismo, entre outros. Tivemos uma programação cultural que fez a ponte entre a Capital Europeia da Cultura e a Cidade Europeia do Desporto. Foram iniciativas que uniram os amantes do desporto e da cultura”, justificou.

Paula Nogueira destacou ainda outro momento importante. “A Cidade Europeia do Desporto permitiu ainda a Guimarães ganhar notoriedade no “Desporto para Todos”, num circuito e numa rede que está instituída, por exemplo, ao nível do Erasmos + Sport. Os parceiros começaram a olhar para Guimarães e, desde 2013, fomos sempre parceiros discretos, mas muito ativos”, assumiu.

Entre suor e lágrimas, Paula Nogueira recorda a dedicação ao projeto. “Foi muito duro. Trabalhamos 365 dias sem parar e ninguém foi de férias. Só paramos no dia do encerramento. E fizemos questão, nesse dia, de agradecer a toda a gente envolvida. Houve gente que fez diretas para que nada falhasse. Tivemos semanas com 20 eventos e uma semana só tem sete dias. Guimarães ganhou muito, mas houve gente que pagou uma fatura pessoal, familiar, profissional e académica muito grande”.

Paula Nogueira fez ainda questão de enaltecer o papel de Amadeu Portilha. “Todo este sucesso deveu-se a uma pessoa, chamada Amadeu Portilha. A cidade de Guimarães deve muito ao Amadeu Portilha. Foi o líder e o motivador que percebeu quando estávamos a enfraquecer. Foi a primeira pessoa a acreditar, mesmo quando as coisas não corriam tão bem como queríamos. É uma pessoa geradora de paixões e inimizades, mas é um empreendedor e que adora Guimarães. Põe Guimarães acima de tudo e de todos”.

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